[Câncer de Mama] Natasha Sequini

Aprendendo com Você
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Natasha - Olá, eu sou a Natasha, tenho 30 anos, sou advogada, trabalho na equipe jurídica de um banco, moro em São Paulo e, no momento, estou solteira.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Natasha - Eu descobri o câncer fazendo o autoexame, aos 27 anos. Na verdade, por uns dias, tive a necessidade (não sei o porquê) de tocar na minha mama como se eu fosse encontrar algo e, acabei encontrando mesmo. Quando senti o nódulo pela primeira vez, na mama esquerda, ele era bem pequeno mas, por precaução fui direito ao hospital para ver o que era. A princípio, o nódulo tinha aparência benigna e o médico falou para não me preocupar, mas para fazer os exames. Nunca passou pela minha cabeça que pudesse ser câncer, fui ao hospital apenas porque achei que era normal fazer isso quando se sentia algo no seio.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Natasha - Não senti nada de começo, ou, pelo menos, não notei. Mas, em pouco tempo, o nódulo começou a crescer e ficar duro e comecei a sentir dor no local. Logo vi que tinha algo errado. Não devia ser normal crescer tão rápido.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Natasha - Não tive dificuldades para fechar o meu diagnóstico. Depois de uns dois meses que senti o nódulo pela primeira vez, fui novamente ao médico, fiz diversos exames, e, no início do ano de 2017 recebi a notícia que estava com câncer de mama. Eu tinha acabado de fazer 27 anos, faço aniversário em novembro e, nessa época já estava fazendo os exames para saber o que tinha, mas, ainda assim, acreditando que não era nada de grave.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Natasha - Fiquei muito abalada no começo, mesmo já tendo visto os resultados do exame e procurado no Google o que significava carcinoma invasivo, ouvir da médica foi devastador, tornou tudo ainda mais real e chorei muito naquele dia.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Natasha - Ainda muito perdida e meio sem entender o que estava acontecendo, minha maior preocupação era se eu tinha chances de cura e quais eram essas chances. Mas, como uma antiga chefe minha me falou à época (quando eu estava fazendo os exames para descobrir o que eu tinha), câncer de mama é um dos canceres que mais tem cura e muitos estudos sobre, o que, na hora da notícia me tranquilizou um pouco. Na verdade, logo depois que recebi a notícia, nos dias que se sucederam, passei com o médico que seria meu mastologista e que trouxe muita confiança para mim e para minha família. Desse dia em diante fiquei muito confiante e dentro de mim eu tinha a certeza que iria me curar e que tudo ficaria bem.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Natasha - Já finalizei o tratamento porém, como o meu câncer era o triplo negativo, tive que passar pela quimioterapia, cirurgia e radioterapia, enfim, todos os tratamentos disponíveis na época. Acredito que se tivessem outros tratamentos, meus médicos pediriam para eu fazer também rs. Não é um tratamento fácil, a gente fica fraca, cansada, mas o importante é manter a positividade e a crença de que tudo ficará bem. Foi esse o pensamento que me ajudou a seguir com mais "leveza" esse tratamento tão desafiador.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Natasha - Para mim, a quimioterapia é a parte mais difícil do tratamento. Perda do cabelo, enjoos frequentes, falta de apetite em alguns momentos, dor no corpo (muita dor no corpo na segunda fase na minha quimioterapia), mas tudo isso durou apenas quatro meses e logo passei para a fase seguinte que foi a cirurgia que, por sorte, precisei apenas tirar parte da mama, e daí em diante o tratamento ficou mais "leve".
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Natasha - Durante o tratamento senti muito enjoo, muita dor no corpo, meu couro cabeludo ficou muito sensível, para usar a peruca doía bastante, me sentia um pouco cansada em alguns momentos, sem energia.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Natasha - Minha relação com todos os meus médicos foi e é até hoje muito boa. Todos eles me passaram a segurança que eu precisava para seguir em frente, forte e positiva. Sou muito grato a todos eles que me ajudaram tanto durante esse momento desafiador. Eu acredito que confiança e humanidade dos médicos faz todo o diferencial na hora do tratamento. É muito importante ter alguém que a gente confia ao nosso lado.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Natasha - Me relacionei com mastologista, cirurgiã plástica, radioterapeuta, enfermeiros que faziam a aplicação da quimioterapia, técnicos que faziam a aplicação da rádio, enfermeiros e médicos que faziam meus exames. Diversos profissionais atenciosos e muito queridos.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Natasha - Eu não fiz tratamento psicológico ao longo do câncer, sempre me senti muito positiva e segura durante o tratamento. Mas sei que nem sempre é assim. Nós passamos por grandes transformações durante o tratamento e buscar ajuda de um profissional é essencial. As vezes precisamos desabafar, contar nossas inseguranças, ter um ambiente seguro para falar das nossas incertezas. Não fiz acompanhamento na época mas não muito tempo depois optei por buscar ajuda de psicanalista para as minhas questões pessoais.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Natasha - Minha vida está muito bem, graças à Deus e a todos os profissionais que me ajudaram e a todos os meus amigos e familiares. O tratamento de câncer é muito desafiador, mas abre os nossos olhos para o que realmente importa na nossa vida, faz a gente mudar os nossos valores colocando a nossa vida e felicidade em primeiro lugar. Como é valioso os momentos que passamos com nossa família, amigos e pessoas que amamos, fazer o que gostamos, nos permitir pequenos prazeres na vida. Tudo fica mais colorido e com muito mais sentido, e, aos poucos, deixamos de lado as preocupações que hoje vemos, não eram tão importantes assim, os problemas tornam-se bem pequenos e a vida muito mais cheia de alegria.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Natasha - Eu continuei trabalhando ao longo do tratamento. Sou uma pessoa muito abençoada pois sempre tive o apoio da minha antiga chefe e da empresa que trabalhava na época do tratamento. Não precisei ser afastada e tive a oportunidade de trabalhar de casa quando não me sentia bem.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Natasha - Não foi preciso.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Natasha - Parte dos meus projetos está em dar força e compartilhar minha história com outras mulheres que passaram ou estão passando por um tratamento de câncer de mama. Espero conseguir colocar isso em prática em breve. Somos muito mais fortes juntas e ouvir as histórias de quem já passou por isso nos dá mais energia para continuar nessa caminhada.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Natasha - Busque em você a sua força e acredite dentro do seu coração que tudo dará certo, porque dará. Somos mais fortes do que pensamos e manter a positividade e confiança já é metade do caminho para a cura. Então, encha-se de amor, de amigos, pessoas queridas do seu lado e confie e busque em você essa força, que eu mesma nem sabia que existia em mim até passar por isso! Nós somos capazes de vencer qualquer coisa!
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Natasha - O Oncoguia deu uma palestra na empresa que eu trabalhava (JCDecaux) e gostei muito do trabalho de vocês. É inspirador e passa muita confiança para as pessoas. Vocês tratam um assunto tão difícil de forma humana e empática.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Natasha - Não tenho sugestões. Mas me coloco à disposição caso precisem de pessoas para dar suporte a grupos de mulheres que estão passando pelo tratamento, ou ao que for preciso, como compartilhar informações, ajudar em palestras com meu relato e etc.
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Natasha - Precisamos ter mais agilidade para fazer exames e iniciar tratamentos contra o câncer. Tempo é primordial e pode fazer toda a diferencia para a cura do paciente.
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