Câncer nas favelas: 69% têm dificuldade de acesso ao cuidado, diz pesquisa

A dificuldade de acesso aos cuidados de saúde é a principal barreira que atrapalha a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer nas favelas. É o que mostra a primeira pesquisa nacional sobre a percepção do câncer nas favelas brasileiras, apresentada durante a abertura do 13º Fórum Nacional Oncoguia, realizado pela ONG Oncoguia, em Brasília, nesta terça-feira (9). 

O levantamento, que foi feito em conjunto com o instituto de pesquisa Data Favela, aponta que 69% dos moradores enfrentam desafios para acessar as instituições de saúde, enquanto 82% apontam demora para realizar exames. A maioria do público ouvido depende exclusivamente do SUS (82%).

O estudo ouviu 2.963 homens e mulheres de favelas localizadas em todas as regiões do país, entre os dias 18 de janeiro deste ano e 1º de fevereiro. A pesquisa foi realizada a partir de um questionário online de autopreenchimento.

Dos respondentes: 

  • 81% são pessoas negras 
  • 81% são de classes sociais D/E 
  • 91% têm escolaridade até o ensino médio 
  • 82% usam exclusivamente o SUS.

As principais dificuldades elencadas pelos respondentes que os impedem de se cuidarem melhor em relação ao câncer: 

  • 69% dificuldade de acesso ao cuidado 
  • 62% desinformação 
  • 56% falta de infraestrutura 
  • 49% dificuldade para se cuidar/priorizar a própria saúde.

1. Dificuldades de acesso à saúde: dificuldade e demora para marcar exames apropriados na rede pública de saúde; falta de vagas para atendimento médico/demora em marcar consulta; falta de acesso e acompanhamento médico.

2. Desinformação: falta de informação sobre o câncer, seu diagnóstico e prevenção; baixa percepção sobre risco de desenvolver câncer; medo de realizar exames preventivos de rotina; medo de receber diagnóstico da doença; informações falsas.

3. Falta de infraestrutura de serviços e profissionais: falta de especialidades médicas/exames específicos na unidade de saúde mais próxima de seu endereço; falta de acesso aos equipamentos de saúde adequados (exames, médicos e serviços de saúde).

4. Dificuldade para se cuidar/priorizar a própria saúde: dificuldade em deixar hábitos que são prejudiciais à saúde (como fumar e ingerir bebida alcoólica em excesso); falta de tempo para se cuidar e notar possíveis sintomas devido à rotina de trabalho; falta de tempo para realizar exames/acompanhamento médico.

De acordo com a pesquisa, 55% dos moradores consideram fácil ir até a UBS (Unidade Básica de Saúde) ou UPA (Unidade de Pronto Atendimento), mas 82% levam até 1 hora para chegar até o local.

Segundo a pesquisa, os moradores das favelas concordam que: 

  • Têm menos acesso à prevenção e diagnóstico precoce sobre câncer (70%); 
  • Têm consciência da importância da prevenção, mas não têm acesso aos equipamentos adequados (69%); 
  • Têm muito medo de descobrir um diagnóstico de câncer (65%).

Além disso, a pesquisa mostra que o cuidado dos filhos também afeta o cuidado com a própria saúde, sobretudo para mulheres com filhos de até 2 anos: 44% das pessoas com filhos concordam que se tivessem com quem deixar os filhos, poderiam cuidar melhor da saúde.

Enquanto 59% dos participantes fazem exames de rotina, 41% afirmaram que só realizam exames quando estão doentes.

Mitos sobre o câncer Segundo a pesquisa, determinadas percepções equivocadas sobre o câncer ainda geram confusão e dúvida entre parte dos participantes e podem ser alvo de campanhas informativas:

  • 21% dizem que "eu prefiro não ficar fazendo exame sobre câncer, porque quem procura, acha". 
  • 27% concordam que "Deus é quem determina se alguém vai ou não ter câncer, prevenção e exames não mudam isso". 
  • 40% acham que o tabaco causa apenas câncer de pulmão. 
  • 30% acreditam que "se pessoas na minha família tiveram câncer, também terei, já que o câncer é hereditário". 
  • 29% acreditam que alimentos cozidos no micro-ondas provocam câncer.

Quais ações os moradores acham que pode aumentar o conhecimento, prevenção e diagnóstico precoce de câncer? 

  • Campanhas sobre câncer (77%); 
  • Investimento em saúde (67%); 
  • Ampliação de formas de cuidado, com ajuda dos agentes de saúde (42%).

Fonte: UOL Viva Bem

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