Câncer raro pode ser confundido com manifestações da puberdade; conheça os sinais de alerta

Doenças raras são, por definição, aquelas que afetam menos de 200 mil pessoas. Nessa lista, o carcinoma de adrenal é considerado um dos mais incomuns dentre os tumores infantis. A incidência desse tipo de câncer é de um ou dois pacientes a cada um milhão, podendo ocorrer em crianças com 1 a 2 anos de idade, entre 7 e 16 anos, e adultos com mais de 50 anos. Ele tem identificação é extremamente difícil, sem causa determinada.

Quando ocorre em crianças e adolescentes, os sintomas podem ser confundidos com sinais tradicionais da puberdade, como o surgimento e aumento de pelos, acne, aumento peniano e do saco escrotal, engrossamento da voz, ganho de massa muscular, hipertrofia do clitóris e massa abdominal palpável.

Isso ocorre porque a glândula adrenal, que fica localizada acima dos rins, responsável pela produção de alguns hormônios essenciais, como o cortisol, aldosterona, adrenalina e noradrenalina, também produz os hormônios andrógenos, criador das características sexuais masculinas. Em excesso, as substâncias podem desencadear sinais de virilização na criança.

— Apesar de ser extremamente raro, no Brasil, principalmente na região Sul, a incidência de tumores adrenocorticais são de 10 a 15 vezes maior do que no resto do mundo, isso porque há uma alteração genética no gene supressor tumoral (TP53) que propicia o aparecimento do tumor e é encontrado em 87% das crianças — afirma Jose Viana Lima Júnior, Médico Consultor da Endocrinologia do grupo Fleury Medicina e Saúde.

Diagnóstico

Segundo o médico Sidnei Epelman, líder de oncopediatria da Oncoclínicas, esse tipo de câncer deve ser diagnosticado de forma precoce e rápida. Qualquer sinal hormonal que a criança apresentar que seja diferente da faixa etária deve ser imediatamente levado a um pediatra para uma análise clínica.

O médico pode realizar a detecção do câncer de adrenal através de exames laboratoriais (dosagem hormonal) e de imagem (tomografia computadorizada e ressonância magnética), ou através de estudos anatomopatológicos (análise microscópica de tecidos retirados das glândulas adrenais).

— Se for diagnosticado de forma rápida, há chances de o tumor estar localizado, o que facilita as chances de curar apenas com a cirurgia. Porém, se o tumor já estiver maior, com chances de metástase, ou que a ressecabilidade do tumor fique comprometido, os tratamentos são mais difíceis. É necessário além da cirurgia, sessões de quimioterapia e esquemas quimioterápicos específicos — explica Epelman.

O tratamento recomendado é a adrenalectomia, ou seja, a retirada da adrenal que tem o tumor. Ela é realizada, na maioria dos casos, por via aberta, ou seja, laparotomia — abertura cirúrgica da cavidade abdominal para fins diagnósticos e terapêuticos.

Nos Estados Unidos, são diagnosticados anualmente 15 mil novos casos de câncer pediátrico. Já no Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima 7.930 casos novos de tumores infantojuvenis para cada ano do triênio 2023-2025.

Fonte: O Globo

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