Veto de Tarcísio a vacinação nas escolas prejudica combate ao câncer

Não tem cabimento o veto do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ao Projeto de Lei que prevê levar às escolas a vacinação de crianças e adolescentes contra o papilomavírus humano (HPV), causa de diversos tipos de câncer, em especial no colo do útero. Aprovada pela Assembleia Legislativa em agosto, a proposta estabelece um calendário estadual de imunização, com participação das escolas, além de políticas públicas de conscientização, diagnóstico e tratamento.

Em sua justificativa, o governador alegou que já existem iniciativas do tipo. Ainda assim, o veto é condenável, pois as taxas de vacinação contra o HPV em São Paulo estão abaixo da meta recomendada pelo Ministério da Saúde, de 95%. Segundo estudo da Fundação do Câncer divulgado em março, o índice estava em 77% para a primeira dose e apenas 60% para a segunda. Certamente a oferta nas escolas contribuiria para elevar esses números.

As baixas taxas de vacinação contra o HPV são um problema não apenas em São Paulo. De acordo com o estudo, todas as regiões do país estão abaixo da meta. Na média nacional, a cobertura entre meninas de 9 a 14 anos era de 76% para a primeira dose e 57% para a segunda. Entre os meninos, os números são ainda piores: 52% na primeira e 36% na segunda. O projeto em São Paulo é uma iniciativa inspiradora que depois poderia ser repetida noutros estados.

Baixos índices de vacinação infelizmente têm sido uma constante no Brasil nos últimos anos, rompendo uma das mais celebradas conquistas do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Os motivos são muitos: desinformação disseminada por movimentos antivacina, dificuldade de acesso aos postos, falta de campanhas do Ministério da Saúde, falta de doses e acomodação da população num cenário de controle das doenças. Levar vacinas às escolas tem se mostrado uma experiência bem-sucedida para ampliar as coberturas.

Espera-se que o debate sobre o projeto não esteja contaminado pela ideologia. Trata-se tão somente de uma questão de saúde pública. A cada ano, o Brasil registra 700 mil novas infecções pelo HPV, e 95% dos casos de câncer de colo do útero estão relacionados ao vírus. Vacinar-se é a melhor forma de se proteger, mas não dá para imaginar que adolescentes e jovens comparecerão espontaneamente aos postos de saúde.

Uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) de 2019 revelou que o principal motivo para a recusa às vacinas contra o HPV é a desinformação. Daí a importância da escola. Não só do ponto de vista logístico, pela facilidade que oferece, mas por ser o lugar adequado para informar os jovens sobre problemas que lhes dizem respeito. Tarcísio deveria rever sua decisão, ou a própria Assembleia deveria derrubar o veto.

Fonte: O Globo

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