Recebi um diagnóstico de câncer: como contar para os meus filhos?
“Quando eu recebi o diagnóstico de câncer, a primeira coisa que pensei foi: será que não vou conseguir ver meu filho crescer? Será que ele vai perceber o que está acontecendo?”.
Camila Martins, 46 anos, descobriu um câncer de mama há quatro anos. Na época, seu filho, Henrique, tinha apenas sete anos. Ela saiu do consultório arrasada com a notícia e, ao lado do marido, decidiu que não esconderia a situação do filho.
“Eu e meu marido tentamos explicar, da melhor maneira possível, que mamãe estava doente, ia passar por um tratamento longo que a deixaria um pouco fraca, ia precisar operar para tirar o caroço, o cabelo ia cair e ficar igual o do vovô José, mas que logo ia passar. Ele ficou tristinho no início e entendeu do jeito dele. Sempre ficava do meu lado, me dava carinho. Acho que não tem como esconder isso”, revela Camila.
Segundo a psicóloga Valeska Bassan, decidir sobre contar ou não para os filhos depende de vários fatores, como idade das crianças e relação familiar.
“Geralmente, a gente recomenda ser honesto, mas também tranquilizá-los sobre como a família vai lidar com a situação e os cuidados que serão tomados. Falar a verdade, por pior que possa parecer, é sempre melhor.”
Muitas vezes, na intenção de poupar as crianças do sofrimento, os pais e familiares acabam omitindo informações. Mas é importante lembrar que as crianças são observadoras e vão notar que, de repente, um dos pais ficou ausente por alguns dias, que está precisando de cuidados especiais, que a rotina que conheciam já não é a mesma e que, agora, o clima é de mais ansiedade e preocupação.
“A não informação pode ser pior e mais difícil de lidar. Resumindo: não esconda, mas também não exceda nas informações”, explica a médica mastologista Fabiana Makdissi, do Hospital A.C Camargo Cancer Center,em São Paulo, que também passou por essa situação quando recebeu o diagnóstico de câncer de mama.
No caso da médica, ela relata que no dia em que recebeu o diagnóstico, ela e o marido estavam na cozinha, chorando emocionados, porque ela havia descoberto que precisaria passar por uma cirurgia. O filho mais velho, de 11 anos, que estava na sala, perguntou por que eles estavam chorando e eles responderam que a mãe havia descoberto uma doença, que precisaria operar, mas que ia passar.
“Aí o outro filho, que tinha 9 anos, sem nem olhar para a gente, perguntou: tem algum risco de morte? A minha resposta instintivamente foi não. Então, meu conselho nessas horas é dar respostas curtas e direcionadas ao que a criança estiver perguntando, sem florear muito.”
Idade
A Sociedade Australiana de Câncer criou um manual chamado “Como falar com as crianças sobre câncer”, que orienta os pais com dicas práticas de acordo com as faixas etárias. Veja alguns exemplos:
- Crianças mais novas, entre 2 e 3 anos: Elas têm uma vaga noção do que significa estar doente e podem, inclusive, acreditar que causaram a doença por terem feito alguma coisa errada o tido maus pensamentos. É natural que as crianças achem que tudo está relacionado com elas e pensem: “fui eu que causei isso? Quem cuidará de mim?”
Nessa fase, o ideal é utilizar desenhos, bonecos e livros para explicar sobre o problema e assegurar que o comportamento delas não tem nada a ver com a doença;
- Crianças entre 5 e 12 anos: Nessa idade, elas têm uma compreensão básica sobre o câncer. Elas também podem usar uma lógica simples de causa e efeito (“fui teimosa(o), logo causei isso na mamãe ou no papai”), mas compreendem que as pessoas, incluindo os pais, podem morrer. Aqui, é importante dizer sempre o que está sentindo e perguntar como elas se sentem em relação a isso. Cabe explicar o que é doença com o apoio de livros, se for necessário, e também assegurar que existe uma rede de apoio que vai ajudar nos cuidados da casa e com eles;
- Durante a adolescência: Os jovens começam a pensar mais como adultos e são capazes de compreender relações complexas de causa e efeito, tais como doenças e sintomas. Com o aumento da maturidade, os adolescentes entendem que as pessoas adoecem e morrem, mas são mais propensos a negar o medo e a preocupação para evitar discussões sobre esses assuntos.
Nessa fase, muitas vezes os adolescentes evitam falar o que estão sentindo e podem se sentir mais tristes com a notícia. Por isso é importante incentivá-los a falar sobre o assunto, manter o círculos de amizades e realizar atividades fora de casa.
Como contar?
Apesar de ser um momento muito delicado e individual, com o apoio do “Manual da Sociedade Australiana de Câncer” e também da experiência clínica da dra. Fabiana, separamos algumas dicas práticas que podem ser úteis:
Tente processar a informação internamente antes de repassar aos filhos. Se você ainda estiver muito fragilizada(o), não é o melhor momento para contar. Se possível, busque o apoio de outros familiares nesse momento. Mas é importante enfatizar que não é preciso esconder emoções. É normal ficar ficar triste e esperar que a criança fique triste também.
Tente encontrar um momento em que você não seja interrompida(o) ou precise sair correndo sem responder a todas as perguntas dos seus filhos.
Evite conversas antes de dormir, na escola ou em um evento importante, porque isso pode causar ansiedade. O ideal é que você conte a eles em um horário e local onde eles se sintam capazes de ouvir e receber as notícias.
Outra tática é conversar com eles durante um momento que vocês estejam fazendo alguma atividade juntos, como por exemplo: lição de casa, lavando louça, brincando com o cachorro, assistindo à TV. Isso ajuda a tirar a tensão do momento.
Fonte: Drauzio Varella
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