[CÂNCER DE MAMA] Maricy

Maricy

Instituto Oncoguia - Você poderia se apresentar?

Maricy - Olá meu nome é Maricy, moro em Porto Alegre.

Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer?

Maricy - Fazendo exames de rotina no mês de Maio/2012, onde o tumor aparecia na mamografia, porém não diagnosticado na interpretação do radiologista, ao falecer minha irmã em junho/2012 de câncer de mama, não consegui mais descansar insisti com a Ginecologista que queria investigar melhor, pois não dormia direito sempre com uma intuição muito forte me avisando, uma sensação indescritível, um pressentimento, após muita insistência de minha parte (Intuição que não sei explicar) fiz novamente no mesmo laboratório, mamo e ecografia novamente sem indicação de nada pediu ao radiologista após o exame que me tocasse, pois estava muito angustiada, talvez impressionada com a morte de minha irmã, ele fez o toque e achou o nódulo, não soube me explicar como não apareceu nos exames, solicitou uma ressonância com contraste que também não indicou, levei todos os exames à minha ginecologista que imediatamente pediu uma biopsia, onde veio então o diagnóstico. Na verdade após a consulta ao mastologista viu nas mamografias e eco que estava aparecendo foi erro de interpretação do radiologista.

Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico?

Maricy - Senti abrir um buraco à minha frente, passa um filme na cabeça, os pensamentos ficam desencontrados, a gente não consegue enxergar perspectiva nenhuma naquele momento a não ser a possibilidade de morrer, considero isso normal, pois sempre achamos (inconscientemente) que somos imortais ou vamos morrer bem velhinhos, então a vontade é de viver tudo o que não se viveu é imensa e questionada, mas no decorrer dos dias e do tratamento vai passando, os pensamentos mudam no sentido de lutar contra a doença e se "livrar” dela o quanto antes.

Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento?

Maricy - O pensamento "voa” os sentimentos se misturam, angústia muito grande, sempre fiz exames a cada seis meses por decisão minha, como prevenção (devido ao histórico familiar, mãe e irmã) e foi difícil assimilar, pois o que eu mais questionava comigo era: ”Sempre me cuidei” como foi acontecer? Minha preocupação era fazer o quanto antes a consulta ao Mastologista e Oncologista para começar o tratamento.

Instituto Oncoguia - O que aconteceu depois disso?

Maricy - Tomei a decisão antes mesmo de consultar o mastologista que faria a mastectomia total (retirada das duas mamas), ao ser questionada pelo médico o motivo, falei que não queria viver com uma sombra, com medo de aparecer na outra mama, fiz a cirurgia sendo possível colocar na hora duas próteses de silicone, pois não havia comprometimento na pele, bico e gânglios. Para minha surpresa no retorno do patologista, já havia um ducto formado na mama supostamente "sadia” que eu resolvi tirar como prevenção. Isso me fez crer que tive muita sorte, pois minha intuição me "avisou” da doença e também me avisou que deveria fazer a mastectomia nas duas mamas, me impulsionando a pensar cada vez mais positivo e enfrentar com muito otimismo o que viria pela frente.

Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento?

Maricy – Sim, fiz a cirurgia em Outubro/2012, após seis sessões de quimioterapias (terminadas em Março/2013).

Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil?

Maricy - Acho que o mais difícil são as quimioterapias, pelo seus efeitos colaterais, que são devastadores. Na cirurgia, independente de ser um quadrante ou a mama toda os efeitos são psicológicos (autoestima) que podemos trabalhar com ajuda psicológica.

Instituto Oncoguia - Você teve efeitos colaterais?

Maricy - Sim. Não tive náuseas nem diarreias, pois tomei uma medicação chamada EMEND que foi maravilhoso, pois inibe as náuseas, senti muita dor no corpo, unhas e língua roxas e doloridas, perda do paladar e cabelos, consequentemente o apetite diminui, insônia, alguns lapsos de memória e autoestima no "chão”. O pior pra mim foram as dores generalizadas pelo corpo.

Instituto Oncoguia - Como foi a relação com o seu médico?

Maricy - Esta sendo tranquila, relação médico/paciente, tanto mastologista como oncologista, esclarecem minhas dúvidas, são solícitos, serão ainda muitos anos de convivência esporádica, pela rotina de exames a serem seguidos.

Instituto Oncoguia - Com que outro profissional você se relacionou?

Maricy - Ginecogista

Instituto Oncoguia - Você fez acompanhamento psicológico?

Maricy - Estou fazendo terapia com psicólogo.

Instituto Oncoguia - E com nutricionista?

Maricy - Sim estou sendo acompanhada por uma nutricionista do próprio hospital que fiz o tratamento.

Instituto Oncoguia - Você está em tratamento ou já finalizou?

Maricy - Terminei em março, agora exames periódicos e Tamoxifeno

Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje?

Maricy - Voltei a trabalhar após seis meses de afastamento, tento fazer de minha vida o mais normal possível, bola pra frente e tentar esquecer o que passou, foi uma grande provação e aprendizado. A vida é AGORA , passado já era, futuro ninguém sabe.

Instituto Oncoguia - Conte-nos sobre seu trabalho e planos para o futuro.

Maricy - Sou bancária há 24 anos e planos que tenho é tentar viver intensamente o AGORA, fazer o que tenho vontade, falar o que penso, continuar sendo muito positiva e encarar o que passei, não como um castigo, mas uma grande provação que Deus nos dá, encarei como um aviso de que algo tem que mudar ou descobrir qual minha missão aqui neste planeta, ainda tenho que descobrir o que é pois como já relatei do futuro ninguém sabe!

Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje?

Maricy - Ao receber o diagnostico não existe chão nem expectativas, porém isso é momentâneo se o OTIMISMO estiver e for bem estimulado, pois nossos pensamentos atraem tudo o que for positivo ou negativo, ter muita esperança e acreditar nos tratamentos que estão hoje muito avançados, procurar e sentir confiança nos médicos e acreditar que mesmo sendo um tratamento doloroso tanto físico como emocional, tudo vai passar, eu, a cada quimioterapia pensava ”é menos uma” e a cada dia que me sentia ruim, meus pensamentos eram de muito positivismo (isso tem que vir de dentro pra fora) e era um lema para eu conviver apenas com pessoas positivas a meu lado.

Instituto Oncoguia - Qual a importância da informação durante o tratamento de um câncer?

Maricy - Extremamente importante, pelos "mitos” que trazemos dessa doença e através de informações, desmistificamos tornando mais fácil a assimilação e tratamento. É normal procurarmos saber pela mídia, livros internet, tudo sobre a doença e as novidades que surgem com relação a tratamentos cada vez mais modernos com chances de cura na maioria dos casos onde o diagnostico foi feito no estagio inicial da doença.

Instituto Oncoguia - Você buscou se informar?De que maneira?

Maricy - Sim. Internet, livros, programas de TV, médicos.

Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia?

Maricy - Rede social.

Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar?

Maricy - Acho que está excelente o trabalho acompanho pelo Facebook, talvez reunindo grupo de pessoas que passaram pelo mesmo tipo de problemas, para troca de opiniões e dar força uns aos outros, pois somente quem passa pode avaliar o significado do diagnostico e tratamento desta doença.

Instituto Oncoguia - Você sabia que possuímos um trabalho focado na melhoria da situação do Câncer no Brasil? Estamos sempre em contato com políticos e gestores que podem ajudar a melhorar as políticas públicas brasileiras relacionadas ao câncer. Se você fosse mandar um recado para um político, o que você gostaria que mudasse ou melhorasse considerando tudo o que você passou?

Maricy - Essa pergunta é bem difícil de responder, pois nesse País a política está totalmente SEM CRÉDITO, que prefiro não manifestar minha opinião.
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