[LEUCEMIA] Andrea Jacini

Instituto Oncoguia - Você poderia se apresentar?

Hoje meu objetivo maior é de fato me curar e ter uma vida normal e ajudar guerreiros como eu, sempre há uma forma para isso.

Instituto Oncoguia - Como você descobriu que estava com câncer?

Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu?

Andrea Jacini - Dois dias após o mielograma, eu tive a notícia que mudaria minha vida: eu estava com leucemia mieloide aguda. Nesse mesmo dia ela conversou com o Dr. Flavio Zuardi Jr e me encaminhou a ele, não me lembro de todas as palavras da doutora, uma vez que, quando você recebe um diagnóstico como esse, fica sem chão, se sente impotente e pensa: vou morrer.

Foi um mix de sentimentos e veio um flash de toda a minha vida até aquele momento que foi cruel sim, impotência total, sabe?

Instituto Oncoguia - Qual era a sua maior preocupação no momento em que te deram a notícia?

Andrea Jacini - Medo de morrer, na minha cabeça era assim, câncer mata e eu estava com algo que poderia me matar.

Instituto Oncoguia - Quais foram os passos tomados após o recebimento do diagnóstico?

Andrea Jacini - Fui encaminhada ao Dr. Flavio Zuardi Jr. e no mesmo dia do diagnóstico fui internada, onde fiquei 2 meses na primeira fase, que acredito que foi o ciclo quimioterápico mais duro e difícil para mim, minha família e amigos.

Instituto Oncoguia - Em que momento do tratamento você se encontra agora? Quais tratamentos você já realizou?

Andrea Jacini - Hoje posso dizer que estou praticamente curada. Finalizei a manutenção quimioterápica em outubro/2011.

Fiz uso de quimio venosa, recebida através do portcath (cateter), fiz 8 sessões de quimio venosa e por 2 anos tomei uma injeção chamada Metotrexato (tomava uma vez por semana), a cada 15 dias no intervalo de 3 meses eu tomava Vesanoid (ATRA), diariamente tomava Purinethol, fiz uso de injeções de anticorpos e muitas (mas muitas) transfusões, entre hemácias, plaqueta e plasma fiz uso de remédios básicos para cuidar do estômago, do emocional, vitaminas e complemento alimentar.

Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual foi o tratamento mais difícil? Por quê?

Andrea Jacini - Meu médico é um anjo que Deus colocou na minha vida, tenho uma boa relação de paciente/médico.

Andrea Jacini - Sim, tive acompanhamento com nutriocionista e psicóloga durante todo esse tempo de tratamento, confesso que foi importante e me ajudou muito, ainda hoje passo regularmente na nutri e duas vezes ao mês na psicóloga.

Instituto Oncoguia - Na sua opinião, o que é mais difícil de enfrentar durante o tratamento e por quê?

Andrea Jacini - A forma de encarar a doença que estava no meu sangue, aceitei a doença e fiz um trabalho interno, filtrei as informações que eu deveria saber e uma vez eu ouvi a seguinte frase: "Há dois caminhos quando se descobre um câncer: um é seguir lutando sorrindo (por mais duro e difícil que seja, e eu sei que é) e o ouro é seguir a luta chorando", com certeza você pode ser derrotado se escolher a última opção.

Eu optei por seguir a luta sorrindo, apesar de ter sofrido demais em todos os sentidos, e isso me ajudou muito, eu vi que eu posso e sou capaz de lutar contra um câncer e aqui estou dividindo minha história.

Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Nos conte sobre seu trabalho e planos para o futuro.

Andrea Jacini - Hoje estou bem, praticamente curada, me sinto assim e acredito na cura. Não vivo pensando no futuro, vivo um dia de cada vez e faço dele o melhor possível para que o meu dia de amanhã seja melhor que hoje.

Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje?

Andrea Jacini - Deus acima de tudo, tenha fé, ela move montanhas, acredite que você pode é capaz de enfrentar de frente o câncer e pode vencê-lo. Temos uma força gigante e devemos usar essa força a nosso favor.

Instituto Oncoguia - Qual a importância da informação durante o tratamento de um câncer?

Andrea Jacini - Acho super importante estar informado sobre a doença que você esta tratando, conversando abertamente com seu médico e não procurando informações na internet, muitas vezes lemos coisas que não são boas e para nós que estamos ali naquele tratamento. O correto e sadio é ter seu médico como seu amigo, conversar com ele ou ter acesso a profissionais e ONGs da área como o Oncoguia que possam nos ajudar a esclarecer as nossas diversas dúvidas.

Instituto Oncoguia -Você buscou se informar? De que maneira?

Andrea Jacini - No começo não quis saber nada, achei melhor! Devagar fui aceitando a doença e conversando abertamente com meu médico, meu médico me falou sobre vocês e outra Ong da área - busquei algumas informações, aprendi com outros pacientes guerreiros com quem tenho até hoje um laço lindo de amizade, ajudamos uns aos outros.

Instituto Oncoguia - Como você acredita que o trabalho do Oncoguia ajuda os pacientes? Te ajudou/ajuda de alguma forma?

Andrea Jacini - Me ajudou bastante e ainda ajuda, não somente a minha pessoa, mas a minha família e amigos. Vocês podem continuar ajudando estando sempre atualizados e dividindo experiências de outros guerreiros.

Instituto Oncoguia - Mais alguma coisa que você gostaria de nos contar?

Andrea Jacini - Eu tive câncer, mas ele nunca me teve! Eu aprendi isso com uma querida amiga, Danny Pimenta, que e também uma guerreira