[ENTREVISTA] A Psico-Oncologia no Brasil
A Psico-Oncologia no cenário brasileiro do câncer foi tema de entrevista com a presidente da Sociedade Brasileira de Psico-Oncologia (SBPO), Regina Liberato. Ela contou ao Portal Oncoguia que a teoria, que passou a ser pesquisada e praticada no Brasil na década de 90 e que objetiva oferecer apoio e cuidados específicos ao paciente, família e equipe de tratamento, tem ganhado progressivamente mais espaço e olhar dentro da oncologia clínica.
"Hoje em dia tem muito médico interessado. Creio que seja porque o câncer tem uma função social muito precisa. Ele demonstra que não somos nada sozinhos e que tudo o que conhecemos é pouco e, portanto, precisamos de conhecimentos específicos compartilhando entre vários profissionais”.
Liberato discorre também sobre a humanização da medicina e a maior aptidão das áreas envolvidas no tratamento oncológico em se interrelacionar, para promover mais qualidade no tratamento dos pacientes brasileiros.
A SBPO é uma entidade civil, sem fins lucrativos, criada em 1994 com o objetivo de congregar profissionais e estudantes da área da saúde e afins, para o estudo, divulgação e desenvolvimento da Psico-Oncologia em todo o território nacional.
Confira a entrevista na íntegra.
Instituto Oncoguia- Para quem a psico-oncologia é indicada?
Regina Liberato - A psico-oncologia entende que não há uma pessoa cuidada, mas uma unidade de cuidados. Porque não é só o paciente que sofre. É o paciente, a família e sua equipe de cuidados. Quando um tratamento não se desenvolve como o esperado, a equipe sofre. Nós inventamos essa coisa de neutralidade, que não existe! Não há a mínima possibilidade de se dizer, que quando cruzamos os corredores do hospital, não sofremos. Isso nem se diz mais, nem se sustenta. Até uma pessoa que está com câncer longe de mim, que está longe de mim, me faz sofrer... Porque me lembra da doença de alguém querido, lembra da minha doença, porque me lembra de que a doença é difícil, de que as questões de saúde precisam evoluir.
Instituto Oncoguia - E quando passou a ser aplicada no Brasil?
Regina Liberato - O primeiro congresso de psico-oncologia foi em 1994. Um grupo de profissionais trouxe o conhecimento para o país. À época, significava a interface entre áreas da saúde, afins com a medicina, o que se aplicava ao paciente oncológico. Hoje a área ainda tem a ver com produção interdisciplinar, mas também se preocupa com a implantação de serviços e pesquisas, por exemplo. A área é ampla e muitas vezes confundida com a psicologia relacionada à oncologia. Mas não é isso. São todos os setores que demandam aspectos psicossociais, relacionados à oncologia.
Instituto Oncoguia - Por exemplo?
Regina Liberato - Fisioterapia, medicina, fonoaudiologia, psicologia, psiquiatria, enfermagem, pedagogia, assistência social, advocacy, clínica da dor, psiquiatria, assistência espiritual, voluntariado (...). São pessoas que, de alguma maneira, se relacionam com o câncer, direta ou indiretamente (pacientes, família, profissionais de saúde, cuidadores formais ou informais) e que lidam com aspectos psicossociais envolvidos nessa demanda, de enfrentamento do câncer.
Instituto Oncoguia - Existem capacitações?
Regina Liberato - Existem diversas. Antes eram focadas em São Paulo, mas hoje o conhecimento é mais amplo e abrange todo o país, com cursos de aprimoramento e capacitações. A SBPO não oferece os cursos, mas reforça e divulga aqueles disponíveis no Brasil. A faculdade de Ciência Médicas Virtuais, por exemplo, tem uma especialização em Psico-oncologia em andamento.
Instituto Oncoguia - Quem adere mais aos cursos?
Regina Liberato - Hoje é muito diversificado. Ainda temos poucos médicos, mas temos psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, enfermagem, farmacologistas ligados à oncologia. Gente que tem interesse em conhecer as demandas psicossociais envolvidas com o câncer, para aplicação no próprio trabalho. Nenhum profissional interfere no trabalho do outro. Os limites de cada profissão são respeitados, e o profissional adequa os conhecimentos dentro de seus princípios teóricos.
Instituto Oncoguia - E quantos profissionais estão associados hoje à SBPO?
Regina Liberato - Temos hoje poucos sócios, mas estamos crescendo. São cerca de 200. Há muitos ‘simpatizantes’, que nos acompanham na leitura de artigos, em congressos. O número é menos importante que o processo que está acontecendo... Muito mais pessoas olhando para isso. Pensando nisso.
Instituto Oncoguia - E será que a oncologia clínica está olhando para isso?
Regina Liberato - Eu tenho certeza. Já vivi época muito mais difícil para encontrar espaço de discussão da questão de maneira mais ampla e interferir na composição do tratamento clínico. Mas hoje em dia tem muitos médicos interessados. Creio que seja porque o câncer tem uma função social muito precisa. Ele demonstra que não somos nada sozinhos e que tudo o que conhecemos é pouco e, portanto, precisamos de conhecimentos específicos. Hoje a SBPO participa de congressos médicos, discute com oncologistas temas como humanização, tratamento personalizado, aspectos psicossociais que interferem em momentos específicos do tratamento em oncologia. Há uma aptidão maior, por parte de todos os profissionais que atuam na oncologia, em trocar informações que ajudam Na aderência do tratamento, no diagnóstico e no prognóstico da doença.
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