[Câncer de Cabeça e Pescoço] Cândida Ferreira Da Silva

Aprendendo com Você
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Cândida - Tenho 89 anos e não trabalho fora. Criei 6 filhos, perdi 2 (um de acidente e outro do coração). Fui casada e agora sou viúva. Moro com 2 filhas, as mais novas.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Cândida - Penteando o cabelo notei uma parte dura no pescoço. Chamei minha filha e ela também viu. Imediatamente fomos ao médico. Ele começou as pesquisas e levou quase um ano para descobrir onde era o problema. Era um câncer no cavum. Fiz vários exames de vídeo no nariz, com médicos otorrinos e o resultado sempre dava normal. Eu tinha sangramento pelo nariz. Mas sempre tive muita rinite e achava aquilo normal. O médico cauterizava e melhorava. Quando procurei um médico de cabeça e pescoço, ele examinou todos os exames, ressonância, tomografias e nada. Mas na ultrassonografia de pescoço acusava vários nódulos, porém não se descobria a origem. O médico de cabeça e pescoço, não ficou satisfeito com o resultado dos exames do nariz, então resolveu, ele mesmo, realizar esse exame. E foi aí que apareceu um nódulo bem pequenino no cavum. Mas ele introduziu a sondinha muito mais profundamente do que os outros médicos. Ele verdadeiramente pesquisou detalhadamente para descobrir onde estava o problema. Se eu tivesse ficado só com os resultados dos outros médicos não teria tratado adequadamente. Alguns médicos precisam insistir mais e ouvir mais o paciente. Durante vários anos eu tratei com otorrinos, mas eles só cauterizavam e pronto e enquanto isso a doença ia avançando.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Cândida - Sangramento nasal, muita sinusite, obstrução e rinites.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Cândida - Não se descobria o local exato da origem dos nódulos do pescoço.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Cândida - É sempre uma notícia ruim, mas como ela veio aos poucos fui sendo forçada pelas circunstâncias. Não tinha o que fazer. Como creio em Deus entrei em oração e fui tratar.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Cândida - Morrer nunca é bem vindo.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Cândida - Em 2010 terminei o tratamento. Radioterapia e quimioterapia. Muito ruim. Na radioterapia me queimaram bastante. Meu pescoço ficou em carne viva. Precisei interromper a quimio. Na primeira aplicação do reforço a dose foi alta demais e eu não havia sido informada da alteração da dose. Eu havia emagrecido e a dose foi aumentada. Sempre soube que a dose deveria ser de acordo com o peso. Passei muito mal, fui internada, minha imunidade caiu muito e o reforço foi suspenso.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Cândida - A quimioterapia é muito difícil porque no dia seguinte vem aquele cansaço, fraqueza, enjoo e não conseguimos ficar de pé.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Cândida - Fraqueza, cansaço, dores do corpo, queimaduras no pescoço. Perdi a salivação. Minhas filhas. Elas me davam chá de boldo para não enjoar. (Foi perguntado ao médico se poderia. Ele autorizou). A alimentação foi especial. Muitas frutas, legumes e verduras. Mais carne branca e quase não comia carne vermelha. Tomava suplementos vitamínicos. Leite de soja e nada de leite de vaca. Me alimentava de 3 em 3 horas. Muito suco de frutas naturais e água de coco. Não ingeria gorduras e nem frituras. Mantenho até hoje esta alimentação.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Cândida - Boa. Ele só pecou com relação à dose do reforço. A gente sempre deseja um pouco mais de mimo. Faz parte. Muita frieza assusta e desestimula o tratamento. Acho que um oncologista não precisa ser tão frio.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Cândida - Sim. Nutrologista, dentista e outras especialidades médicas.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Cândida - Não. Minhas filhas cumpriram bem este papel. Recebi apoio de toda minha família.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Cândida - Muito boa. Com bastante idade e as sequelas do tratamento. Sem saliva. Com labirintite. Ouvindo quase nada. Estou tratando de tudo e quero viver bem. Minha cabeça funciona bem.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Cândida - A idade não permite mais.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Cândida - Fé em Deus. os médicos são orientados por Ele. É preciso enfrentar para lutar contra. Não desanimar e nem desistir. Mudar a alimentação radicalmente. Beber muita água.
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Cândida - Minha filha, através do facebook.
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Cândida - Não começar a pesquisa pelo raio X. Inicie sempre pelo pet scan. Isso pode ser a diferença entre a vida e a morte. Perde-se muito tempo e dinheiro com exames mais baratos que não mostram nada. Se for fazer as contas dos exames que eu fiz antes do pet scan, o valor será, com certeza, muito mais alto do que o valor apenas do pet. Bastaria fazer só esse exame para descobrir. Haveria economia de gastos para o plano. É bom que se pense nisso. Fiz muitos raios x, muitos ultrassons, muitas ressonâncias, tomografias e muitos outros.
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