
Associações de pacientes, pesquisadores e organizações responsáveis pela condução de projetos de pesquisa clínica no Brasil se reuniram na última quarta-feira, 9, em São Paulo, para o lançamento da "Aliança Pesquisa Clínica Brasil -
Juntos pela ética, saúde e inovação”.
A iniciativa se propõe a engajar a sociedade sobre a importância do segmento para a saúde pública e sugerir medidas de expansão e fomento de pesquisas com seres humanos no país.
No ato de lançamento, o bioquímico Vitor Harada, representante do comitê gestor da Aliança Pesquisa Clínica Brasil, falou sobre a fragilidade do nosso sistema regulatório, que repercute em lentidão na aprovação de protocolos de pesquisa e no desenvolvimento científico brasileiro. O pesquisador abordou a importância de se construir um cenário eficiente e ágil.
"Para construirmos este cenário, a Aliança pretende estabelecer uma agenda positiva com o governo federal, para apresentar e debater medidas claras e viáveis de mudanças no sistema regulatório”. Vítor destacou algumas delas: a descentralização do poder decisório sobre as análises, a uniformidade das normas legais, a comunicação eficaz entre governo e pesquisadores, o cumprimento de prazos e a agilidade dos serviços alfandegários.
Pesquisa Clínica em Oncologia
O Instituto Oncoguia é um dos membros da
Aliança. A presidente da entidade falou ao público presente sobre a
importância da pesquisa clínica na vida de pacientes acometidos pelo
câncer.
"A pesquisa clínica para o paciente representa: possibilidade de
contribuir para o avanço da ciência, mas também, acesso a um tratamento
inovador, acesso a um tratamento em alguns casos não disponível no SUS e
até mesmo acesso a um melhor atendimento médico. Infelizmente olhamos
sim para a pesquisa clínica dessa forma”. Luciana também vê como
prioridade educar toda a sociedade para a importância desse tema, "temos
que tocar as pessoas e mostrar o que a pesquisa clinica tem a ver com
cada um de nós, quem sabe assim todos nos envolvemos numa discussão tão
importante, séria e relevante como essa”. |
O governo federal estava representado no evento pelo coordenador-geral de Rede Nacional de Pesquisa Clínica, do Departamento de Ciência e Tecnologia, do Ministério da Saúde, Sérgio Nishioka. Para ele a Aliança é uma iniciativa oportuna para se aprofundar o debate com os órgãos regulatórios.
"(...) É também importante para conhecermos de perto a realidade de pesquisadores e pacientes que estão perdendo oportunidades de participar de estudos clínicos de ponta, liderados pela Brasil ou por outros países”, comentou.
Integrantes até o momento: ABRACRO (Associação Brasileira das Organizações Representativas de Pesquisa Clínica); AMB (Associação Médica Brasileira); APCB (Associação de Pesquisa Clínica do Brasil); CCBR Brasil (Center for Clinical and Basic Research); Instituto Oncoguia; Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa); Pesquisadores independentes; SBMF (Sociedade Brasileira de Medicina Farmacêutica); LACOG – Latin American Cooperative Oncology Group; SBOC – Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica; UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro); CPCLIN – Centro de Pesquisas Clínicas; GBECAM – Grupo Brasileiro de Estudos do Câncer de Mama; Grupo Otimismo; Hüning Instituto de Oftalmologia e Pesquisa; ISMEP (Instituto Santa Marta de Ensino e Pesquisa); CEDOES (Centro de Diagnóstico e Pesquisa do Espírito Santo);CEPIC (Centro de Pesquisas Clínicas); IMA (Instituto de Medicina Avançada).