Instituto Oncoguia - Você poderia se apresentar?
Iêda Moraes - Eu sou Iêda Moraes, tenho 58 anos e moro em Macaé/RJ. Gosto de poesias, conversar, palestrar e viajar.
Instituto Oncoguia - Qual seu tipo de câncer ?
Iêda Moraes - Câncer de mama ductal invasivo - Triplo negativo - Grau histológico 03
Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer?
Iêda Moraes - Na visita ao ginecologista ele percebeu um nódulo e me encaminhou para a malograria e ultrassom. Pela expressão da médica que fez a mamografia e adiantou o resultado e pelo comentário que o médico do ultrassom fez, percebi que não era boa coisa. Ele disse que não podia afirmar que era câncer porque só quem diz é a biópsia, mas que minha imagem era muito suspeita.
Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico?
Iêda Moraes - Quando levei os exames para o ginecologista, ele na mesma hora marcou uma consulta com o oncologista cirurgião. Como foi tudo muito rápido não tive tempo de pensar muito. O que me veio a cabeça na hora foi: "Estou, não adianta chorar nem se desesperar, o que preciso é fazer tudo que tem de ser feito e acreditar na cura".
Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento?
Iêda Moraes - Quanto tempo ainda teria de vida.
Instituto Oncoguia - O que aconteceu depois disso?
Iêda Moraes - Fiz a cirurgia e começou a peregrinação nos laboratórios para exames: topografia computadorizada, cintilografia óssea, ressonância magnética e por aí...
Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento?
Iêda Moraes - Sim.
Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil?
Iêda Moraes - A FEC 90 ou AC a conhecida químio vermelha (ainda não passei pela rádio, não sei como vai ser) pelos efeitos colaterais que tive.
Instituto Oncoguia - Você teve efeitos colaterais?
Iêda Moraes - Sim, eram três dias com vômitos tipo exorcista, mais uns dez com ânsia de vômito.
Instituto Oncoguia - Como foi a relação com o seu médico?
Iêda Moraes - Muito boa.
Instituto Oncoguia - Com que outro profissional você se relacionou?
Iêda Moraes - Nutricionista.
Instituto Oncoguia - Você fez acompanhamento psicológico?
Iêda Moraes - Estou fazendo agora, há umas três semanas.
Instituto Oncoguia - E com nutricionista?
Iêda Moraes - Sim, desde o início.
Instituto Oncoguia - Você está em tratamento ou já finalizou?
Iêda Moraes - Estou em tratamento, termino a químio branca (Taxol) em duas semanas e depois vou fazer a radio.
Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje?
Iêda Moraes - Um pouco parada, estou de licença médica. Procuro ler, fazer contatos pela net e conversar com os amigos pelo telefone.
Instituto Oncoguia - Conte-nos sobre seu trabalho e planos para o futuro.
Iêda Moraes - Sou professora, pedagoga e mestre em Letras, estou licenciada, pretendo ao final do tratamento retomar meu trabalho, talvez não mais em sala de aula, mas extraclasse. E pretendo viajar mais.
Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje?
Iêda Moraes - Não se desesperar, procurar se informar melhor sobre seu tipo de câncer, pois a cada dia tem novas descobertas, mudar alguns hábitos alimentares, buscando uma vida mais saudável.
Instituto Oncoguia - Qual a importância da informação durante o tratamento de um câncer?
Iêda Moraes - Muito importante, você descobre que seu corpo pode ajudar a matar as células, principalmente na alimentação.
Instituto Oncoguia - Você buscou se informar?
Iêda Moraes - Sim, lendo, conversando com as pessoas, entrando em blogs, sites, ...
Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia?
Iêda Moraes - Pesquisando na net.
Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar?
Iêda Moraes - Não.
Instituto Oncoguia - Você sabia que possuímos um trabalho focado na melhoria da situação do Câncer no Brasil? Estamos sempre em contato com políticos e gestores que podem ajudar a melhorar as políticas públicas brasileiras relacionadas ao câncer. Se você fosse mandar um recado para um político, o que você gostaria que mudasse ou melhorasse considerando tudo o que você passou?
Iêda Moraes - Que eles pudessem interferir na legislação Estadual e Municipal referente a perda do vale refeição quando do afastamento do servidor. Concordo em parte com isso, alguns afastamentos são desnecessários, entretanto quem tem câncer, não tem porque querer, e nesse momento os gastos são muitos com remédios, alimentação que tem de ser fortalecida, e, quando mais se precisa perde a ajuda. Gostaria que fosse colocado uma cláusula nessas legislações abrindo uma exceção para os portadores de carcinoma, temos outros direitos porque não esse?