O câncer além dos remédios: o grande papel de práticas, como meditação, ioga e reiki no tratamento da doença
Quando recebeu o diagnóstico de câncer de mama, há seis anos, a funcionária pública federal aposentada Adriana Valois, hoje com 54 anos, ficou, como segundo ela fica a grande maioria dos pacientes oncológicos num primeiro momento: sem chão. Seus pés se sentiram firmes novamente quando conheceu o Instituto ZENcancer, onde foi acolhida, e hoje é uma das voluntárias que acolhe os que chegam em busca de ajuda. Em suas palavras, “o câncer vai muito além do tratamento médico, é preciso suporte emocional” para atravessar o que, não necessariamente, é uma sentença de morte.
Adriana é um dos cerca de 100 voluntários do instituto — na maioria dos casos pacientes e ex-pacientes oncológicos —, fundado em 2018 pela instrutora de ioga Luciana Lobo, que teve câncer de mama em 2017 e, desde então, trabalha para “mudar o olhar sobre a doença”. A chamada medicina integrativa que Luciana promove já chegou ao Instituto Nacional do Câncer (Inca), onde são realizadas práticas de ioga e relaxamento com pacientes adultos e pediátricos, seus familiares e profissionais da saúde. A parceria, garante Sima Ferman, chefe do serviço de pediatria do Inca, “tem sido um diferencial muito importante para os pacientes e para seus pais, porque não podemos esquecer dos pais”.
— Estudos recentes mostram que quando os pais conseguem enfrentar melhor a doença dos filhos o tratamento das crianças melhora. Conseguimos a cura numa grande quantidade de casos, e trabalhamos para que a qualidade de vida do paciente, e de sua família, seja a melhor possível — explica Sima, entusiasmada com o trabalho que, segundo ela, “transformou o hospital num lugar menos pesado”.
As práticas de relaxamento, acrescentou, “são um complemento essencial para o tratamento oncológico. Porque o tratamento, apenas, não resolve as demandas das crianças e de seus pais”.
— O acolhimento ajuda os familiares a terem forças para enfrentar e ajudar — frisa a médica.
O trabalho em conjunto entre o ZENcancer e o INCAvoluntário tem tido um impacto tão positivo, afirmou Fernanda Vieira, gerente geral do INCAvoluntário, que as práticas devem se expandir a outras sedes do INCA no Rio. O ZENcancer também participa de uma Ação Educativa na Área de Ensino e Pesquisa do Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro.
— As práticas de relaxamento melhoraram o convívio geral e o bem-estar psicossocial de pacientes, familiares e profissionais da saúde. Elas trazem um conforto muito grande, porque cuidamos do corpo e da mente. Os relatos que recebemos são de que os tratamentos melhoram quando todos estão menos ansiosos — comenta Fernanda.
Segundo ela, “fazer práticas de relaxamento como ioga ajudam os pacientes a absorverem melhor os medicamentos e, a seus familiares, sobretudo mães de pacientes pediátricos, a entenderem melhor o que estão vivendo”.
Atualmente, as práticas são realizadas no Inca1, onde se tratam a maioria dos tipos de câncer e pacientes pediátricos, e no Inca3, especializado em câncer de mama. Com 17 funcionários e 180 voluntários — número ainda muito abaixo dos 600 que atuavam no grupo antes de pandemia —, o INCAvoluntários, junto ao ZENcancer, está trazendo conforto em momentos onde predominam a angústia e a dor. Segundo Fernanda, “as mudanças de comportamento em pacientes e familiares são incríveis”.
— Mães de pacientes oncológicos que chegam nervosas, muitas vezes até mesmo agressivas, conseguem entender melhor a doença de seus filhos — frisa ela.
Benefícios
Num espaço muito menor, mas que chega, através de parceiros espalhados por vários estados do Brasil, e desde o começo do ano até mesmo em Portugal, o ZENcancer tem hoje 475 inscritos. Tudo começou e continua numa sala em Botafogo, onde Luciana, coautora do livro “O que aprendi com minhas células rebeldes?”, passou a dedicar tempo para ajudar pacientes oncológicos que não têm recursos para financiar terapias alternativas. O instituto tem atualmente práticas gratuitas de ioga restaurativa, psicoterapia, arteterapia, terapia floral, fisioterapia, reiki, meditação e mindfullness. O programa de Práticas Interativas Complementares (PICs), explica o relatório de atividades do ZENcancer, “tem como objetivo oferecer gratuitamente práticas integrativas e complementares aos tratamentos médicos ao maior número possível de pacientes oncológicos. A cada dia, novos estudos indicam os benefícios destas práticas, sendo possível reduzir o nível de cortisol (hormônio do estresse), diminuir a fadiga, os distúrbios do sono, a ansiedade e o medo. Estes benefícios ajudam consideravelmente na recuperação do sistema imune e na melhora da qualidade de vida durante e após o tratamento”.
— Queremos mudar o olhar sobre o câncer, e mudar a ideia de que um diagnóstico de câncer é uma sentença de morte — afirma Luciana, que com seus conhecimentos como instrutora de ioga e mestre em microbiologia, abriu um caminho hoje abraçado por muitos.
Alto astral
Adriana é uma de suas primeiras discípulas. Em tratamento por um câncer de mama metastático, a funcionária pública dedica grande parte de seu tempo a ajudar outros pacientes oncológicos. Seu alto astral é contagiante, e impacta qualquer pessoa que a conhece. O desejo de transmitir o que aprendeu no instituto a fez estudar ioga restaurativa para poder acolher outros.
— Como as pessoas me viam bem, me pediam que eu falasse com amigos e familiares que estavam com câncer, muito pra baixo. Um dia cheguei no instituto angustiada, e disse para a Luciana que gostaria de ajudar essas pessoas. Ela me deu uma bolsa para fazer o curso de ioga restaurativa e assim comecei. Vou ajudar outros pacientes até meu último dia de vida — conta Adriana, defensora ferrenha da necessidade de, ao longo do tratamento, e depois, dele, cuidar do corpo e da mente.
— Quando recebe o diagnóstico, o paciente oncológico fica sem chão. No instituto, a gente se sente seguro no chão e do chão a gente não passa — afirma a funcionária pública.
Ela garante que os quatro pilares de sustentação da doença são “o amor que recebi de minha família, o ZENcancer, o Lar do Frei Luiz e meu oncologista, Mário Alberto”.
— Através do instituto alcancei uma conexão com a minha verdade, com o meu próprio ser. Aprendi que o autocuidado é fundamental para ter mente e corpo saudáveis, sem contar com a rede de amizades e troca troca de figurinhas, pois falamos a mesma língua, entendemos as dores alheias e as nossas próprias dores e sofrimentos. Lá consegui liberar as minhas emoções e soltar o meu choro engasgado — conclui Adriana.
Para mais gente
A fundadora do instituto ZENcancer, Luciana Lobo, teve câncer de mama em 2017 e, desde então, trabalha para ajudar outros pacientes oncológicos. Quando recebeu o diagnóstico, ela, que já era instrutora de ioga, redobrou as atividades do que chama de práticas complementares e restaurativas, chegando a desembolsar cerca de R$ 5 mil por mês.
O tamanho da despesa, conta Luciana, a fez perceber que esse tipo de prática, considerado por ela essencial para pacientes e familiares, não está ao alcance de todos. Muito pelo contrário. Poucas pessoas podem dispor de R$ 5 mil mensais para fazer atividades como ioga, fisioterapia e psicoterapia.
Atualmente, Luciana financia o instituto com seus próprios meios, e consegue levar adiante um trabalho que está se expandindo graças à colaboração de seus voluntários. Com um trabalho presencial e híbrido, o instituto está presente em 55 cidades, de 11 estados do Brasil, além de sua recente chegada à Portugal.
Fonte: O Globo
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