[Câncer de Mama] Danielle Pires

Aprendendo com Você

• Essa entrevista foi preenchida em 13/04/2016

• Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Danielle - Tenho 35 anos, sou do Rio de Janeiro/RJ, designer de interiores e enfermeira, divorciada e sem filhos.
• Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Danielle - Descobri o CA durante um exame clínico de rotina, com minha gineco, que também é mastologista.
• Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Danielle - Sem sintomatologia. Apenas uma massa espessa, palpável (mas que apenas a medica identificou).
• Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Danielle - Sem dificuldades. Fiz exames de imagem (usg, mamografia e ressonância) e a core biópsia guiada por ultra.
• Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Danielle - No primeiro momento, perdi o chão, chorei! Mas logo em seguida, ergui a cabeça disposta a enfrentar a doença e ficar curada!
• Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Danielle - Minha maior preocupação era fazer o que fosse preciso pra ficar curada!
• Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Danielle - Em 04/11/2015 a médica identificou a massa espessa em minha mama direita. Solicitou todos os exames, que realizei durante aquele mês e em 02/12/2015 recebi a confirmação que estava com câncer. Em 15/01/2016, fui submetida a adenomastectomia. Em fevereiro, com o resultado da biópsia em mãos, a oncologista achou que eu deveria passar por 4 sessões de quimio. Me recusei! Tinha certeza que não ia ser necessário! Assim, ela me solicitou o Mama Print, cujo resultado foi que meu tumor era de baixo risco de recidiva, descartando, assim, as sessões de quimio. Ela prescreveu o Tamoxifeno por 5 anos, que eu me recusei a fazer também, considerando que as chances de recidiva são muito baixas (5% em 5 anos) e todos os efeitos colaterais que o medicamento pode provocar (incluindo aqui ca de endométrio). Apenas mudei meu estilo de vida: melhorei alimentação, estou praticando exercícios físicos, meditando, sorrindo mais... Enfim, vivendo!
• Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Danielle - O tratamento mais difícil é o recebido pelas pessoas! Muitas olham pra gente com ar de piedade, outras exigem que assumamos um papel de vítima, sofredor!
• Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Danielle - Após a cirurgia fiquei com mamas assimétricas, mas que com o expansor voltaram a ter mesmo volume (apesar de uma estar mais caidinha que a outra). E assim mesmo, arrumei um namorado maravilhoso e me acho uma mulher cada dia mais linda!
• Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Danielle - Tenho uma relação amistosa com minha onco! Confio nela, mesmo tendo me recusado a seguir sua prescrição.
• Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Danielle - Faço terapia com psicóloga (desde 2013) - apenas mudei um pouco o foco das sessões. Faço acompanhamento nutricional e com coach.
• Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Danielle - Faço. Mas já fazia desde 2013.
• Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Danielle - Minha vida está melhor do que antes! Me redescobri enquanto pessoa e mulher! Sou mais segura de mim!
• Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Danielle - Sigo trabalhando e agora tenho mais clientes que antes!
• Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Danielle - Resgatei FGTS.
• Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Danielle - Viver e ser feliz!
• Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Danielle - Seja o autor de sua vida! Viva! Seja feliz! Sua mente tem poder sobre seu corpo! Trabalhe ela!
• Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Danielle - Google.
• Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Danielle - Vou deixar um texto que escrevi em 21/01/2016: Sem pedir licença. Você chegou sem pedir licença. E invadiu a minha vida, tomando meu peito. Não fiz objeções, apesar de ter me assustado. Aproveitei sua chegada pra ver minha vida sob uma nova perspectiva. Você me deixou mais confiante de mim! Você me fez crescer enquanto pessoa e mulher! Você mudou minha maneira de pensar e de encarar a vida. Não vou agradecer, mas não posso reclamar! Você me fez enxergar o lado positivo das coisas e me fez perceber que quanto mais fracos estamos, mais fortes nos tornamos. Enfrentar é uma forma de conhecer e aceitar e de compreender. Pois quando aceitamos, conseguimos conduzir nossa vida de forma leve e positiva. Você chegou pra agitar ainda mais minha vida. Pra me fazer acordar e pra me colocar nos eixos. E conseguir enfrentar! Enfrentar meus medos, minha insegurança, meus anseios...Enfrentar a mim mesma e o mundo em que vivo. Ir a favor da onda ou contra a correnteza, sempre que necessário! Câncer, você foi uma pedra em meu sapato, mas eu sou mais forte e te venci! (Dani Pires - 21/01/2016)
• Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Danielle - Mais campanhas de estímulo à saúde (não a doenças especificas)!