[Câncer de Mama] Cris Aguiar

Aprendendo com Você
Cris Aguiar
  • Instituto Oncoguia - Comece fazendo uma breve apresentação sobre você? idade, profissão, se tem filhos, casadoa, onde você mora... Cris -

    Eu sou a Cris Aguiar, tenho 46 anos, estou com meu marido há 27 anos e tenho um filho de 8 anos. Moro em Contagem. Sou professora de educação física escolar e também professora de funcional e zumba no Contagem Ativa, um programa de atividades físicas gratuitas para a população de Contagem.

  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Cris -

    Faço todos os anos os exames de rotina, e há 4 anos foi identificado um nódulo considerado BI-RADS 2 no peito direito, que surgiu após meu filho parar de mamar com 9 meses, embora tenha continuado mamando até 1 ano no peito esquerdo. O diagnóstico histoquímico revelou que se tratava de um câncer de mama luminal A (positivo para hormônios).

  • Instituto Oncoguia - Você enfrentou dificuldades para fechar o seu diagnóstico? Se sim, quais? Cris - Dúvida dos médicos em relação do resultado. Não concordaram devido três linfonodos que estavam aumentado nas axilas. E por ter uma glândula mamaria grande que não aparece como tumor. O tumor localizado tem 1,8 mm.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou diante do diagnóstico? Quer nos contar o que sentiu, o que pensou? Cris - Eu fiquei muito triste, chorei bastante. E eu descobri em setembro e foi confirmado justamente na época de campanha do câncer de mama. Aí o tempo todo ouvindo falar sobre o assunto e como professora eu abordo o tema nas aulas, dessa vez foi de uma forma diferente pois eu estava passando por uma turbulência de informações.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Cris - Não poder trabalhar mais, perder meus cabelos, ficar acamada. Medo do desconhecido.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Cris - Iniciei meu tratamento com a quimioterapia. No dia 19/12/2024. Protocolo de 4 vermelhas (21 em 21 dias) e 12 brancas toda semana. Estou na 3 Quimioterapia vermelha. Depois cirurgia. Acredito que radioterapia e bloqueio hormonal.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é/foi o tratamento mais difícil? Por quê? Cris - Até o momento foi a queda do meu cabelo. Mas eu mesma raspei meu cabelo, olhei no espelho e disse " você pode tirar meu cabelo, mas meu sorriso e meu corpo você nunca terá" e assim eu resolvi o que me deixava triste.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral do tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Cris - Não tive nenhum efeito colateral até o momento. Acredito que é porque eu prático atividades já faz mais de 20 anos. Isso contribuiu com o tratamento. O único momento inevitável foi a queda de cabelo.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Cris - Em um primeiro momento foi péssimo, foi um residente que me tratou muito mal não teve humanidade pra conversar com uma paciente que estava assustada com tudo que estava acontecendo. A médica atual é bastante atenciosa, a que está comigo no momento do tratamento oncologico.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Cris - Somente com oncologista e mastologista.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Cris - Não faço. Eu busco trabalhar o meu psicológico com minhas aulas de dança que me fortalece muito neste momento. Além da família e amigos incríveis que eu tenho me ajudando.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Cris - Continuo trabalhando e fazendo todas as coisas que fazia. Tive que adaptar a rotina médica na minha vida, mas estou conseguindo me adaptar com tudo.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Cris - Continuo trabalhando.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Cris -

    Tenha calma, pois nem sempre é o que as pessoas falam. A autoestima, atividades físicas, suplementação e alimentação são grandes aliados para reduzir os efeitos colaterais. O que é divulgado muitas vezes foca no lado ruim das coisas, mas é possível viver além do tratamento. Não é necessário ouvir dos médicos que você está curado para viver plenamente. Desistir não é uma opção. É um dia de cada vez.

  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Cris -

    Para melhorar a situação, deveria haver mais estudos avançados, pois o protocolo que está sendo usado é muito antigo. Já está na hora de desenvolver novas maneiras de tratar as pessoas sem a necessidade de usar medicamentos que, além de matar as células cancerígenas, também destroem as células boas. Muitas vezes, isso provoca efeitos colaterais que podem ser mais prejudiciais do que o próprio câncer.

    É preciso investir mais nos hospitais, em vez de fazer propagandas maravilhosas sobre o combate ao câncer, pois quem está dentro dos hospitais sabe que a realidade é bem diferente do que é mostrado. Muitas vezes, quem realmente faz a diferença são pessoas que passaram pelo tratamento e voltam para ajudar os outros, já que muitos profissionais não estão preparados para receber, diagnosticar ou tratar pessoas tão fragilizadas pelo diagnóstico.

    A melhor maneira de enfrentar essa luta é a prevenção, oferecendo à população condições de realizar exames sem ter que esperar tanto tempo. Porque o diagnóstico de câncer não é uma sentença de morte, mas se houver demora e burocracia, pode se tornar uma sentença.

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