Março Azul: um farol de esperança contra o câncer de intestino

O câncer colorretal, popularmente conhecido por câncer de intestino, destaca-se como uma das maiores ameaças à saúde pública no Brasil, sendo responsável por 12% das mortes causadas por câncer. Esta estatística alarmante revela que cerca de 1 em cada 25 indivíduos será afetado por esta doença em algum momento de suas vidas, configurando-se como o segundo tipo de câncer mais prevalente entre homens e mulheres no país, superado apenas pelo câncer de próstata e de mama, respectivamente. Para o triênio de 2023 a 2025, estima-se que 45.630 novos casos de câncer colorretal sejam diagnosticados anualmente no Brasil, evidenciando um risco estimado de 21,10 casos por 100 mil habitantes.

A mortalidade relacionada a essa doença também é significativa, com 20.245 óbitos registrados em 2020, o que corresponde a 9,56 mortes por 100 mil habitantes. No entanto, existe uma luz no fim do túnel: a prevenção. Através de mudanças comportamentais, como a adoção de hábitos alimentares saudáveis, a prática regular de exercícios físicos, bem como a fuga do tabagismo e do consumo excessivo de álcool, é possível reduzir o risco de desenvolver a doença. Além disso, a realização de exames de triagem, como o teste de sangue oculto nas fezes e a colonoscopia, possibilita a detecção e o tratamento de lesões pré-malignas e tumores em estágio inicial, diminuindo a incidência e aumentando as chances de sucesso do tratamento.

Em um movimento global de conscientização, março foi designado como o Mês de Conscientização do Câncer Colorretal, iniciativa que teve início nos Estados Unidos em fevereiro de 2000, por declaração do então presidente Bill Clinton. Desde então, o Marco Azul tornou-se um período de mobilização mundial, no qual pacientes, sobreviventes, cuidadores e defensores se unem para promover a conscientização sobre a doença, utilizando o azul como símbolo dessa luta.

O Brasil foi o primeiro na América Latina a aderir a esse movimento, ainda em 2020, quando passou a realizar uma série de atividades voltadas à prevenção do câncer de intestino, incluindo a iluminação de monumentos importantes na cor azul e o envolvimento voluntário de personalidades influentes de diversas áreas. Essas iniciativas foram possíveis graças à colaboração entre três entidades médicas de renome: a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) e a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP). Juntas, elas têm promovido programas de triagem em diversas cidades, alcançando milhares de pessoas e contribuindo para a detecção precoce da doença.

Exemplos de sucesso incluem a triagem realizada na cidade de Piranhas, em Alagoas, onde 2.152 pacientes foram avaliados e 130 submetidos a colonoscopia, resultando na detecção de várias lesões pré-neoplásicas. A cidade de Belterra, no Pará, e o arquipélago de Cairu, na Bahia, também receberam ações de triagem, demonstrando taxas de detecção de adenoma de 33,85% e 35%, respectivamente. Esses resultados reforçam a eficácia das campanhas de prevenção e triagem na redução da incidência e mortalidade pela doença.

O próximo grande desafio é a campanha de triagem na histórica cidade de Óbidos, no Pará, marcada para março. Este projeto enfrenta desafios logísticos, dada a remota localização da cidade e as dificuldades de acesso, mas representa um passo importante na luta contra o câncer colorretal no Brasil.

O Março Azul brasileiro tem sido um exemplo eloquente de como a colaboração entre sociedades médicas, comunidades e governos pode promover mudanças na saúde pública. Ao chamar a atenção para a importância da prevenção e da detecção precoce desse tipo de câncer, a iniciativa não apenas salva vidas, mas também serve como um modelo de engajamento comunitário e responsabilidade social.

Afinal, a batalha contra o câncer de intestino no Brasil é árdua, mas não é intransponível. Com esforços contínuos de conscientização, prevenção e triagem, é possível vislumbrar um futuro em que a incidência e mortalidade por essa doença sejam significativamente reduzidas. E a campanha Março Azul é um farol de esperança nesse caminho, iluminando não apenas monumentos por todo o país, mas as possibilidades de uma vida mais saudável e livre do câncer colorretal para milhões de brasileiros.

Fonte: Correio Braziliense

Este conteúdo ajudou você?

Avaliação do Portal

1. O conteúdo que acaba de ler esclareceu suas dúvidas?
Péssimo O conteúdo ficou muito abaixo das minhas expectativas. Ruim Ainda fiquei com algumas dúvidas. Neutro Não fiquei satisfeito e nem insatisfeito. Bom O conteúdo esclareceu minhas dúvidas. Excelente O conteúdo superou todas as minhas expectativas.
2. De 1 a 5, qual a sua nota para o portal?
Péssimo O conteúdo ficou muito abaixo das minhas expectativas. Ruim Ainda fiquei com algumas dúvidas. Neutro Não fiquei satisfeito e nem insatisfeito. Bom O conteúdo esclareceu minhas dúvidas. Excelente O conteúdo superou todas as minhas expectativas.
3. Com a relação a nossa linguagem:
Péssimo O conteúdo ficou muito abaixo das minhas expectativas. Ruim Ainda fiquei com algumas dúvidas. Neutro Não fiquei satisfeito e nem insatisfeito. Bom O conteúdo esclareceu minhas dúvidas. Excelente O conteúdo superou todas as minhas expectativas.
4. Como você encontrou o nosso portal?
5. Ter o conteúdo da página com áudio ajudou você?
Esse site é protegido pelo reCAPTCHA e a política de privacidade e os termos de serviço do Google podem ser aplicados.
Multimídia

Acesse a galeria do TV Oncoguia e Biblioteca

Folhetos

Diferentes materiais educativos para download

Doações

Faça você também parte desta batalha

Cadastro

Mantenha-se conectado ao nosso trabalho