[Câncer de Mama] Denise

Aprendendo com Você
Denise
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Denise - Estou com 54 anos, sou solteira, não tive filhos, moro no Estado de São Paulo, na Capital. Me formei em Educação Física, sou instrutora de Pilates e terapeuta corporal.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Denise - Anualmente fazia todos os exames ginecológicos de rotina. Aos 35 anos fiz minha primeira mamografia e minha primeira biópsia. Aos 45 anos novamente outra biópsia e, aos 50 anos, minha terceira biópsia - está com resultado positivo para câncer de mama.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Denise - Eu não sentia nada. Minha mama era densa e sempre tive muitos cistos. O autoexame era ineficiente e até mesmo os médicos tinham dificuldades ao examinar meus seios.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Denise - Fui em vários mastologistas e cada um sugeria uma abordagem diferente. O fato de não me sentir segura com tantas opiniões diferentes me fazia procurar outro. A pressão para que eu escolhesse logo um médico não me impediu de continuar buscando um que me transmitisse confiança e empatia. Isto só ocorreu após me consultar com 8 mastologistas e ter feito muitos exames. Foram 3 mamotomias, uma ressonância magnética com contraste das mamas e um ultrassom second look.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Denise - Na consulta com a primeira mastologista onde recebi a notícia de que estava com câncer, a sensação foi de sair andando do consultório e não sentir o chão. Em um primeiro momento chorei, mas logo me acalmei e pensei que essa era uma oportunidade de fazer mudanças em minha vida, pois para mim foi um chamado da minha alma para que olhasse para isso.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Denise - Era a de encontrar o médico que me ajuda-se a passar por este processo, cuidando da parte física adoecida com competência, segurança e que principalmente me enxergasse como indivíduo que sou e não apenas um doente ou paciente.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Denise - Foram 2 cirurgias: uma quadrantectomia na mama direita e retirada de 2 nódulos na mama esquerda. Logo após isso fiz uma mastectomia bilateral, pois estava com câncer nas 2 mamas. Depois foram 12 sessões de quimio branca (semanal) e mais 4 da vermelha (a cada 14 dias), terminando com 25 sessões de radio. Foi um pouco estressante, pois os médicos não me permitiam nenhum descanso, tive duas internações devido efeitos colaterais da quimio e assim que recebia alta já reiniciava o tratamento. Foi desgastante, tanto física, como emocionalmente.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Denise - De todos os tratamentos que recebi, inclusive em consultas, pra mim o mais difícil foi o tratamento do médico. Eu entendo que eles estavam fazendo o seu melhor pela minha cura, mas a escuta do médico deveria ser também pautada em enxergar o ser humano que está por trás daquele diagnóstico e do protocolo a ser cumprido.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Denise - Foram vários os efeitos colaterais e alguns ainda permanecem até hoje. Busquei tratamentos complementares para me ajudar a lidar com eles, desde alimentação, terapia, homeopatia. E também a minha força que me fazia lembrar que eu era a peça principal nisso tudo. Que isso iria passar em algum momento e quem ficaria seria eu cada vez mais fortalecida por vencer cada um dos desafios.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Denise - Um pouco distante, diria que as necessidades básicas. As ligadas ao tratamento foram atendidas.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Denise - Sim, como já disse anteriormente, fiz acompanhamento com uma nutricionista (dietoterapia chinesa), terapia psicológica e medicina homeopática. Além de práticas meditativas e espirituais. Pois acredito que somos seres completos, com mente, corpo e espírito, e temos que ter equilíbrio entre todas as partes.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Denise - Sim, fiz e faço até hoje. Aliás foi a primeira coisa que busquei assim que tive meu diagnóstico. As questões relacionadas ao câncer ultrapassam a esfera física. Aliás o emocional e tão ou até mais afetado durante todo o processo, do diagnóstico até depois do tratamento. O tratamento pode até ter terminado, mas algumas questões permanecem e precisam ser olhadas e solucionadas.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Denise - Me sinto ótima! A doença foi uma oportunidade de fazer mudanças essenciais em minha vida. Hoje sou uma mulher mais realizada e feliz do que antes do diagnóstico. Por isso costumo dizer que agradeço ao câncer e a mim que por ter encarado tudo de frente, assumido minha responsabilidade naquilo que me cabia. E hoje meu desejo é compartilhar todas essas experiências que me foram muito enriquecedoras. Só depende do nosso olhar!
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Denise - Eu tinha um studio de Pilates, tive que fechar pois trabalhava sozinha e em alguns momentos do tratamento não podia trabalhar e arcar com as despesas. Nestes momentos as coisas foram ficando impraticável...
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Denise - Sim. Dispensa do rodízio de automóveis, transporte coletivo gratuito, auxílio-doença, retirada do saldo do FGTS e PIS/PASEP, ação judicial para fazer exames que o plano de saúde não queria autorizar.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Denise - Transformar toda minha vivência com o câncer, com todas as questões, até as mais profundas, ligadas ao tratamento. Poder colaborar com outras mulheres que estão passando ou já passaram pelo câncer de mama, pois nós nos reconhecemos umas nas outras e essas trocas são reveladoras. Compartilhar minhas histórias de superação e como tudo isso trouxe um novo sentido para a minha vida.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Denise - O diagnóstico de câncer não é o fim, mas o começo de uma jornada interior onde o ponto de chegada é você transformada e curada!
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Denise - Fazendo pesquisas na internet sobre câncer de mama.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Denise - Sugestão? Apenas agradecer e parabenizar por esse trabalho que vocês fazem e que traz auxílio para tantas pessoas.
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Denise - Que eles olhem com mais atenção e prioridade para o atendimento de saúde público, pois a urgência em um atendimento e tratamento em muitos casos é o que faz a diferença entre a vida e a morte. E mesmo que só uma pessoa venha a óbito, é uma vida, que tem de ser respeitada e preservada. Este é um direito universal.
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