Depois do diagnóstico de câncer de mama, ela escolheu mudar de rota

Batucada, calor, música, fantasia: as lembranças de Carnaval costumam ser semelhantes para todos. Mas, para a diretora de arte Carolina Magalhães, de 37 anos, o Carnaval de 2016 traz uma memória diferente: o início de sua jornada com o câncer de mama. “Em dezembro de 2015, fui diagnosticada com um nódulo no seio. Mas, como qualquer brasileiro, deixei para resolver a pendência depois do Carnaval”, brinca Carol. 

O gânglio de dezembro não foi o primeiro a surgir: desde os 20 anos, ela sabia que tinha um nódulo benigno na mama, e sempre manteve os exames em dia. Aos 29, porém, a história tomou outro rumo: o novo nódulo era maligno.

Logo depois do glitter, dos trios elétricos e da notícia médica, Carol não demorou a agir. Já em abril de 2016 passou pela mastectomia da mama direita, que confirmou o diagnóstico. O câncer de mama agora fazia parte da realidade da baiana que, até então, vivia uma vida comum e acelerada.

“Eu estava namorando a minha atual esposa e mantinha uma rotina de trabalho intensa: pensa em alguém que não respeitava o horário comercial, essa era eu”, relembra.

A cirurgia foi o primeiro grande susto. Apesar de ter passado pela reconstrução da mama logo após a mastectomia, uma série de questionamentos a rodeou: “Um dos meus maiores sonhos era ser mãe. Mas como eu iria amamentar meu futuro filho? Quando saí do consultório, chorei muito mais do que quando recebi o diagnóstico”.

Para muitos, o câncer de mama ainda ganha a simbologia de um final. O fim da diversão, o fim da despreocupação e o fim dos planos de futuro que existiam até então.

Para Carolina, porém, o diagnóstico foi um começo: o momento em que redefiniu sua vida. Em dezembro de 2016, após o quinto ciclo de quimioterapia, Carolina se casou com a sua então namorada, Geo Nunes.

“Estava toda carequinha como resultado da quimioterapia, mas de todos os momentos do tratamento, foi um dos mais felizes e significativos”, diz Carolina com um sorriso aberto.

Aos seis meses de tratamento, Carol se deparou com mais uma notícia que abalaria qualquer um: a recidiva do câncer na mama direita. Assim, resolveu rever as prioridades. “Percebi que teria que dar uma atenção maior à minha saúde, então recuei daquela rotina caótica. Comecei a respeitar meus horários, mas sem parar de trabalhar, porque eu gostava do que eu fazia. Percebi que essa vida de respeito com a rotina era melhor.”

As 16 sessões de quimioterapia foram seguidas por 25 de radioterapia, que logo se transformaram na jornada de hormonioterapia, que se estenderia por cinco anos. Um caminho e tanto.

Ao completar quatro anos do tratamento, porém, Carol resolveu seguir rumos diferentes. As conversas sobre maternidade com Geo se intensificaram, e aquele sonho, que havia gerado tantas incertezas depois da mastectomia, não parava de vir à mente. Com a pressa causada pelo câncer e os preços inacessíveis, o casal não conseguiu congelar óvulos antes do tratamento.

“Eu achava que eu jamais poderia engravidar, mas depois de algumas conversas com a minha oncologista, descobri que ainda era possível. E foi assim que decidimos tentar a fertilização com os óvulos da Geo implantados em mim, interrompendo o tratamento. Para a nossa surpresa, deu certo de primeira!”, conta com um olhar emocionado. Foi assim que o pequeno Guilherme veio ao mundo, em 2022.

Quando Guilherme completou seis meses de idade, parou de ser amamentado para que Carolina pudesse retomar a medicação. Seu tratamento deve chegar ao fim em junho deste ano.

“Em 2024, completo oito anos desde o diagnóstico. Quando olho para trás, parece que foi ontem, mas na verdade muitas coisas aconteceram”, diz. Além de casar e gestar, Carol também deixou a empresa na qual trabalhou por mais de 10 anos.

O diagnóstico trouxe à tona uma nova paixão: a escrita. Hoje, ela tem três livros publicados – e mais um está a caminho, ela adianta.

“Coragem, força e fé” é o lema de Carolina. “Eu sempre acreditei que iria continuar vivendo, independentemente do diagnóstico. Não é um tratamento fácil, e muito se perde no caminho, mas você tem que aprender a encontrar coisas novas”, finaliza, esperançosa com o fim de seu tratamento. Do casamento à gravidez, o diagnóstico foi tudo menos um fim para Carolina – representou apenas mais um pedacinho da jornada.

Fonte: Claudia

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