[Câncer de Colo do Útero] Lenita Cabral

Aprendendo com Você
  • Instituto Oncoguia - Comece fazendo uma breve apresentação sobre você? idade, profissão, se tem filhos, casadoa, onde você mora... Lenita - Lenita Cabral, tenho 44 anos. Sou casada, tenho uma filha de 10 anos e moro em Porto Alegre - RS. 
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Lenita -

    Em janeiro de 2024, descobri que estava com câncer. Tinha sangramento fora do período menstrual, algumas vezes sangramento durante a relação, mas sem dor. O outro sintoma era que eu fazia meu preventivo religiosamente no posto de saúde. Um dia, acordei com muitas cólicas e fui até o hospital da mulher. Fui examinada pelo médico, que me perguntou: "Há quanto tempo você não faz o preventivo?" Respondi que havia feito 6 meses antes e que sempre fazia anualmente, pois havia perdido minha sobrinha alguns anos atrás pelo mesmo câncer, então faço o exame todos os anos. O médico disse: "Você está com uma grande lesão, pode internar e fazer a biópsia?". O resultado foi câncer.

    Fui até o posto onde fiz o preventivo, e o exame, que não tinha 3 meses de resultado, estava NEGATIVO, e eu com a lesão visível a olho nu em um simples exame de toque. Enfim, percebi que exames em postos de saúde são coletados por enfermagem, mas deveriam ser feitos por ginecologistas, cada um na sua área específica.

  • Instituto Oncoguia - Você enfrentou dificuldades para fechar o seu diagnóstico? Se sim, quais? Lenita - Não tive, graças ao bom Deus este médico foi um anjo!
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou diante do diagnóstico? Quer nos contar o que sentiu, o que pensou? Lenita -

    A palavra "câncer" é muito pesada, no começo soa como uma sentença de morte. Depois, com calma, comecei a pensar, estudar sobre a doença e buscar alternativas. Após uma consulta com a oncologista, fiquei mais tranquila. Não havia metástase, e eu realmente precisei encarar o tratamento de frente, com fé.

  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Lenita - Minha filha e meu marido. 
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Lenita -

    Inicialmente, fiz quimioterapia, radioterapia e braquiterapia. O tumor quase se eliminou totalmente. A radioterapia foi a parte mais dolorosa. Após dois meses, repeti os exames, e lá estava ele novamente, agressivo e maior, voltando com tudo. Mas eu sou mais agressiva que o câncer! Hoje, ele é meu maior inimigo e o enfrento de igual para igual. Estou novamente fazendo sessões de quimioterapia, com ciclos de 21 dias. Existem dias bons e dias ruins, como em nossa vida, com dias de sol e dias de chuva.

  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é/foi o tratamento mais difícil? Por quê? Lenita - Radioterapia, não senti nada até 15°, depois disso vem os efeitos da queimadura, bem dolorosa, mas fundamental para diminuir, curar e estacionar.  Tratamento muito importante neste processo! 
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral do tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Lenita - Sim, das quimioterapias. Senti muita fraqueza. Me ajudou boa alimentação e muita água. Na radioterapia muita dor, e ajudou repouso total e muita fé.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Lenita - Muito boa. 
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Lenita - Sim, com ginecologista e depois com outra oncologista, que é até hoje maravilhosa!
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Lenita -

    Na medida do possível, faço as atividades corriqueiras de casa e procuro sempre manter a mente ocupada. Gosto de estar com pessoas, trocar ideias, sair um pouco da rotina de paciente. Tento focar na cura, no tratamento, no resultado, e também trabalhar minha autoestima, acreditando que posso fazer por mim mesma para contribuir para meu bem-estar e cura. Faço tudo normalmente, como se não estivesse doente. Claro, há dias de limitações, mas nos dias em que estou bem, vou com tudo.

  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Lenita - Parei de trabalhar. 
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Lenita - Sim, estou temporariamente pelo INSS. 
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Lenita -

    Acredito em Deus, que nunca nos abandona. Acredito também nos tratamentos médicos, na tecnologia, no estudo das terapias e na cura. Os tratamentos paliativos, além de tudo, nos proporcionam qualidade de vida e muitos anos de vida.

  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Lenita - É essencial ter acesso rápido a exames e consultas em caso de suspeita, além de um acesso facilitado a exames mais complexos para a população em geral. O câncer não escolhe idade, então, independentemente da faixa etária, é necessário ampliar o acesso aos exames. No meu caso, a coleta do preventivo deveria ter sido feita por um ginecologista, um profissional especializado, que, talvez, tivesse identificado a doença no início, se tivesse sido um atendimento específico.
     
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