[Linfoma Não Hodgkin ] Hildette Rangel Enger

Aprendendo com Você

• Essa entrevista foi preenchida em 28/05/2015

• Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Hildette - Sou médica, tenho 79 anos, dois filhos e viuva há dois anos.
• Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Hildette - Há 7 anos descobri um caroço no pescoço. Pensei inicialmente tratar-se de algo infeccioso, mas os exames foram negativos.
• Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Hildette - Desanimo e cansaço que inicialmente atribuí a idade....
• Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Hildette - Não tive dificuldades. Tudo transcorreu da melhor forma possível.
• Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Hildette - Estava sozinha quando o colega me transmitiu por telefone o resultado da biopsia que eu tinha feito anteriormente...Não sei o que pensei. Chorei muito!
• Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Hildette - Morrer logo e deixar meu marido que estava dependendo de mim, num processo de senilidade.
• Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Hildette - Fiz o tratamento no IBCC com quimio e radioterapia. Finalizei e fiquei 4 anos bem. Em 2013 houve recidiva e tratei novamente e estou atualmente nos controles, o tratamento acabou há um ano e meio. Estou bem!
• Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Hildette - A radioterapia, por ser todos os dias no mesmo horário e por muitos dias, o que não dá tempo para descansar... A vida para. Gira só em torno da hora de ir para o hospital...
• Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Hildette - Cansaço, dores no corpo, diarreias, dormências nos pés e mãos ... Mas nada tão grave que me jogasse na cama.
• Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Hildette - Muito boa.
• Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Hildette - A enfermeira que me instalava as quimioterapias ficou minha amiga. Tive uma médica acupunturista, que me aliviava das dores...
• Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Hildette - Sim. Inicialmente fui a um psiquiatra para me dar suporte para tolerar o momento, mas suas sessões de terapia me deram muito mais suporte do que eu esperava!
• Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Hildette - Eu viajo, participo de encontros literários, cuido de mim que agora sou viúva e também da minha casa. Vivo com uma filha, um neto, três gatinhos, um cachorro e muitas plantas no jardim. Tenho amigas com quem falo frequentemente e vivo intensamente o que dá para viver!
• Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Hildette - Como médica, não trabalho mais para ganhar dinheiro, embora ás vezes atenda algum amigo ou antigo cliente. Parei pela idade e não pelo câncer.
• Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Hildette - Procurei ser isenta do desconto do imposto de renda na fonte. Deu trabalho, mas consegui!
• Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Hildette - Não faço projetos.meu futuro é hoje. Aprendi a viver depois do câncer de uma forma mais descompromissada, sem amanhãs. O Bom está aqui e agora!
• Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Hildette - Não pensar em morte, porque está é inevitável, com ou sem câncer. A meta é a vida. Lutar pela vida é a orientação que tenho para dar e ter fé porque a fé nos dá forças.
  
• Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Hildette - Uma vizinha (ex paciente) me trouxe um livro que recebeu do Oncoguia para eu ver receitas agradáveis para comer durante o tratamento. Depois entrei no site para me informar mais.
• Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Hildette - Sinceramente, não. Se melhorar estraga!
• Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Hildette - É fácil: é só dar aos pacientes o que dariam se fosse a mãe deles ou um filho...