- Data de cadastro: 15/09/2015 - Data de atualização: 15/09/2015
O linfedema é caracterizado por um tipo de retenção de líquidos ocasionados pelo acúmulo anormal de proteínas nos tecidos. Ele também costuma ser resultado de uma falha de drenagem no sistema linfático, manifestando-se por inchaço dos membros inferiores e superiores. O linfedema é um dos efeitos colaterais mais comuns após a mastectomia (cirurgia para retirada da mama), devendo ser tratado rapidamente.
Durante muitos anos acreditava-se que carregar peso ou fazer algum esforço físico com o braço afetado pelo linfedema após a cirurgia traria sérios problemas para a mulher. Por esse motivo, recomenda-se até hoje que a paciente evite fazer movimentos vigorosos e repetitivos com o braço do lado em que foi realizada a cirurgia. No entanto, um estudo publicado na revista "The New England Journal of Medicine”, uma das mais importantes e reconhecidas revistas médicas que publica estudos científicos, mostrou que a atividade física traz não só benefícios psíquicos como físicos na recuperação da paciente.
Foram 141 mulheres que participaram do estudo. Todas elas haviam sido submetidas ao tratamento cirúrgico de câncer de mama e estavam com linfedema. Metade das participantes do estudo fizeram 1 ano de exercícios incluindo um programa de fortalecimento da musculatura dirigida e acompanhada por um profissional específico da área. O programa envolvia 2 sessões de treinamento por semana. A circunferência dos braços era medida a cada sessão de treinos. Após um ano de treinamento, as participantes do grupo de exercícios tinham 5% menos problemas com inchaço nos braços.
Para a fisioterapeuta do Hospital Pérola Byington, Dra Ângela Marx, a atividade física pode ser realizada por mulheres com problemas de linfedema desde que seja avaliada toda a musculatura e condição física da paciente antes de iniciar a atividade. "Já se sabe que durante o tratamento para o câncer de mama, os músculos, principalmente os peitorais, tendem a se atrofiar progressivamente pela falta de contração. Com isso, há modificações funcionais que provocam a queda do desempenho dessas estruturas” explica a fisioterapeuta.
Antes da paciente se inscrever em uma academia de ginástica para a prática da musculação, é aconselhável que a mulher procure a orientação do seu médico oncologista e de um fisioterapeuta especializado. "A paciente deve passar por uma avaliação física onde toda a musculatura será analisada, mostrando se ela está apta ou não para iniciar o treino de musculação, por exemplo. É muito importante dizer que o peso utilizado na musculação de uma mulher com linfedema é diferente, as repetições também são diferentes. Por esse motivo, é recomendável que ela procure ajuda de um fisioterapeuta” conclui Dra. Ângela.
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