[Câncer Colorretal] Mona Hamden

Aprendendo com Você
Mona Hamden
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Mona - Tenho 54 anos, sou taróloga e cafeomancista, tenho um casal de filhos, sou viúva há 5 anos e resido atualmente em Campos dos Goytacazes, no Estado do Rio de Janeiro.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Mona - Na consulta com a proctologista, tive um prolapso do tumor e na consulta foi colhido o material para biópsia. Já fui muito bem orientada de qual seria o resultado, a única dúvida era se era um câncer de ânus ou no intestino.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Mona -
    Os meus sintomas se confundiram com os sintomas da hemorroida, uma dor constante e sangramento quando fazia coco, não tive perda de peso, desanimo em fazer as minhas atividades, era todo o incomodo que uma hemorroida provoca.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Mona - Eu sempre digo que sou uma pessoa de muita sorte, mesmo tratando pelo SUS tive todo apoio familiar na busca dos exames, colonoscopia, tomografias e ressonância. Feito tudo isso, foi determinado o estadiamento da doença e o inicio do tratamento.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Mona - Por incrível que pareça fiquei normal, senti uma vontade muito grande de lutar e com o pensamento na vitória.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Mona - Em como dar a noticia aos meus filhos, deixa-los tranquilos e protegidos, eu tive meu diagnóstico em 2013, três anos após o falecimento do meu marido com câncer de pulmão. Meus filhos nem haviam ainda superado a morte do pai e eu estava também com câncer. Manter uma vida normal para os meus filhos foi a maior preocupação e que, com a graça de Deus, consegui e consigo.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Mona - Sim, comecei meu tratamento no dia 6 de janeiro de 2014,com um tratamento neo adjuvante,pois minha oncologista me informou que meu tratamento era cirúrgico,mas que eu faria sessões de quimioterapia e radioterapia juntos,a primeira semana do meu tratamento consistiu em rádio e quimio juntos de segunda a sexta,e no decorrer mais três semanas de radioterapia apenas e após essas três semanas a ultima semana tb foi radioterapia e quimioterapia juntos,onde se concluiu o tratamento neo adjuvante com excelente resultados,o tumor sumiu era como se eu não tivesse mais nenhuma doença,mas ela ainda estava lá.Terminada essa fase que fora bem difícil,pois a radioterapia provocou muitas assaduras foi terrível ,verdadeiramente fogo no rabo ,rs,na caso do meu câncer após o tratamento neo adjuvante há que se fazer a cirurgia no prazo máximo de 12 semanas,como eu faço meu tratamento em uma UNACON, fui encaminhada pela minha oncologista ao cirurgião proctologista .Na realidade os médicos não tinham nenhuma dificuldade em falar do meu diagnóstico de câncer mas nas sequelas que o tratamento curativo me deixaria. O meu câncer é de reto baixo,começou no esfincter, invadiu a parede do meu ânus e o canal da vagina mesmo eu tendo uma excelente resposta ao tratamento neo adjuvante a indicação cirúrgica era a amputação do reto,ânus e o canal da vagina e uma colostomia definitiva. Uma mutilação muito grande,mas mesmo assim eu aceitei e segui na esperança de não ter uma colostomia definitiva,foi ai que a sorte sorriu pra mim novamente,por ter havido uma invasão do canal da vagina pelo tumor o cirurgião proctologista me encaminhou pra um jovem e brilhante cirurgião oncológico Dr.Haroldo Igreja que ao me examinar me deu a possibilidade da reconstrução do canal da minha vagina e do meu intestino,o que eu aceitei de pronto eu ficaria ostomizada de seis a nove meses o meu intestino seria preparado para constipar e de três em três dias eu faria clister. Bom ai começou a minha jornada ,após analisar as tomografias pré operatórias devido a enfisemas no pulmão o Dr. Haroldo descartou a possibilidade da reconstrução e marcou a cirurgia me conformei novamente em usar a bolsa para o resto da minha vida,mas eles me respondiam quando eu perguntava que eu ainda poderia remar mesmo usando a bolsa,td pronto pra cirurgia e a cirurgia e desmarcada adiada por dez dias.Fui operada em maio de 2014,uma cirurgia programada para 4 horas acabou quase que em 12 horas,eu ainda me recordo de um médico comentando com outro da grande mutilação que seria minha cirurgia. Acordei na UTI ou CTI e quando meu cirurgião veio me ver o Dr Haroldo Igreja me deu a melhor noticia da minha vida que ele havia me reconstruído,eu não sei qual é a palavra para expressar meu animo de viver a minha felicidade me dava forças pra enfrentar bum pós operatório mais complicado por eu não poderia me sentar por um mês e usar a sonda urinaria por um mês tb e me adaptar ao ostoma isso me deprimiu um pouco mas segui em frente afinal eu não ia ficar ostomizada Mesmo o resultado do meu exame histopatológico ter sido muito bom meu cirurgião achou melhor eu fazer mais três ciclos de quimioterapia.Retornei então para minha oncologista onde fiz os ciclos seis semanas e uma de descanso da mesma quimioterapia que havia feito no tratamento neo adjuvante,correu td bem apesar de estar com os leucócitos baixos não tive nenhuma intercorrência no tratamento,terminei esse tratamento no dia 24 de Dezembro de 2014 ,e durante a quimioterapia fazia as revisões de minha cirurgia com o Dr.Haroldo e em março de 2015 fi a minha tão sonhada reconstrução do intestino.mas nos exames pré-operatório acusou num nódulo no meu pulmão e após a reconstrução com êxito do meu intestino e a retirada da bolsa,minha oncologista me encaminhou ao cirurgião torácico que optou em fazer a cirurgia para remover o nódulo de 1cm,constatou ser uma metástase mas com as bordas livres,me adaptando ainda com o novo funcionamento do meu corpo voltei a fazer quimioterapia essa bem mais forte que as anteriores mas correu td bem mesmo com as intercorrências dos leucócitos e plaquetas baixos tendo que suspender sessões terminei em janeiro. Agora é pegar o resultado das tomografias e de sangue passar pelo cirurgião e rezar pra não haver mais nenhuma metástase.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Mona - No meu caso fica impossível definir qual o tratamento mais difícil, se foram as quimioterapias ou as cirurgias eu não tenho folga quando termino uma estou em outra na sequencia, sou muito bem cuidada. Minha cirurgia de reconstrução é praticamente inédita toda dificuldade que eu passo e recompensada por tudo que o Dr Haroldo e a igreja fez por mim e ainda faz.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Mona - Sim, tive intercorrências no tratamento neo adjuvante, os pós-operatórios foram barra, mas o que sempre me ajudou é o suporte que eu tenho da UNACON do HEAA, do meu cirurgião da minha oncologista e dos profissionais de enfermagem, eles são o suporte da minha luta, porque eles lutam por mim.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Mona - A minha oncologista, a Dr. Renata, sempre me deu toda atenção necessária e esclarecimentos.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Mona - Sim, eu me relaciono muito bem com meu cirurgião,desde a minha primeira consulta ele me disse que teríamos um casamento de 5 anos.Nosso contato e continuo ele dividiu comigo a alegria de publicar a minha cirurgia em um congresso internacional de medicina em 2015 o nosso sucesso nos alegra muito. Temos uma parceria muito boa e eu sou muito grata a ele por toda qualidade de vida que ele me concedeu.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Mona - No inicio do tratamento minha família achou melhor eu fazer um acompanhamento psicológico,eu gostei mas logo após a cirurgia dispensei ,no caso o tratamento era ela quem vinha a minha casa e se eu necessitasse ela iria tb ao hospital.Eu acho importante o acompanhamento mas não era o meu caso, eu sou muito de boa com minha doença.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Mona - A minha vida está plena, faço tudo, cuido dos meus filhos eu não perdi o controle da minha vida esse era o meu maior temor.E sem a bolsa esqueço que estou doente.alias tds que me conhecem esquecem isso muitas vezes eu tenho que lembra-los, vivo dizendo que vou fazer uma camiseta com os dizeres "Respeite, paciente oncológico".
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Mona - Sim continuo, nunca parei de dar atendimentos ,muitas vezes diminui mas parar não, pois meu trabalho é minha única renda.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Mona - Ainda não utilizei nenhum direito, mas pretendo utilizar pois comprei um imóvel vou pedir isenção de IPTU e estou pretendendo comprar um carro, me disseram também que terei muitos descontos de impostos.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Mona - O meu futuro está em andamento, estou me estabilizando em Campos dos Goytacazes, fazendo novos clientes e preparando uma vida estável para meus filhos e minha neta. Estou em uma fase maravilhosa da minha vida, muito, mas muito feliz.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Mona - Informação é tudo na luta contra o câncer, confie em seus médicos eles farão o melhor por você. Não de ouvidos a crendices e nunca ache que uma pílula irá resolver sua vida. Lute por você seja a seu favor o tempo todo porque a vida não se acaba com um diagnóstico de câncer.
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Mona - Na minha busca por informações achei a dialética de vocês muito esclarecedora é muito bom ter informações corretas nessa luta. A informação é a maior arma que uso, assim que vocês entraram na minha vida.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Mona - Falar mais sobre o câncer de intestino e sobre o uso da bolsa.
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Mona - Um maior investimento nas UNACON, eu fico imaginando com deve ser difícil fazer tratamento em vários locais.
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