É possível transformar o câncer do colo do útero em uma doença rara?

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Um novo estudo conduzido pela Public Health Scotland (PHS), agência que apoia o governo escocês na identificação dos desafios e soluções para o sistema de saúde, em colaboração com as Universidades de Strathclyde e de Edimburgo, revelou que nenhum caso de câncer do colo do útero foi detectado em mulheres jovens que foram completamente vacinadas como parte do programa de imunização contra o HPV. A pesquisa envolveu todas as mulheres elegíveis para o programa de triagem de câncer do colo do útero na Escócia e foi publicada no Journal of the National Cancer Institute.

Kirsty Roy, consultora em proteção à saúde da PHS, destacou a eficácia da vacina contra o HPV: “Isso demonstra o quão eficaz a vacina contra o HPV é, pois não houve casos de câncer do colo do útero até agora em mulheres completamente vacinadas que receberam a primeira dose aos 12-13 anos de idade”, afirmou através do site oficial da PHS. Ela enfatizou que, juntamente com a triagem regular para detecção e tratamento precoce, é possível tornar esse tipo de câncer uma doença rara.

Em sua conta no Linkedin, o coordenador-geral da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, Fernando Maia, considerou os resultados interessantes e reforçou que a importância da estratégia 90-70-90 para o Brasil: “A eliminação do câncer do colo do útero é uma agenda prioritária. Precisamos ampliar a nossa vacinação para atingir a meta de 90% das meninas vacinadas até os 15 anos, construir o rastreamento organizado com teste molecular de detecção do HPV de pelo menos 70% da população elegível e garantir acesso ao tratamento adequado para no mínimo 90% das pessoas com testes positivos.”

O HPV é uma infecção sexualmente transmissível e é responsável por quase todos os casos de câncer do colo do útero, que é a quarta causa mais comum de câncer em mulheres em todo o mundo. O HPV é um grupo comum de vírus, com mais de 100 tipos conhecidos. Embora muitas mulheres possam ser infectadas ao longo da vida sem efeitos nocivos, a persistência da infecção em alguns casos pode levar a casos de câncer.

Na Escócia, o programa de vacinação começou em 2008, oferecendo a vacina às meninas no primeiro ano da escola secundária, com idade de 12 ou 13 anos. O imunizante, que agora também é oferecido a meninos, protege ainda contra outros cânceres relacionados ao HPV, como os de cabeça, pescoço, ânus, genitais e verrugas genitais. Embora a vacina proteja contra muitos tipos de vírus do HPV que causam câncer, a triagem regular ainda é crucial.

A Ministra da Saúde Pública da Escócia, Jenni Minto, também acolheu positivamente os resultados do relatório. Ela reiterou, também para o site oficial da PHS, que a vacinação e a triagem permanecem as formas mais eficazes de prevenção e detecção do câncer do colo do útero, instando os elegíveis a aproveitarem as oportunidades de vacinação ou agendarem exames de triagem.

Fonte: Futuro da Saúde