Sem tabu: cuidados paliativos ganham espaço, e não só para casos terminais de câncer
É consenso entre especialistas que o número de casos câncer está crescendo. Os fatores por trás dessa tendência incluem o envelhecimento da população e mudanças no estilo de vida que contribuem para o desenvolvimento de tumores. No Brasil, por exemplo, O Instituto Nacional de Câncer (INCA) do Ministério da Saúde aponta para 704 mil casos novos de câncer por ano, no Brasil, até 2025.
À medida que mais pessoas desenvolvem a doença, também aumenta o número de pacientes em tratamento. Nesse campo, uma conduta vem ganhando cada vez mais espaço: os cuidados paliativos.
— Cuidado paliativo é uma abordagem multidisciplinar fundamental em oncologia. A atuação dos profissionais vai se concentrar em melhorar a qualidade de vida não só do paciente, mas também de seus familiares — diz Cris Bergerot, líder nacional equipe multidisciplinar Grupo Oncoclínicas.
E engana-se que acha que essa abordagem multidisciplinar é indicada apenas para pacientes em estado terminal, para os quais não há mais opção de tratamento.
Especialistas ouvidos pelo GLOBO são categóricos em dizer que os cuidados paliativos devem ser incluídos no tratamento do câncer desde o diagnóstico, para tanto melhorar sua qualidade de vida quanto aumentar a probabilidade de sobrevida.
— O ideal seria que todo paciente com diagnóstico de câncer fosse acompanhado por uma equipe de cuidado paliativo. Mas essa não é a realidade que vemos hoje. A maioria das pessoas acaba sendo encaminhada para essa equipe quando a doença já está mais avançada — explica a médica Débora de Barros Abdala, da Fiore Tratamento Paliativo.
Segundo Abdala, integrar os cuidados paliativos ao tratamento do câncer, desde o início, facilita a aderência do paciente porque ao controlar os efeitos colaterais desconfortáveis, o paciente terá não só mais qualidade de vida, mas também disposição para seguir o tratamento.
— Estudos mostram que os pacientes que são acompanhados também por essa equipe têm um controle maior de sintomas, apresentam mais bem-estar e vivem mais. Isso vale até para aqueles que não têm possibilidade de cura — pontua Abdala.
Suporte necessário
Os cuidados paliativos abordam não apenas sintomas físicos, ajudando no controle da dor, náusea, fadiga e falta de ar, por exemplo, como também sintomas emocionais e sociais.
— A gente sabe que o diagnóstico, o tratamento e até mesmo o prognóstico do câncer são extremamente desafiadores e a equipe de cuidados paliativos tem condição de oferecer esse suporte psicológico emocional tanto para o paciente como para os familiares para que os ajude a lidar com o medo, a ansiedade, a depressão — pontua Bergerot.
Estudos mostram que cuidados paliativos conseguem reduzir a taxa de hospitalização e até mesmo a taxa de mortes em UTI. Um dos trabalhos mais recentes sobre o assunto foi realizado no Brasil, liderado por Bergerot e apresentado no último Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco), o maior evento sobre câncer do mundo.
No estudo, os pesquisadores avaliaram 80 pacientes, com mais de 65 anos e com câncer metastático, de todo o país. Os voluntários foram divididos em dois grupos: o primeiro recebeu a assistência usual, no qual caso o paciente em tratamento oncológico só é encaminhado para algum especialista, como psicólogo ou nutricionista, quando apresenta alguma demanda ao seu oncologista. Já o segundo grupo era o da intervenção.
Todos os pacientes desses grupos tinham os resultados de sua avaliação geriátrica conectados a profissionais de saúde que atendessem suas necessidades específicas, por meio da telessaúde. Por exemplo, aqueles com algum sintoma emocional ou dificuldade para enfrentar a doença eram encaminhados para psicólogos. Havia também atendimento psiquiátrico, nutricional, entre outros, durante 12 semanas.
— A gente observou que os pacientes que participaram dessa intervenção tiveram melhora da qualidade de vida, da funcionalidade, dos sintomas emocionais, das questões nutricionais e, curiosamente, optaram por estratégias de enfrentamento da doença mais assertivas, ou seja, que os ajudava de fato a enfrentar a questão do prognóstico. Além disso, eles tinham melhor entendimento acerca de seu prognóstico — explica a pesquisadora.
Outro estudo, realizado nos Estados Unidos e também apresentado no Asco, mostrou que o cuidado paliativo precoce via telemedicina equivale ao cuidado paliativo feito de forma presencial. A descoberta pode ajudar a ampliar ainda mais o acesso dos pacientes a esse tipo de abordagem, em especial em um país continental como o Brasil, onde a maioria dos serviços está concentrada nas regiões Sul e Sudeste.
Nova política
O tema está tão em evidência que esse ano, foi criada uma política nacional toda dedicada a ele. Em maio, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, instituiu a Política Nacional de Cuidados Paliativos (PNCP), no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS)
Com a medida, o SUS passará a atuar em ações para alívio da dor, do sofrimento e outros sintomas em pessoas que enfrentam doenças ou outras condições de saúde que ameaçam ou limitam a continuidade da vida, como o câncer. A portaria prevê que esse atendimento também deve ser estendido a familiares e cuidadores.
No que diz respeito à família, por exemplo, a equipe multidisciplinar de cuidados paliativos oferece suporte tanto a enfrentar doença como o luto, de forma a tornar essa fase um pouco mais tranquila e menos traumática.
Apesar de todos os benefícios proporcionados por essa abordagem, há ainda muito estigma no seu entorno.
— A recepção dos pacientes e da família sobre a adoção de cuidados paliativos está melhorando, mas ainda vemos resistência. O maior problema é que o termo paliativo é usado de forma inadequada há muito tempo. A gente tenta desmistificar essa percepção para que as famílias entendam que o cuidado paliativo é uma abordagem que foca no paciente, não na doença, indepentende de ter tratamento ou não e da fase desse tratamento — conclui Abdala.
Fonte: O Globo
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