[MATÉRIA] Quimioterapia: É possível se Preparar para este Tratamento?
Equipe Oncoguia
- Data de cadastro: 15/09/2015 - Data de atualização: 15/09/2015
Quimioterapia: é possível se preparar para este tratamento?
Profissionais de diferentes áreas da saúde explicam como é possível se preparar para a quimioterapia.
A luta contra o câncer vem sendo acompanhada por grandes avanços e mudanças no tratamento oncológico. Anos atrás, quando um paciente era diagnosticado, a maior preocupação dos médicos especialistas era em relação à sobrevivência desse paciente. Hoje, no entanto, o médico também está voltado para a qualidade de vida que o paciente terá durante e após o tratamento do câncer. Os preconceitos, tabus e a falta de conhecimento sobre o câncer e os tratamentos amedrontam e podem paralisar o paciente diante de tantas novidades. Pensando nisso, um crescente número de Clínicas Oncológicas e Hospitais do Brasil estão investindo na criação de serviços especializados de orientação multidisciplinar e apoio aos pacientes que irão iniciar o tratamento, desmistificando assim o câncer e em especial, a quimioterapia.
"As dúvidas mais frequentes dos pacientes que vão iniciar a quimioterapia são em relação à adaptação deste tratamento ao dia-a-dia. Afinal, o que eu posso e não posso fazer durante o tratamento? Alguns pacientes não sabem que é possível levar uma vida normal durante a quimioterapia, aliás, muitos continuam trabalhando durante esse período”, enfatiza a enfermeira especialista em oncologia, Cristina Ito. Apesar dos avanços na medicina ainda não é possível afirmar que o tratamento quimioterápico não apresenta efeitos colaterais. Hoje, no entanto, as reações adversas ao tratamento apresentam-se em escalas menores, com a possibilidade de serem controladas.
Os efeitos colaterais mais frequentes que os agentes quimioterápicos provocam são: náusea, vômitos, falta de apetite, constipação, diarréia, queda de cabelo e queda da imunidade do corpo. "A queda da imunidade (diminuição das plaquetas, leucócitos e hemoglobina) é uma das principais vilãs nesta fase podendo desencadear, quando não controlada, uma série de complicações. Durante esta etapa, o paciente precisa rever seu conceito de urgência, ou seja, o momento de entrar em contato com o médico ou equipe de suporte deve ser sempre antes do que ele estava acostumado a fazer e por conta disso, alguns cuidados especiais são sempre necessários” alerta a enfermeira.
A nutrição adequada é especialmente importante para os pacientes que estão sendo submetidos ao tratamento de câncer, tanto para melhorar os resultados destes tratamentos, como a sua qualidade de vida. Para a nutricionista, Satiko Watanabe, ações extremas nunca são recomendáveis. "O paciente chega com uma carga de ansiedade muito grande e com inúmeras dúvidas sobre o que ele poderá ou não comer. Deixar de comer algo não é indicado. Uma alimentação equilibrada faz parte do processo de recuperação de qualquer pessoa doente. Bem nutrido, o corpo reage melhor às medicações, ganha energia para enfrentar as terapias, é capaz de driblar eventuais infecções que possam aparecer, além de minimizar a perda de peso e favorecer a recuperação do estado geral” acrescenta a nutricionista.
A fim de proporcionar bem-estar a quem vive com câncer, uma poderosa arma é a informação. A importância da informação desde o momento do diagnóstico assim como durante todo o tratamento aumenta a segurança do paciente. De acordo com a psico-oncologista, Luciana Holtz de Camargo Barros, a informação prepara e evita que o paciente seja pego de surpresa, modificando a forma como ele se posicionará durante o tratamento. "Na minha experiência como psicóloga e diretora responsável pelo Portal do Instituto Oncoguia percebo que o paciente informado assume uma postura mais ativa diante do seu próprio tratamento” confirma a Psico- Oncologista. "Ressalto ainda que é muito importante que o paciente saiba que é possível ter qualidade de vida nesta etapa e que quando falamos de qualidade de vida, estamos abordando todos os aspectos que envolvem a vida desse paciente, ou seja, bem estar físico, emocional, social, familiar, espiritual enfim, uma série de preocupações que às vezes são deixadas de lado durante o tratamento” finaliza.
A equipe multidisciplinar ressalta que o acompanhamento médico é indispensável e sugerem algumas dicas que podem ser seguidas pelos pacientes que irão iniciar o tratamento quimioterápico.
Sempre que possível, opte por um tratamento multidisciplinar.
Pergunte todas as suas dúvidas a seu médico ou equipe multidisciplinar.
Cada caso é um caso. O que é bom para um não será, necessariamente, bom para outro.
Sentimentos como tristeza, raiva, ansiedade, medo, decepção são esperadas e podem interferir negativamente durante o seu tratamento. Se possível, procure apoio de um psicólogo. É muito importante você poder falar sobre o que você está sentindo.
Evite aglomerações, lugares sem ventilação e contato direto com pessoas resfriadas e/ou gripadas. (você pode ir ao cinema ou a igreja, mas prefira os horários mais vazios).
É muito importante que o paciente ANTES de iniciar o tratamento quimioterápico consulte-se com o dentista a fim de prevenir possíveis complicações na região da boca.
Fique atento (a) às mudanças no seu corpo ou sensações de desconforto. Não espere desenvolver um resfriado ou gripe forte para conversar com o seu médico.
A higienização dos utensílios domésticos é fundamental evitando inclusive, possíveis infecções.
Atividade física de forma moderada é muito importante durante a quimioterapia. O acompanhamento de um fisioterapeuta ou profissional especialista é sempre indicado.
Higienize os alimentos crus (Legumes, verduras e frutas) com cloro de alimentos (Hidrosteril ou Pure Verde – 10 gotas para 1 litro de água. Deixe o alimento de 20 a 30 minutos na água e depois o lave em água corrente).
Não deixe de alimentar-se, mas respeite a sua vontade.
Evite comer fora de casa e/ou comer alimentos que foram manipulados por outra pessoa. Exemplo: Frios de padaria, carnes cortadas no açougue, etc.
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