[Câncer de Mama] Valéria Araújo

Aprendendo com Você
Valéria Araújo
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Valéria - Sou Valéria, solteira, tenho 54 anos, um filho e um neto, lindos! Sou de Guaíra-SP
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Valéria - Eu tinha 39 anos e um dia, deitada na cama, senti uma coceira na pele, abaixo da mama. Ao coçar, senti um carocinho, que não estava ali há menos de 6 meses, porque eu havia feito ultrasson e papanicolau e estava tudo bem. Corri ao meu gineco e ele também notou e me encaminhou para o Hospital de Câncer de Barretos.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Valéria - O único sinal foi a presença do pequeno nódulo, não tive dor, nada.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Valéria - Apenas o tempo de espera entre os exames e o resultado.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Valéria - Eu já imaginava, pois tenho histórico familiar muito grande; não deixou de ser um baque, senti como se uma foice ceifasse todos os meus sonhos e planos, não tive medo do tratamento, apenas temia que não tivesse sucesso.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Valéria - Com meu companheiro, pois além de depressivo, era muito dependente e alcoólatra, e por meu filho que tinha 17 anos e havia acabado de entrar na faculdade e eu sabia que não estavam preparados (acho que ninguém está) para uma batalha incógnita e eu era o esteio da minha casa.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Valéria - Eu tive duas vezes, a 1° na mama esquerda e a 2° na mama direita, todos em estágio inicial, sendo tratados cirurgicamente, quimio e rádio. Estou curada, apenas em exames anuais de prevenção. Clínica e fisicamente não foi fácil, na quimio não senti nenhum efeito colateral, na rádio queimou muito a pele, sem contar que tenho dificuldades de cicatrização e na 1°. a cirurgia ficou aberta 8 meses e na 2° 3 meses, fechando por 2a. intenção. Precisei de apoio psiquiátrico e psicológico também.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Valéria - Acho que todo o tratamento, pois cada um tem uma forma e são como uma nova batalha a cada vez que começa.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Valéria - O único problema mesmo foi a cicatrização difícil o restante deu para enfrentar melhor.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Valéria - Muito boa, todos eles na onco sempre nos estimulam e são positivos em relação a tudo, nos deixam à vontade e bem tranquilas.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Valéria - Sim, psiquiatria e psicologia, pois entrei em depressão, precisei ser medicada.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Valéria - Ainda faço acompanhamento, são 17 anos de medicação, porém apenas a parte psiquiátrica, na psicológica eu lido muito bem com tudo isto já.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Valéria - Melhorou muito na qualidade psicológica, fiz mudanças significativas em meus valores, amores, sentimentos, atitudes, melhorou muito.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Valéria - Não, fui aposentada por invalidez, pois na 1° vez fiz esvaziamento axilar e na 2° não foi preciso.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Valéria - Não foi necessário, tudo transcorreu bem dentro das orientações que recebi.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Valéria - Não tenho mais. Vivo um dia de cada vez, faço planos, mas em pequenas coisas, nada grandioso.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Valéria - Que o câncer não é sentença de morte, apesar que somos muito estigmatizados com a sombra da morte, por pessoas leigas e mal informadas; o tratamento não é fácil, é cruel para alguns, mas para Deus tudo é possível. Não devem temer o enfrentamento, mas precisam promover mudanças fundamentais em seus modos de vida, para que vivam bem, com qualidade e paz.
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Valéria - Pesquisando sobre alguns tipos de câncer.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Valéria - Não. Apenas dizer que continuem o trabalho, pois é de suma importância para todo o caminho a ser percorrido.
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Valéria - Que fossem mais empatas, humanos, que olhassem com carinho para a doença e o tratamento, priorizando a saúde, equipando, profissionalizando, pois hoje somos nós, infelizmente amanhã poderão ser eles ou alguém que eles muito amam, pois considero o câncer uma doença justa: não escolhe cor, etnia, idade, rico, pobre, a todos ele pode atingir e feliz aquele que puder se tratar, com qualidade.
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