[Câncer de Mama] Anelise De Almeida Gajardo

Aprendendo com Você
Anelise de Almeida Gajardo
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Anelise - Tenho 44 anos, sou professora, tive 3 abortos espontâneos, sou divorciada, moro em Farroupilha, no Rio Grande do Sul.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Anelise - Faço exames mamográficos anuais há 10 anos, pois tenho histórico familiar de câncer de mama e ovários tanto na família paterna como na materna. De um tempo para cá surgiram algumas calcificações e estas se mostraram agrupadas, o BI-RADS passou de 2 para 3, o exame de imagem sugeria achados provavelmente benignos e recomendava exames semestrais. O Dr Paulo Roberto Dal Ponte que é meu ginecologista sugeriu que eu repetisse o exame depois de 4 meses, quando veio o resultado o mesmo dizia que as calcificações não sofreram alterações e novamente BI-RADS 3. Ele olhou a imagem com muita atenção e sugeriu que eu procurasse um mastologista para retirar as calcificações. Só depois da cirurgia quando ficou pronto o exame histopatológico que fiquei sabendo que tinha um " carcinoma ductal in situ de alto grau".
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Anelise - Os únicos achados eram os da mamografia que pelo laudo do serviço de imagem eram provavelmente benignos.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Anelise - O diagnóstico após o agulhamento foi preciso e o do imuno-histquímico mostrou que as células são 95% alimentadas por estrogênio e progesterona. O exame que mais demorou foi o BCRA 1 e2 e antes que ele ficasse pronto eu não poderia marcar a mastectomia. O fato das calcificações não serem palpáveis retarda o diagnóstico, pois as campanhas falam do autoexame, mas nesse caso não seria possível perceber.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Anelise - Como eu nem suspeitava de nada, não realizei buscas na internet para possíveis diagnósticos e conclusões, isto fez com que eu estivesse mais tranquila. Num primeiro momento pensei: vou morrer disso, como será o tratamento...mas o que me emocionou foi o fato do meu ginecologista desconfiar da imagem e sugerir a retirada das calcificações. Serei eternamente grata por descobrir num estágio inicial e ter 100% de chances de cura.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Anelise - Qual tratamento que eu teria que fazer??? A mastectomia só da mama direita me preocupa, não só pelos fins estéticos, mas pela possibilidade de ter câncer na outra mama.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Anelise - A cirurgia está marcada para o final do mês de agosto, farei a retirada da mama direita e reconstrução com prótese e a simetrização.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Anelise - O fato de descobrir em uma fase inicial tem me poupado de muitas coisas, nesse ano já fiz duas cirurgias (artrodese de coluna cervical em fevereiro, agulhamento e retirada das calcificações em junho) e agora a mastectomia, com isso não tenho poder exercer algumas atividades e planejar muita coisa. Estou vivendo o momento e acolhendo esses sentimentos.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Anelise - Até agora nada.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Anelise - Quem me encaminhou para o oncologista foi o mastologista, tive duas consultas até agora e ele me deixou segura e confiante quanto ao tratamento. Sugeriu que eu anotasse as dúvidas para depois perguntar, pois nem sempre na hora da consulta consigo assimilar o que foi falado e é depois que surgem os questionamentos.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Anelise - Até o momento não.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Anelise - Não faço.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Anelise - Estou aguardando a cirurgia e já passei por vários estágios de aceitação, rejeição, barganha, depressão e acolhimento. Agora que já tenho uma data provável estou reagindo e enxergando o processo como a cura. Estou mais voltada para família, amigas e coisas que me fazem bem.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Anelise - Em virtude da artrodese e do agulhamento eu já estava de licença saúde e agora ela foi renovada.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Anelise - Estou atenta quanto ao plano de saúde e projetos de lei que determinam a reconstrução das duas mamas (Projeto de Lei da Câmara (PLC) 5/201).
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Anelise - Estou vivendo o presente e num futuro breve me vejo curada, estou aprendendo que não tenho o controle do futuro, mas têm coisas que podem ser prevenidas.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Anelise - Cada caso é um caso, confie no seu médico e procure o conforto nas pessoas que te amam.
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Anelise - Eu estava no consultório médico e recebi o resultado do imuno-histquímico como a consulta ia demorar, resolvi procurar na internet, mas procurando fontes dignas e daí encontrei o Oncoguia. Não via a hora de chegar em casa e ler o resto. O guia é muito didático e esclarecedor, ao ler ia entendendo mais o que estava acontecendo e estabelecendo relações com que os médicos haviam dito. Foi muito acalentador e esclarecedor.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Anelise - Que vocês continuem tratando os pacientes com informações precisas e com linguagem acessível para todos.
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Anelise - Não adianta criarem leis se elas não são cumpridas, se os pacientes tem que buscar na justiça os seus direitos e porque algo não está funcionando.
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