Os cinco tipos de câncer mais comuns em mulheres: causas, prevenção e diagnóstico

Os números indicam que o câncer está aumentando. O Brasil deverá ter 554 mil mortes causadas pela doença em 2050, um aumento de 98,6% em relação aos óbitos registrados em 2022. O dado foi revelado por um estudo da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC, na sigla em inglês), órgão ligado à Organização Mundial de Saúde (OMS).
A elevação se explica, em parte, pela projeção de aumento e de envelhecimento da população, assim como a disseminação do diagnóstico. Mas não só isso. A exposição a fatores como consumo de álcool e de cigarro, obesidade e poluição do ar também inflam os números. “Cerca de 30% de todos os cânceres têm muito a ver com hábitos de vida”, diz a oncologista Sabrina Chagas, da Oncologia D'Or.
Além de adotar medidas preventivas, é importante ficar atenta aos sinais e sintomas do corpo para detectar qualquer anomalia. “O diagnóstico precoce faz muita diferença no tratamento. Quanto mais tarde a doença é detectada, pior o prognóstico da paciente e maior a chance de mortalidade”, afirma ela, que também é presidente do Instituto Nosso Papo Rosa, dedicado ao letramento e acolhimento de mulheres com câncer de mama.
A médica ressalta que, a despeito dos números alarmantes, o tratamento de câncer está cada vez mais individualizado, com terapias menos agressivas. “Os pacientes estão vivendo mais, com melhor qualidade de vida. A gente tem que estimular as pessoas a fazer os exames de rastreamento, para que elas não recebam o diagnóstico tardiamente”, aponta.
No Brasil, a previsão do Instituto Nacional de Câncer (Inca) é que os cinco tumores mais comuns entre as brasileiras causem 248 mil novos casos para cada ano do triênio de 2023 a 2025. Confira quais são e saiba como evitá-los:
Câncer de pele não melanoma
O tumor de pele não melanoma responde, sozinho, por 118 mil novos casos de neoplasias malignas entre mulheres anualmente no Brasil. “Apesar de ser o mais incidente, esse câncer com menor chance de mortalidade”, informa a oncologista.
A doença costuma se manifestar nas áreas do corpo mais expostas ao sol, como rosto, orelhas e couro cabeludo.
A recomendação médica é ficar de olho em feridas que não cicatrizam por mais de três semanas, bem como machucados que crescem, mudam de cor e coçam. O índice de cura do câncer de pele não melanoma é alto, desde que seja diagnosticado e tratado logo.
Segundo o Inca, os fatores de risco para esse câncer são:
- - Se expor prolongada e repetidamente aos raios ultravioletas do sol, principalmente na infância e adolescência;
- - Ter pele e olhos claros, com cabelos ruivos ou loiros, ou ser albino;
- - Apresentar história familiar ou pessoal de câncer de pele;
- - Trabalhar sob exposição direta ao sol;
- - Ter debilidade do sistema imunológico e se expor à radiação artificial.
As medidas de prevenção estão ligadas a cuidados relacionados ao astro-rei:
- - Evitar a exposição ao sol entre as 10 e as 16 horas;
- - Aplicar na pele protetor solar com fator de proteção igual ou maior que 30;
- - Usar boné, óculos e camisetas com proteção solar no tecido;
- - Se for à praia ou à piscina, ficar embaixo das barracas;
- - Sempre que entrar no mar ou na piscina, reaplicar o protetor solar após o banho.
Câncer de mama
O Inca estima 74 mil novos casos de câncer de mama por ano no Brasil, sendo 99% deles em mulheres. Na maior parte das pessoas, esse tumor aparece depois dos 50 anos. Um novo estudo, porém, revelou que a doença está aumentando entre indivíduos mais jovens.
Publicada no periódico Jama Open Network, a pesquisa analisou dados de mais de 500 mil norte-americanos entre 2010 e 2019 e mostrou que o câncer, em geral, aumentou ligeiramente entre pessoas com menos de 50 anos. Um dos tumores de início precoce mais incidentes foi o de mama.
Diversos fatores associados ao estilo de vida estão relacionados à neoplasia, como obesidade e sobrepeso, sedentarismo e consumo de álcool e tabaco. Razões genéticas e hormonais (como ter a primeira menstruação antes dos 12 anos) também estão entre as causas.
O Inca informa que cerca de 17% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis como:
- - Praticar atividade física;
- - Manter o peso corporal adequado;
- - Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
- - Para quem der à luz, amamentar o máximo de tempo possível.
Mesmo assim, é preciso ficar alerta a qualquer sinal e sintoma suspeito, como nódulos nos seios (também nas axilas e no pescoço), pele da mama avermelhada, retraída ou com aspecto de casca de laranja e saída de líquido anormal pelos mamilos. “Com o diagnóstico precoce, o câncer de mama é curável em 95% dos casos”, atesta Chagas.
A melhor forma de detectar a doença no início é seguir as recomendações de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a Sociedade Brasileira de Mastologia e o Colégio Brasileiro de Radiologia, que indicam que a mamografia a partir dos 40 anos de idade, anualmente. Já o Inca recomenda o rastreio das mamas a partir dos 50 anos, a cada dois anos.
Cólon e reto (intestino)
Por ano, o Inca prevê 24 mil novos casos de câncer de intestino entre as brasileiras. O primeiro sinal de alerta para essa neoplasia é uma mudança no hábito intestinal. A pessoa ia ao banheiro todos os dias e passa a ir menos ou mais do que isso, por exemplo.
Outros sinais e sintomas são:
- - Alteração no formato das fezes;
- - Presença de sangue no cocô;
- - Cólica, dor ou desconforto abdominal;
- - Perda de peso e cansaço.
Em geral, essas alterações indicam condições benignas, como síndrome do intestino irritável, hemorroidas, verminose e doenças inflamatórias intestinais, a exemplo de Crohn e retocolite ulcerativa. No entanto, as queixas precisam ser investigadas para receber o tratamento correto.
A prevenção reúne medidas como manter um peso adequado, praticar atividade física e não fumar. “O álcool também está ligado a esse câncer. O ideal é quanto menos, melhor, se possível nada”, diz Chagas.
O câncer de intestino está diretamente relacionado à alimentação. A recomendação do Inca é ingerir alimentos in natura e minimamente processados, além de evitar comer carnes processadas (como bacon, salsicha e linguiça) e limitar o consumo de carnes vermelhas cozidas a até 500 gramas semanais.
O Inca e a OMS recomendam o rastreamento do câncer de cólon e reto em pessoas sem sintomas acima de 50 anos, por meio do exame de sangue oculto de fezes. Caso o resultado seja positivo, a recomendação é fazer um exame endoscópico, como a colonoscopia.
Porém, a Sociedade Americana de Câncer, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) preconizam o início do rastreamento com colonoscopia aos 45 anos.
Nos Estados Unidos, para efeito de comparação, o câncer de pulmão é mais incidente do que o de intestino nas mulheres. “Isso tem muito a ver com os hábitos de vida da nossa população, como sedentarismo e alimentação ruim”, diz a oncologista.
Câncer de colo do útero
Calcula-se que 17 mil mulheres têm câncer de colo do útero no Brasil anualmente, de acordo com o Inca. Em 99% dos casos, o tumor está ligado ao papilomavírus humano, conhecido como HPV, sua sigla em inglês.
O HPV é um vírus com mais de 150 subtipos, sendo alguns deles de potencial oncológico. Trata-se de uma infecção sexualmente transmissível (IST) presente em cerca de 80% da população.
Para a maioria das pessoas, o próprio sistema imunológico se encarrega de despachar o agente invasor, sem nenhuma consequência. Uma parcela, porém, vai desenvolver verrugas genitais ou lesões que podem se tornar cancerosas.
A melhor estratégia de combate à doença é a realização periódica do exame preventivo associada à vacina que protege contra quatro sorotipos de HPV associados a tumores e verrugas.
Há 10 anos, o imunizante está disponível de graça no Programa Nacional de Imunizações (PNI) atualmente para meninas e meninos de 9 a 14 anos. Além disso, também podem receber a picadinha sem pagar nada homens e mulheres de até 45 anos imunossuprimidos — como os que fazem tratamento para câncer e HIV — e as vítimas de violência sexual.
Quando o câncer de colo de útero se manifesta, na maioria das vezes, é de maneira silenciosa. Entretanto, podem aparecer sinais como corrimento e sangramento. O exame de rastreamento é o Papanicolau, oferecido às pessoas com colo do útero, na faixa etária de 25 a 64 anos e que já tiveram atividade sexual.
O Inca recomenda que os dois primeiros exames sejam anuais. Caso os resultados estejam normais, a repetição é necessária depois de três anos.
Câncer de pulmão
O Inca prevê 15 mil novos casos de câncer de pulmão entre as brasileiras por ano. Sinais e sintomas comuns da doença são falta de ar, tosse (com ou sem sangue), rouquidão, cansaço, dor no peito e perda de peso sem causa aparente.
Quando esses incômodos aparecem, porém, a doença costuma estar em fases mais avançadas. Por isso, o diagnóstico precoce do câncer de pulmão é possível somente em uma parte dos casos.
O Inca não recomenda exames de rastreamento para a população em geral, por falta de evidência científica de que traga mais benefícios do que riscos.
“Estudos recentes mostraram a possibilidade de que a realização de uma tomografia de baixa dose de radiação em grandes fumantes (um maço por dia por 30 anos), com mais de 55 anos de idade, possa reduzir a mortalidade por esse câncer. Entretanto, há riscos ligados à investigação que se segue nos casos positivos”, informa o órgão.
“Nos Estados Unidos, a recomendação é fazer tomografia com baixa dose de radiação para rastrear o câncer de pulmão em pacientes com alta carga tabágica”, afirma Chagas.
A prevenção dessa neoplasia está ligada à prática de atividade física e, obviamente, ao tabagismo, passivo e ativo. A recomendação é evitar não somente o cigarro tradicional, mas também o narguilé e o vape.
Fonte: Marie Claire
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