[Câncer de Mama] Maria Luíza Do Nascimento Serra

Aprendendo com Você
Maria Luíza do Nascimento Serra
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Maria - Tenho 48 anos, sou professora, dois filhos universitários, casada, mineira, mas que mora em Belém/PA.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Maria - Mesmo fazendo anualmente o controle ginecológico, na última consulta em setembro/2014 a médica não me examinou e não observou com cuidado a mamografia que já apresentava um pequeno tumor. Apalpando a mama, detectei um pequeno caroço no lado direito, próximo a cicatriz da mamoplastia feita em 2009. Na minha ignorância imaginei ser uma queloide interna.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Maria - O único sinal foi o caroço que percebi em novembro/2014.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Maria - Por nunca acharmos que o câncer é uma doença que nos acometerá, só procurei o médico em Belém em abril/2015. Foi feita uma ressonância e depois uma biópsia. E foi diagnosticado o carcinoma maligno ductal epidérmico somente no início de maio/2015.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Maria - Ingenuamente acessei o site do laboratório para retirar o resultado do exame e fiquei surpresa com o resultado. Fiquei anestesiada. Mas não chorei nem desesperei. Achei anti ético o resultado ser disponibilizado pela internet. Deveria ser entregue ao médico.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Maria - A preocupação ao saber do resultado foi procurar imediatamente o médico e fazer o fosse necessário. Mas não fiz nenhum procedimento em Belém. Até porque o médico disse que poderia viajar (eu estava com as férias marcadas) e que o câncer não avançaria tão rápido. Rumei para BH, fui atendida pelo "papa" da mastologia - Dr. Washington Cançado e fui operada na semana seguinte à consulta. Em BH a urgência era outra.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Maria - Fiz a primeira cirurgia em 29/05/2015. Foi feito a quadrantectomia e a retirada do sentinela. Em 22/06/2015 fui submetida a segunda cirurgia para o esvaziamento axilar. Felizmente os 22 linfonodos retirados deram negativos. Estou fazendo exercícios para recuperar os movimentos do braço, na próxima semana farei a tomografia e em seguida as 20 sessões de radioterapia. Posteriormente, a quimioterapia.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Maria - O que me assusta é a quimioterapia. Tenho muito medo de ficar fraca e passar muito mal e também não sei como me sentirei sem os cabelos.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Maria - Ainda não iniciei os tratamentos.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Maria - Só tive contato com o radioterapeuta. Por sinal gentilíssimo e me passou muita segurança. Aliás toda a equipe que tive contato no,Hospital Felício Rocho em BH é excelente. Desde a recepcionista, porteiro e o médico.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Maria - Além do mastologista tive contato também com o cirurgião plástico que esteve presente na primeira cirurgia e reconstruiu a mama com muita perfeição.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Maria - Não houve necessidade de um acompanhamento psicológico. Aliás esta foi a preocupação do médico ao me ver tão tranquilidade. Ele disse: O que me preocupa são as valentes! Mas enfrentei tudo com serenidade, bom humor e sempre esperançosa e confiante em Deus e em toda a equipe. Não tinha que chorar ou me revoltar. Agradável não é mas se existe a doença vamos fazer o que for possível e rápido.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Maria - Continuo confiante. Não vou desanimar, apesar de estar longe da minha casa e do meu marido, que continua em Belém. Estou na casa da minha filha e ficarei em BH durante todo o tratamento. Vou enfrentar tudo o que vier pela frente. Durante toda a vida enfrentamos momentos ruins e bons, mas todos passam.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Maria - Deixei de trabalhar porque estou em tratamento em outro Estado.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Maria - Estou buscando porque como fiz o esvaziamento da axila e o braço fica comprometido tenho direito a adquirir o carro com câmbio automático, mas percebi que o DETRAN procura dificultar o máximo. Pra começar só poderei entrar com o recurso depois de 6 meses após a cirurgia.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Maria - Levar uma vida mais leve, deixando o perfeccionismo, as crises nervosas por bobagens de lado, mudar os hábitos alimentares, viver cada dia com se fosse o último e usar todas as minhas habilidades para ajudar o meu próximo carente. Vi nestes últimos meses como a vida muda radicalmente e não podemos perder tempo.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Maria - Chore se sentir vontade, mas quando terminar de chorar vista sua armadura e vá a luta, faça o que for necessário, confie no seu médico ( se não confiar, mude), mantenha a fé e não desista nunca.
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Maria - Conheci o Oncoguia através do Facebook e até já recebi um lindo lenço que veio lindamente embalado e acompanhado de um bilhete carinhosamente escrito.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Maria - Não. Peço apenas que continue este trabalho lindo e de grande utilidade.
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Maria - Tive e estou tendo os melhores médicos, fui operada no melhor hospital de BH, faço exames em equipamentos dos mais modernos, mas sei que isso não acontece com a maioria. Vejo as reportagens e fico muito triste com a situação nos hospitais pelo Brasil. Políticos, olhem para a saúde da população brasileira como se fosse a sua família. Pois na realidade, somo uma grande família. Repense seus atos e atitudes e sejam mais caridosos. Esta é a sua responsabilidade e é o que esta população pobre e sofrida espera de vocês: o mínimo de atenção.
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