[Câncer de Colo do Útero] Tainá Soares Reis

Aprendendo com Você
Tainá Soares Reis
  • Instituto Oncoguia - Comece fazendo uma breve apresentação sobre você? idade, profissão, se tem filhos, casadoa, onde você mora... Tainá -

    Tenho 29 anos, sou aposentada por ser paciente em cuidados paliativos. Sou separada, não tenho filhos, moro em São José dos Campos e atualmente voltei a viver com meus pais.

  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Tainá -

    Fiz meu preventivo em dezembro de 2021 e o resultado foi negativo para qualquer doença. Em maio de 2022, comecei a sentir dores muito fortes durante o período menstrual, bem acima do que seria uma cólica normal. Isso me levou a ir várias vezes ao pronto-socorro para tomar medicação para dor, e eu sentia um cansaço intenso. No terceiro dia seguido indo ao médico, a plantonista solicitou uma ressonância magnética da pelve, e foi nesse exame que já apareceu a neoplasia.

  • Instituto Oncoguia - Você enfrentou dificuldades para fechar o seu diagnóstico? Se sim, quais? Tainá - Não. 
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou diante do diagnóstico? Quer nos contar o que sentiu, o que pensou? Tainá - O baque do diagnóstico foi grande, eu estava sozinha e foi dado de uma maneira um pouco fria, mas a ficha mesmo só começou a cair quando iniciei o tratamento.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Tainá - O medo de morrer é quase que inevitável, quando a gente recebe o diagnóstico passa um filme da nossa vida inteira até ali, e a gente se pergunta muito o motivo...
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Tainá -

    "Em 2022, fiz 6 ciclos de quimioterapia, 30 sessões de radioterapia e 4 braquiterapias. Esse primeiro tratamento me trouxe muitas perdas: entrei na menopausa, descobri que não poderia mais ter filhos, e a braquiterapia foi extremamente assustadora, deixando sequelas das quais até hoje tento me recuperar, sem sucesso. Isso é algo que as pessoas quase não falam. Fiquei sete meses em remissão, mas em outubro de 2023, durante um dos meus exames de controle, um PET scan revelou uma metástase na clavícula. Fiz mais 6 ciclos de quimioterapia, desta vez com um tratamento mais agressivo, que resultou em várias internações, mais mudanças na vida, mais perdas, e até o fim de um casamento. Hoje, já terminei as quimioterapias, mas sigo meu tratamento com imunoterapia por tempo indeterminado.

  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é/foi o tratamento mais difícil? Por quê? Tainá -

    Para mim, a braquiterapia foi algo extremamente difícil. Além da dor física insuportável durante o tratamento, as sequelas que ela deixou em mim são irreversíveis, mesmo após muito esforço com fisioterapia. Hoje, sou uma mulher de 29 anos que não consegue ter relações devido à estenose vaginal causada pela braquiterapia, e, infelizmente, não consegui reverter essa condição.

  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral do tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Tainá -

    Sim, senti enjoos, dores no corpo e dor de cabeça. Na maioria das vezes, tomava os remédios prescritos e tentava me alimentar da melhor maneira possível.

  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Tainá - Tive um médico maravilhoso que me acompanhou por dois anos, e nesse último ano um novo médico muito bom também. 
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Tainá -

    Sim, consultei um urologista. Tive cistite actínica devido à radioterapia e fiz fisioterapia pélvica por causa da braquiterapia.

  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Tainá - Sim! E foi essencial pra seguir firme mentalmente!
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Tainá - Hoje tento seguir uma rotina mais normal possível, mesmo ainda em tratamento. Muitas coisas mudaram, mas tento ao máximo aproveitar os meus dias. 
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Tainá - Hoje em dia sou aposentada, pois meu médico achou mais seguro por causa do diagnóstico de paciente paliativa. 
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Tainá - Sim, aposentadoria. 
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Tainá -

    É muito difícil dar uma orientação, mas eu diria para ter muita fé e coragem. O processo é longo e, muitas vezes, dolorido, mas nós conseguimos superar coisas inimagináveis, e tudo isso vai ter fim!

  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Tainá - Informação, e melhorar o olhar dos médicos para o paciente! Muitas vezes não somos ouvidos. 
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