Câncer de mama: mulheres brancas têm mais chance de estarem vivas 5 anos após diagnóstico do que mulheres negras, aponta estudo

Foto: stefamerpik no Freepik
Mulheres brancas com câncer de mama têm mais chance de estarem vivas cinco anos após o diagnóstico e início do tratamento do que mulheres negras. É o que aponta um estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
As disparidades na sobrevivência entre mulheres negras e mulheres brancas estão relacionadas, de acordo com o estudo, ao diagnóstico tardio, característica do tumor, comorbidades, acesso, atrasos, adesão e resposta ao tratamento.
O objetivo do estudo, segundo Diama Vale, professora-doutora da Unicamp, foi verificar e comparar o câncer de mama com as taxas de sobrevivência entre mulheres negras e mulheres brancas, de acordo com a idade e o estágio do tumor no momento do diagnóstico.
O estudo examinou mulheres diagnosticadas com câncer de mama de 2010 a 2014 em Campinas (SP), e foi conduzido usando dados disponíveis no Registro de Câncer de Base Populacional (PBCR). A variável primária de análise foi a raça declarada das mulheres.
“A gente fez uma avaliação muito apurada desses casos registrados no registro de câncer, de 2010 a 2014, e quando estava avaliando a questão da mortalidade, nos chamou atenção o fato de as taxas relacionadas com diagnóstico, acesso e tratamento das mulheres com câncer de mama serem apresentadas para a gente de forma diferenciada entre as mulheres pretas e as mulheres brancas”, pontuou Diama.
O PBCR é administrado pelo Setor de Vigilância da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que coleta informações sobre todos os cânceres diagnosticados no município, seja pelo sistema público ou privado. O registro coleta informações como local do câncer, morfologia, idade, estágio e estado vital.
O estudo analisou um banco de dados composto por 2.715 pacientes, dos quais 2.276 (83,8%) declararam raça. A análise refere-se tanto para mulheres negras como para mulheres multirraciais de países africanos e de descendência europeia.
Sobrevivência e resultados
Em Campinas, dos anos de 2010 a 2014, o número total de novos casos de câncer de mama entre mulheres negras e brancas foram 218 e 1.522 casos, respectivamente. O estudo mostra que houve significativamente mais casos diagnosticados nos estágios III e IV entre mulheres negras, apesar de a doença ter sido mais diagnosticada em mulheres brancas.
O estudo concluiu que, em Campinas, no período de cinco anos, a sobrevivência foi menor entre as mulheres negras. Além disso, que a menor sobrevida observada entre mulheres negras ocorre, principalmente, devido a fatores sociais, econômicos, biológicos e culturais. As diferenças observadas em diagnósticos tardios sustentam que o acesso ao sistema de saúde pode desempenhar um papel crucial.
“Nós observamos que entre as mulheres pretas, o diagnóstico de câncer de mama aconteceu em estágios mais avançados, então foram 35% de casos avançados entre as mulheres brancas e 43% entre as mulheres pretas […] A gente observou o risco ajustado de morte 1,7 vezes maior entre as mulheres pretas do que entre as mulheres brancas, e nós observamos que a chance de uma mulher preta estar viva após cinco anos do diagnóstico de câncer de mama ficou em 72%, e entre as mulheres brancas, de 80%. E essa diferença também foi significativa. Então, as mulheres pretas têm menos chances de estarem vivas após cinco anos do diagnóstico do que as mulheres brancas”, afirma a pesquisadora.
Racismo estrutural e dificuldades para diagnóstico
Atrasos para a descoberta da doença e início do tratamento de forma precoce podem levar a diferenças significativas na sobrevivência. A pesquisa aponta que as mulheres negras em estágios avançados apresentaram maior risco de morte e que o acesso limitado aos serviços de saúde pode afetar a qualidade e a adequação do tratamento recebido.
A menor sobrevivência observada entre as mulheres negras pode ser atribuída à segregação de acordo com a raça por associação com renda mais baixa e menos acesso a práticas preventivas. O estudo aponta que enfrentar o racismo estrutural é essencial para o controle do câncer de mama em mulheres negras.
“Através do aparecimento de nódulos ou de algum outro sintoma, essas mulheres que se apresentam já para o sistema de saúde como sintomáticas, têm muita dificuldade de prosseguir nessa linha de cuidado para o diagnóstico, e depois para o tratamento. E nós estamos observando se isso é diferente entre as mulheres brancas e entre as mulheres negras, e a nossa hipótese é que sim, que esse acesso ao diagnóstico nas pacientes sintomáticas é ruim. Dificultado para todas, com agravamento de uma piora de condição entre as mulheres negras”, reflete Diama.
Para a pesquisadora, é necessário que as mulheres negras sejam inseridas no processo de diagnóstico através de exames complementares.
"[Assim], mais rapidamente ela vai ser sim beneficiada. Mas a gente espera também que o SUS seja capaz de dar acolhimento da mesma forma para essas mulheres a partir do acolhimento dessas mulheres sintomáticas na atenção primária e especialmente nas unidades básicas de saúde".
Fonte: g1
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