[ENTREVISTA] Dr. Juvenal Antunes comenta sobre o Dia Nacional de Combate ao Câncer
O Instituto Oncoguia conversou com o Dr. Juvenal Antunes, diretor médico e oncologista clínico da Oncocamp sobre as principais questões relacionadas ao Dia Nacional de Combate ao Câncer.
Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o significado do dia 27 de novembro?
Juvenal Antunes - O Dia Nacional de Combate ao Câncer foi criado no ano de 1988 pelo Ministério da Saúde com o intuito de levar a população informações sobre prevenção e tratamento do câncer, mas as comemorações têm ficado restritas, principalmente, no Rio de Janeiro onde está localizado o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Tem também sido rotina nessa data a divulgação pelo INCA dos dados estatísticos da incidência do câncer no Brasil.
Instituto Oncoguia - O Dia Nacional do Combate ao Câncer é comemorado todo dia 27 de novembro. O senhor acredita que o combate ao câncer deve ser uma luta diária?
Juvenal Antunes - Com certeza, o combate ao câncer deve ser uma ação contínua, em vários níveis, principalmente dirigida à prevenção que, infelizmente, é sempre esquecida. O simples ato de não fumar já é uma forma importante na prevenção de diversos tipos de câncer, como boca, laringe e pulmão. Também evitar e se proteger da longa exposição ao sol, principalmente nos meses de verão que se aproximam, constituem ações básicas comumente esquecidas.
Instituto Oncoguia - O que podemos fazer para diminuir os índices dessa doença no país?
Juvenal Antunes - Como já mencionamos, ações simples podem ajudar a prevenir o câncer, como evitar o fumo e o sol. Nossa dieta também deve ser motivo de atenção.O excesso de carne vermelhe e gordurosa, baixa ingestão de vegetais e cereais, excesso de bebidas alcoólicas são prejudiciais à saúde.
Não podemos deixar de mencionar que também devemos ficar atentos a sinais e sintomas novos que podem surgir como lesões verrucosas na pele, feridas bucais que não cicatrizam, mudança de característica de tosse crônica, emagrecimento inexplicável, enfim, são muitos os sinais e sintomas que devem colocar a população em alerta.
A visita ao ginecologista para as mulheres e do urologista para os homens são ações importantes para detecção precoce dos tumores da mama e colo do útero nas mulheres e próstata nos homens.
Instituto Oncoguia - O senhor acredita que ainda hoje as pessoas sofrem da desinformação sobre essa doença?
Juvenal Antunes - Infelizmente a população é desinformada e isso independe da sua posição social. Muitos ainda sofrem de certo preconceito em relação ao câncer, por medo muitas vezes e outras por absoluto desconhecimento. Somente procuram um profissional de saúde quando sua doença já está avançada. Neste ponto o nível de escolaridade costuma ajudar e hoje, pela facilidade de obtenção de informações pela internet, já se consegue uma pequena melhora na divulgação de informações.
Instituto Oncoguia - O que podemos fazer para sanar essa dificuldade?
Juvenal Antunes - Não é fácil, mas a informações a partir da idade escolar em ações já mencionadas como não fumar e a proteção em relação ao sol e, uma maior preocupação das entidades governamentais, quer seja em nível municipal, estadual e federal, podem ajudar a mobilizar a população para pelo menos se conhecer um pouco sobre a doença, prevenção e terapias disponíveis. Também o papel das sociedades científicas médicas deve ser enfatizado para auxiliar nessas tarefas. Como exemplo podemos citar nos Estados Unidos o papel da Sociedade Americana de Câncer (American Cancer Society) na divulgação de informações sempre muito atualizadas na prevenção e tratamento do câncer.
Instituto Oncoguia - O tabagismo é a causa de muitas doenças, entre elas, o câncer de pulmão. O senhor acha que a população, principalmente os jovens, tem consciência disso?
Juvenal Antunes - O tabagismo é uma epidemia, como já definiu a Organização Mundial de Saúde, que vai levar a morte cerca 15 milhões no ano 2020 segundo estudos feitos pela organização. Com o aumento de ações judiciais nos países desenvolvidos contra as indústrias do tabaco, as mesmas acabam concentrando sua ação visando à população jovem e de países emergentes. Felizmente no Brasil o Ministério da Saúde tem tido uma ação bastante eficaz na divulgação dos danos causados pelo fumo e alertado todas as camadas sociais das suas conseqüências.
Instituto Oncoguia - É possível ter uma vida com qualidade durante o tratamento de um câncer? Quais as principais novidades a respeito do tratamento do câncer de pulmão?
Juvenal Antunes - Hoje nós oncologistas já dispomos de praticamente todos os medicamentos para tentar minimizar os efeitos colaterais das terapias do câncer, como medicamentos para controle da náusea e vômitos, antes muito freqüentes após a quimioterapia e, novos medicamentos como as terapias alvo-moleculares ou alvo-dirigida. Com a diminuição dos efeitos colaterais e uma ação mais específica, sem dúvida haverá uma modificação no futuro da oncologia. Em relação ao câncer do pulmão, temos tido avanços tanto nos tratamentos locais como a cirurgia, a radioterapia, como a de intensidade modulada quanto nos tratamentos sistêmicos, como a quimioterapia e a já mencionada terapia alvo-molecular, com drogas como o erlotinibe e bevacizumabe que já fazem parte do nosso arsenal nos casos de doença avançada.
Instituto Oncoguia - Qual é a duvida mais freqüente que os seus pacientes têm em relação ao câncer? E os seus familiares?
Juvenal Antunes - A maior dúvida é se o câncer já é uma doença curável. O outro anseio freqüente é o da cura em qualquer situação, o que nem sempre é possível. Um dos maiores receios é o do sofrimento com as terapias principalmente a quimioterapia, que trás associada à perda da qualidade de vida e sofrimento, o que já deixou de ser verdade nos nossos dias.
Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o significado do dia 27 de novembro?
Juvenal Antunes - O Dia Nacional de Combate ao Câncer foi criado no ano de 1988 pelo Ministério da Saúde com o intuito de levar a população informações sobre prevenção e tratamento do câncer, mas as comemorações têm ficado restritas, principalmente, no Rio de Janeiro onde está localizado o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Tem também sido rotina nessa data a divulgação pelo INCA dos dados estatísticos da incidência do câncer no Brasil.
Instituto Oncoguia - O Dia Nacional do Combate ao Câncer é comemorado todo dia 27 de novembro. O senhor acredita que o combate ao câncer deve ser uma luta diária?
Juvenal Antunes - Com certeza, o combate ao câncer deve ser uma ação contínua, em vários níveis, principalmente dirigida à prevenção que, infelizmente, é sempre esquecida. O simples ato de não fumar já é uma forma importante na prevenção de diversos tipos de câncer, como boca, laringe e pulmão. Também evitar e se proteger da longa exposição ao sol, principalmente nos meses de verão que se aproximam, constituem ações básicas comumente esquecidas.
Instituto Oncoguia - O que podemos fazer para diminuir os índices dessa doença no país?
Juvenal Antunes - Como já mencionamos, ações simples podem ajudar a prevenir o câncer, como evitar o fumo e o sol. Nossa dieta também deve ser motivo de atenção.O excesso de carne vermelhe e gordurosa, baixa ingestão de vegetais e cereais, excesso de bebidas alcoólicas são prejudiciais à saúde.
Não podemos deixar de mencionar que também devemos ficar atentos a sinais e sintomas novos que podem surgir como lesões verrucosas na pele, feridas bucais que não cicatrizam, mudança de característica de tosse crônica, emagrecimento inexplicável, enfim, são muitos os sinais e sintomas que devem colocar a população em alerta.
A visita ao ginecologista para as mulheres e do urologista para os homens são ações importantes para detecção precoce dos tumores da mama e colo do útero nas mulheres e próstata nos homens.
Instituto Oncoguia - O senhor acredita que ainda hoje as pessoas sofrem da desinformação sobre essa doença?
Juvenal Antunes - Infelizmente a população é desinformada e isso independe da sua posição social. Muitos ainda sofrem de certo preconceito em relação ao câncer, por medo muitas vezes e outras por absoluto desconhecimento. Somente procuram um profissional de saúde quando sua doença já está avançada. Neste ponto o nível de escolaridade costuma ajudar e hoje, pela facilidade de obtenção de informações pela internet, já se consegue uma pequena melhora na divulgação de informações.
Instituto Oncoguia - O que podemos fazer para sanar essa dificuldade?
Juvenal Antunes - Não é fácil, mas a informações a partir da idade escolar em ações já mencionadas como não fumar e a proteção em relação ao sol e, uma maior preocupação das entidades governamentais, quer seja em nível municipal, estadual e federal, podem ajudar a mobilizar a população para pelo menos se conhecer um pouco sobre a doença, prevenção e terapias disponíveis. Também o papel das sociedades científicas médicas deve ser enfatizado para auxiliar nessas tarefas. Como exemplo podemos citar nos Estados Unidos o papel da Sociedade Americana de Câncer (American Cancer Society) na divulgação de informações sempre muito atualizadas na prevenção e tratamento do câncer.
Instituto Oncoguia - O tabagismo é a causa de muitas doenças, entre elas, o câncer de pulmão. O senhor acha que a população, principalmente os jovens, tem consciência disso?
Juvenal Antunes - O tabagismo é uma epidemia, como já definiu a Organização Mundial de Saúde, que vai levar a morte cerca 15 milhões no ano 2020 segundo estudos feitos pela organização. Com o aumento de ações judiciais nos países desenvolvidos contra as indústrias do tabaco, as mesmas acabam concentrando sua ação visando à população jovem e de países emergentes. Felizmente no Brasil o Ministério da Saúde tem tido uma ação bastante eficaz na divulgação dos danos causados pelo fumo e alertado todas as camadas sociais das suas conseqüências.
Instituto Oncoguia - É possível ter uma vida com qualidade durante o tratamento de um câncer? Quais as principais novidades a respeito do tratamento do câncer de pulmão?
Juvenal Antunes - Hoje nós oncologistas já dispomos de praticamente todos os medicamentos para tentar minimizar os efeitos colaterais das terapias do câncer, como medicamentos para controle da náusea e vômitos, antes muito freqüentes após a quimioterapia e, novos medicamentos como as terapias alvo-moleculares ou alvo-dirigida. Com a diminuição dos efeitos colaterais e uma ação mais específica, sem dúvida haverá uma modificação no futuro da oncologia. Em relação ao câncer do pulmão, temos tido avanços tanto nos tratamentos locais como a cirurgia, a radioterapia, como a de intensidade modulada quanto nos tratamentos sistêmicos, como a quimioterapia e a já mencionada terapia alvo-molecular, com drogas como o erlotinibe e bevacizumabe que já fazem parte do nosso arsenal nos casos de doença avançada.
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