[Câncer de Mama Avançado] Vera Lúcia Campos Da Costa

Aprendendo com Você
Vera Lúcia Campos da Costa
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Vera - Tenho 56 anos, advogada, casada, sem filhos, moro no Rio de Janeiro/RJ.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Vera - Após uma viagem ao exterior, na cozinha da minha casa ao encostar o braço na mama direita.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Vera - Sim. A mama direita endurecida.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Vera - Morava em Manaus e a ginecologista que me acompanhava havia saído do convênio. Fui a uma mastologista, que nem tocou a mama e disse desconfiar que fosse uma infecção por bactéria. Não solicitou nenhum exame e passou um antibiótico por 10 dias. Não acreditei. Como vinha ao Rio, agendei uma consulta com uma ginecologista, que foi fundamental para conseguir um diagnóstico rápido.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Vera - Desde o primeiro momento achava que era câncer. Tive a certeza, intuitivamente, quando fiz a Core biópsia. No dia do exame, ao sair do laboratório, sozinha, com muita dor, decorrente da coleta do material, chorei no caminho do laboratório até o hotel. No dia da confirmação, com um telefonema da médica do Rio, foi apenas o momento de consolar meu marido, que se negava a acreditar.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Vera - A maior preocupação era onde fazer o tratamento, pois já havia a decisão de não fazer em Manaus, por não sentir confiança. Decidi pelo tratamento em Natal/RN, que durou 8 meses. Fiz quimioterapia, mastectomia radical da mama direita com esvaziamento axilar, radioterapia e depois tratamento quimioterápico complementar por 1 ano.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Vera - Logo comuniquei para toda família e rede de amigas/os e considero que foi fundamental pro sucesso do meu tratamento, o apoio/carinho, orações/rezas/preces que recebi e fiz. Todo mundo dizia que me viam com muita força e coragem e me admiravam pela tranquilidade com que lidava com a doença e o tratamento. Realmente, me sentia assim. Se o bicho era feio eu tinha que ser maior que ele. Eu é quem tinha que dominá-lo. Minha fé, sem religião definida, me fez muito forte. Procurei ter todas as informações possíveis, ia pras consultas com listinha de perguntas. Um livro que me ajudou muito foi o Anti-Câncer. Entre as sessões de quimio, quando me sentia mais disposta, fazia faxina, lavava roupa, cozinhava, passeava e comia muito. A perda do cabelo foi tranquila porque nunca tive apego a ele e o único incômodo era a dor no couro cabeludo quando começou a cair. Cortei curto no começo e depois máquina 3 quando começou a cair. O bom foi poder deixá-lo grisalho e abolir a tintura. Durante o tratamento, em paralelo, fiz acupuntura, tomei remédios homeopáticos, shakes polivitamínicos e muito chá de folha de graviola. No pós-cirúrgico e durante a radioterapia fiz fisioterapia.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Vera - Fiz radioterapia no Hospital da Liga Norte Riograndense Contra o Câncer e Considero que foi a parte mais difícil do tratamento, por ser diária, mas principalmente, pelo contato que tive com o sofrimento de pessoas pelos mais variados tipos de câncer e dificuldades de todos os tipos. Mas, ao mesmo tempo reforçava a certeza de que cada um tem a sua carga e devida força para carregá-la.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Vera - A acupuntura me ajudou muito a não sofrer tanto com os efeitos da quimio. Quase não tive enjôo. Mas, tive que abandonar o café, minha paixão, pois o gosto de metal na boca, o tornava insuportável. Acredito também que minha fé e determinação foram importantíssimas, assim como toda a rede de amor e apoio que tive ao meu lado.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Vera - A competência, a dedicação e o carinho da minha oncologista Dra Karla Assunção de C. Emerenciano, foi outro fator decisivo na tranquilidade e segurança com que passei pelo tratamento.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Vera - Sim. Em Natal: Mastologista e cirurgiã Dra Daniella da Gama Dantas, com quem fiz a mastectomia; Homeopata e Acupunturista Dra Ma das Graças G. Lima, fiz acupuntura e homeopatia; Fisioterapeuta Germana Roque. No Rio: Oncologistas Dra Maria de Lourdes L. de Oliveira, tratamento complementar e Dra Gabriela C. Passos, acompanhamento atual.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Vera - Fiz uma primeira consulta no início do tratamento, mas não considerei necessário continuar.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Vera - Vida normal e ainda criando coragem para fazer a reconstrução. Continuo fazendo acompanhamento e exames a cada 6 meses.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Vera - Já era aposentada por tempo de serviço.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Vera - Sim. Solicitei a isenção de Imposto de Renda sobre a aposentadoria.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Vera - Fazer a reconstrução mamária básica e continuar vivendo, agradecida por ter passado pela doença com a cabeça e o coração serenos.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Vera - Diria para procurar informação, um médico que sinta confiança, fé para acreditar que a doença pode ser vencida, coragem para passar pelo tratamento acreditando que ele vai fazer mais bem do que mal e o mais importante, não se isolar e descobrir que há pessoas maravilhosas passando pelo mesma doença e que, com suas experiências também podem ajudar.
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Vera - Buscando informação sobre a minha doença.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Vera - Pediria que ajudassem a divulgar o valor da acupuntura na redução dos efeitos da quimioterapia.
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Vera - É necessário o investimento em pesquisa, ciência e tecnologia. É urgente o apoio aos hospitais especializados. É urgente garantir o acesso das pessoas mais necessitadas ao tratamento.
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