[Câncer de Mama] Viviane Ribeiro

Aprendendo com Você
  • Instituto Oncoguia - Comece fazendo uma breve apresentação sobre você? idade, profissão, se tem filhos, casadoa, onde você mora... Viviane - Tenho 40 anos, enfermeira, solteira, moro no interior de Minas Gerais, Cororne Fabriciano.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Viviane - Um dia percebi que meu sutiã estava sujo de sangue, ao apalpar os seios saiu sangue pelo mamilo e então comecei o rastreio.
  • Instituto Oncoguia - Você enfrentou dificuldades para fechar o seu diagnóstico? Se sim, quais? Viviane - Sim. O mastologista que fui não pediu mamografia, disse não ser necessário, porém, por trabalhar na área decidi fazer e solicitei um pedido ao médico clínico e aí a mamografia foi laudada errada,o mastologista não quis olhar pra ela e ia tratar como se fosse um caso só para acompanhamento, porém, ao levar para outro médico ele identificou a lesão suspeita na mesma hora, pediu novos exames e o diagnóstico foi confirmado.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou diante do diagnóstico? Quer nos contar o que sentiu, o que pensou? Viviane -

    De início, me senti impotente, com aquela sensação de não saber o que fazer para mudar a situação. Mas logo entendi que precisava enfrentar o tratamento. Tinha muito medo do que poderia vir pela frente, do sofrimento meu e da minha família... Porém, me posicionei diante de Deus e entendi que Ele já estava no meu futuro.

  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Viviane - O sofrimento da minha mãe, o tratamento e suas reações sejam elas físicas, emocionais ou na vida financeira.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Viviane -

    Fui diagnosticada em março de 2022, um dia antes de fazer 38 anos. O tratamento seria uma cirurgia de mastectomia total e uma possível radioterapia. A cirurgia estava marcada para o dia 28/05/2022, mas, faltando 4 dias para a cirurgia, fui surpreendida com uma metástase óssea, que um ortopedista, sabendo que eu estava com câncer de mama, estava tratando como uma hérnia. Esse foi meu momento mais difícil.

    Então, dei início ao tratamento da metástase óssea, comecei a hormonioterapia e a quimioterapia oral, fiz radioterapia na sacral e, no final desse mesmo ano, fiz a retirada total da mama. Em 2022, passei por cinco cirurgias em 9 meses e ainda tivemos um episódio de erro médico em uma delas.

    Em abril de 2023, entrei em remissão total após terminar a radioterapia das mamas. Devido à metástase óssea, continuo em uso de quimioterapia oral com ribociclabe, além do bloqueio hormonal.

  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é/foi o tratamento mais difícil? Por quê? Viviane -

    Descobrir a metástase óssea foi o mais difícil para mim. Por causa dela, até hoje sinto dores devido às três manipulações cirúrgicas em dois meses. A radioterapia, tanto da sacral quanto da mama, também me trouxe momentos difíceis.

  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral do tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Viviane -

    Pós-radioterapia da sacral, tive uma intoxicação intestinal que me causou muita dor e choro. Até hoje não consigo descrever o nível dessa dor, de tão intensa que foi. O funcionamento do meu intestino nunca mais foi o mesmo. Na radioterapia da mama, tive queimadura de segundo grau. O ribociclibe, quimioterapia oral, até hoje me causa muita náusea e mal-estar, além dos efeitos esperados na imunidade. O bloqueio hormonal me traz muitas dores articulares e as benditas ondas de calor, os fogachos. Tenho muita dificuldade para lidar com os efeitos do ribociclibe. Devido à metástase óssea, demorei a ser liberada para fazer atividade física, mas hoje é o que me ajuda em relação aos efeitos da hormonoterapia.

  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Viviane -

    De muita confiança. Passei por dois oncologistas antes dele, que falharam em relação à metástase óssea. Sou acompanhada pelo melhor oncologista da região, que não mede esforços para tratar seus pacientes. Temos uma relação acolhedora e de muito respeito.

  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Viviane -

    Ortopedista. Devido à metástase óssea, foi difícil até chegar ao ortopedista que me acompanha hoje. O primeiro, mesmo sabendo que eu estava tratando câncer de mama, não atentou para as evidências da metástase óssea. O segundo fez a primeira cirurgia de biópsia óssea errada e atrasou meu tratamento, até que cheguei ao meu ortopedista atual, que foi fundamental no diagnóstico e desfecho da metástase óssea.

  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Viviane - No início fiz sim, mas ainda estava em tratamento quando tive que parar porque não consegui mais pagar. Mas foi muito importante, me ajudou a colocar as minhas emoções em ordem. Espero poder voltar, porque por aqui as emoções já não estão tão em ordem mais.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Viviane -

    Hoje estou em remissão, porém com sequelas de dores na coluna sacral devido à metástase óssea. Estou em uso do ribociclibe por tempo indeterminado e vencendo as náuseas e o mal-estar diário que ele ainda me causa. Já declaro que sou totalmente curada, porque creio no que Deus já fez na minha vida. Ah, mesmo com a metástase óssea e com dor, descobri no vôlei a minha terapia, e ele também me ajuda muito em relação às dores.

  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Viviane -

    Como sou enfermeira e trabalhava na área hospitalar, não pude retornar ao trabalho por causa das sequelas da metástase óssea e pelo tratamento com ribociclibe, que abaixa a imunidade, o que me deixaria exposta no hospital. Hoje, isso é o que mais me deixa triste: a sensação de inutilidade, somada à mudança na minha vida financeira.

  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Viviane -

    Graças a Deus, não tive meus direitos violados durante o tratamento. Escolhi fazer o tratamento inicial pelo plano de saúde, mas, hoje, por questões financeiras, até pensei em migrar para o SUS. No entanto, tenho receio de que, se eu fizer essa mudança, não consiga mais o ribociclibe, e não posso ficar sem ele. Os medicamentos são 100% cobertos pelo plano, mas como já atingi o teto máximo, agora estou sendo cobrada pelos exames mensais e trimestrais que preciso fazer. Tenho medo de que, em breve, o plano também comece a cobrar o ribociclibe.

  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Viviane -

    Primeiro: se posicione na fé, creia em Deus e declare a cura. Tenha seus momentos de choro, de questionamento, mas também busque terapia, apoio familiar e foque no tratamento. Vença o câncer todos os dias, até chegar o último dia.

  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Viviane -

    Promover mais políticas de promoção à saúde e prevenção. Ampliar a cobertura de medicamentos e exames importantes para a qualidade de vida e assistência de pacientes oncológicos. Reavaliar as questões burocráticas de autorizações, que ainda retardam o início do tratamento.

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