[Câncer de Mama] Louise Liu

Aprendendo com Você
Louise Liu
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Louise - Meu nome é Louise e tenho 40 anos. Sou odontopediatra, casada e moro em Curitiba.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Louise - Aos 34 anos, durante um autoexame, percebi um nódulo no seio direito. Passei por eco mamária, mamografia, ressonância magnética e biópsia e foi diagnosticado carcinoma ductal invasivo triplo positivo na mama direita.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Louise - Não tive nenhum sintoma. Somente sentia um pequeno nódulo quando apalpava o seio.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Louise - Minha maior dificuldade foi encontrar um médico acessível e que soubesse conversar comigo. Acho que quanto mais informação recebo, menos ansiosa fico. Felizmente, na segunda tentativa, encontrei meu oncologista que me acompanha até hoje.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Louise - A sensação é de estar "no olho de um furacão". Não sabia o que pensar primeiro, em tratamentos, cirurgia, como meus pais e meu marido ficariam se eu morresse, se algum dia seria possível "ser mãe "... Aos poucos, com a ajuda do marido e da família, ganhei coragem e confiança para focar no meu tratamento. Este suporte emocional foi fundamental.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Louise - Minha maior preocupação era a possibilidade palpável da morte, de nunca mais poder engravidar e também de conseguir que o plano de saúde cobrisse todo o longo tratamento que eu tinha pela frente.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Louise - Em 2010 tive meu diagnóstico do câncer primário de mama triplo positivo. Fiz a mastectomia radical da mama direita e colocação de expansor, quimioterapia em dose densa e posteriormente em 2011 fiz a reconstrução da mama e aréola.Continuei com Herceptin e Tamoxifeno por 1 ano. Em 2012, durante uma vídeo laparoscopia para extração de um cisto ovariano (não posso tratar com hormônios!) dolorido, meu médico detectou uma mancha branca na superfície do meu fígado. Aí passei por ressonância magnética, biópsia, exame himunohistoquimico, e foi diagnosticado metástases hepáticas triplo negativas do câncer de mama. Passei por mais quimioterapias, cirurgia, etc... Estou há 25 meses fazendo controles com aplicação de Avastin a cada 21 dias. Minha doença está em remissão. No primeiro diagnóstico, parei minha vida para me tratar, apesar do baque da notícia. No diagnóstico das metástases, entrei numa espiral e parei tudo para morrer. Foi muito difícil acreditar que eu ia conseguir superar aquela situação.Graças ao suporte médico, emocional, espiritual e todo o apoio familiar que tive consegui chegar aqui hoje.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Louise - O tratamento mais difícil para mim foi a quimioterapia pois eu tinha muitos efeitos colaterais. A parte gástrica foi pouco afetada, mas tive muitas dores no corpo, nas articulações. Era impossível querer sair da cama. A neuropatia periférica também não ajudou, pois desde os primeiros ciclos em 2010 precisei parar de trabalhar. Os sintomas de menopausa foram duros de enfrentar. Tive capsulite adesiva bilateral nos ombros porque a articulação ressecou. Imunidade baixa fazia com que eu tivesse gripes fortíssimas. A anemia me fez precisar de 4 bolsas de sangue (transfusão). Estas reações todas e mais algumas acabam deprimido e desanimando... mas tive diariamente a minha família e amigas para me fazerem companhia e ajudavam a elevar meu humor.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Louise - Continuo muito cansada. Minha disposição para atividades cotidianas varia bastante. Faço caminhadas com meus cachorros e estou fazendo psicoterapia para lidar com todas as mudanças da minha vida.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Louise - Minha relação com meu oncologista é muito boa. Conversamos francamente e tenho liberdade de fazer perguntas e questionar decisões. Ele está sempre disponível para urgências e é bastante interessado.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Louise - Sim, com o médico cirurgião oncoplastico para a reconstrução da mama. Com fisioterapeutas para pós cirúrgicos e para a capsulite adesiva dos ombros. Com nutricionista para não piorar os sintomas gástricos da quimio. Com cirurgião hepático para remoção das metástases residuais pós quimioterapia. Com psicoterapeuta para lidar com as mudanças que o câncer trouxe para minha vida. Enfermagem, que me atende a cada 21 dias para a medicação de controle. Dentista, para evitar focos infecciosos na boca e tratar mucosite.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Louise - Sim, após o controle da doença, em , 2015, procurei uma psicoterapeuta. Ela tem me auxiliado a fortalecer o meu emocional e a reaprender a sonhar.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Louise - Minha vida hoje está... diferente. Em tudo. Mais simples. Mais prática. Mais desapegada. Mais família. Mais amor. Mais apaixonada. Mais agradecida. Ainda não voltei a trabalhar. Estou descartando alguns projetos e reativando outros. Tenho altos e baixos mas estou aprendendo a me levantar mais rápido. Estou na fila de adoção...
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Louise - Sou odontopediatra e necessito estar com a motricidade fina das mãos intacta para trabalhar. A neuropatia periférica atrapalha bastante e precisei parar de clinicar.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Louise - Continuar em remissão, ser mãe, terminar meu mestrado, etc...Ainda estou redefinindo meus projetos, aqueles que realmente valem a pena para mim.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Louise - Nada é impossível. Nenhuma estatística vale para o TEU caso. Viva APESAR das estatísticas. Aguente firme que o "furacão" vai embora.
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Louise - Pela internet, pesquisando sobre minha doença.
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Louise - Deveriam ser feitas mais campanhas periódicas com muito mais informações de prevenção para a população e a acessibilidade e infraestrutura para diagnósticos e tratamentos de ponta para todos.
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