Quimioterapia para câncer de mama

A quimioterapia consiste no uso de medicamentos anticancerígenos para destruir as células tumorais, que podem ser administrados por via intravenosa ou por via oral. Em alguns casos, também é possível que os medicamentos sejam administrados diretamente no líquido espinhal, que envolve o cérebro e a medula espinhal (quimioterapia intratecal).

Para o câncer de mama, a quimioterapia pode ser indicada de três formas:

  • Quimioterapia adjuvante. É administrada após a cirurgia para destruir as células cancerígenas remanescentes ou que se espalharam para além do órgão-alvo e não podem ser visualizadas pelos exames de imagem. Esse método também é usado para reduzir o risco da recidiva.
  • Quimioterapia neoadjuvante. É administrada antes da cirurgia para tentar reduzir o tamanho do tumor até que ele possa ser retirado com um procedimento menos extenso. Essa característica faz com que esse tratamento seja usado com mais frequência para cânceres localmente avançados.
  • Quimioterapia para câncer de mama avançado. A quimioterapia pode ser usada como tratamento principal para a doença disseminada.

Administração da quimioterapia

Na maioria dos casos, a quimioterapia é mais eficaz quando usada em combinação, ou seja, quando dois ou mais medicamentos são utilizados. Muitas combinações estão disponíveis e mais eficaz será definida a partir de cada caso. 

Os quimioterápicos mais comuns para o tratamento do câncer de mama são:

Quimioterapia adjuvante e neoadjuvante:

  • Antraciclinas, como doxorrubicina e epirrubicina.
  • Taxanos, como paclitaxel e docetaxel.
  • 5-fluorouracil (5-FU) ou capecitabina.
  • Ciclofosfamida.
  • Carboplatina.

Quimioterapia para câncer de mama avançado

  • Taxanos (paclitaxel, docetaxel e paclitaxel).
  • Ixabepilona. 
  • Eribulina.
  • Antraciclinas (doxorrubicina, doxorrubicina lipossômica e epirrubicina).
  • Agentes da platina (cisplatina, carboplatina).
  • Vinorelbina. 
  • Capecitabina.
  • Gemcitabina.
  • Anticorpos conjugados (Ado-trastuzumabe emtansina, Fam-trastuzumabe deruxtecano e Sacituzumabe govitecano.

A quimioterapia combinada costuma ser usada para tratar o câncer de mama inicial. Já os casos avançados costumam se beneficiar do tratamento com quimioterapia isoladamente. Ainda assim, algumas combinações, como paclitaxel e gencitabina, também são opções para o tratamento do câncer de mama avançado.

Para os tumores HER2+, um ou mais medicamentos específicos que tenham como alvo a proteína HER2 podem ser administrados junto com a quimioterapia.

Grande parte dos medicamentos quimioterápicos para câncer de mama são administrados por via intravenosa, o que pode ser feito em consultório médico, clínica ou em ambiente hospitalar.

O tratamento é administrado em ciclos, com cada período de aplicação é seguido por um período de descanso, para permitir que o corpo possa se recuperar. Cada ciclo de quimioterapia dura algumas semanas.

Possíveis efeitos colaterais

Os quimioterápicos podem provocar efeitos colaterais. Os mais comuns dependem do tipo e da dose dos medicamentos administrados e do tempo de tratamento. Alguns exemplos são:

  • Perda de cabelo.
  • Alterações nas unhas.
  • Feridas na boca. 
  • Perda ou aumento de apetite.
  • Náuseas e vômitos.
  • Diarreia.
  • Fadiga.
  • Ondas de calor e/ou secura vaginal.
  • Danos nos nervos.
  • Infecção.
  • Hematomas ou hemorragias.
  • Fadiga.

Esses efeitos colaterais costumam desaparecer após o término do tratamento. No entanto, existem maneiras de amenizá-los. Por exemplo, podem ser administrados medicamentos antieméticos para prevenir ou reduzir as náuseas e vômitos.

Além desses, a quimioterapia também pode provocar efeitos colaterais mais duradouros e que trazem maior impacto para a vida da paciente.  Por exemplo:

  • Alterações menstruais e problemas de fertilidade. Para as mulheres mais jovens, as alterações menstruais são um efeito colateral comum da quimioterapia, assim como sintomas de menopausa precoce e infertilidade, que podem ser permanentes.  Esse impacto também gera um risco aumentado de doença cardíaca, perda óssea e osteoporose, mas existem medicamentos que controlam esses efeitos. Ainda que a quimio leve a alterações na menstruação, ainda é possível que a paciente engravide – propositalmente ou não.  No entanto, como a gravidez durante a quimioterapia pode levar a defeitos congênitos no feto e interferir no tratamento, é importante discutir o assunto com o seu médico. Se a paciente é sexualmente ativa, métodos anticonceptivos podem ser administrados junto ao tratamento. Essa decisão, entretanto, depende de cada caso. Por exemplo, para as mulheres com câncer de mama receptor de hormônio positivo, alguns tipos de controle de natalidade hormonal não são uma boa opção. Essa conversa com o oncologista também é importante se a paciente pensa em engravidar após o tratamento.
  • Problemas cardíacos. A doxorrubicina, a epirrubicina e alguns outros medicamentos quimioterápicos comuns para o tratamento do câncer de mama podem provocar problemas cardíacos, chamados de cardiomiopatia. O risco é maior se o medicamento for usado por um longo período ou em altas doses. A maioria dos médicos acompanhará a função cardíaca da paciente a partir de ecocardiogramas antes de iniciar o uso desses medicamentos e durante o curso do tratamento, assim como monitorar quaisquer sintomas cardíacos. Se há alteração na função cardíaca, o tratamento pode ser adequado, com redução de doses, ou até  interrompido temporária ou permanentemente. Entretanto, em algumas mulheres, os efeitos no coração podem não aparecer até meses ou anos após o tratamento terminar.
  • Neuropatia. Muitos medicamentos usados no tratamento do câncer de mama, incluindo os taxanos, agentes de platina, vinorelbina, erubulina e ixabepilona, podem lesionar os nervos das mãos, braços, pés e pernas. Às vezes, isso pode provocar sintomas como formigamento, dor, sensibilidade ao frio ou ao calor ou fraqueza principalmente nas mãos e nos pés. Na maioria dos casos, isso desaparece com o término do tratamento.
  • Síndrome mão-pé. Certos medicamentos quimioterápicos, como a capecitabina e a doxorrubicina, podem provocar irritação nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, um efeito colateral chamado de síndrome mão-pé. Os primeiros sintomas incluem dormência, formigamento e vermelhidão, podendo levar a inchaço das mãos e pés, causando desconforto e dor. Não existe um tratamento específico para esse efeito colateral, embora alguns cremes possam ajudar. A melhor maneira de prevenir essa síndrome é informar o médico assim que os sintomas iniciais aparecerem para que a dose de medicamento possa ser adaptada.
  • Chemo brain ou nevoeiro quimioterápico. Muitas mulheres relatam problemas de concentração e memória como um efeito colateral do tratamento do câncer de mama. Esse sintoma pode durar alguns meses ou até anos. Embora muitas associem isso à quimioterapia, esse efeito também foi observado em mulheres que não fizeram quimioterapia como parte do tratamento.
  • Aumento do risco de leucemia. Ainda que raro, alguns medicamentos quimioterápicos podem provocar doenças como a síndrome mielodisplásica ou a leucemia mieloide aguda. Quando isso acontece, os primeiros sinais tendem a aparecer até 10 anos após o tratamento. Para a maioria das mulheres, os benefícios da quimioterapia superam os riscos desta complicação rara.
  • Fadiga. A fadiga é outro efeito colateral frequente da quimioterapia, que pode durar alguns anos. Mas é um efeito que pode ser controlado. Por isso, é importante sempre comunicar o médico assim que os sintomas aparecerem para que métodos de gerenciamento possam ser aplicados.

Para saber mais, consulte nosso conteúdo sobre Quimioterapia.

Para saber se o medicamento que você está usando está aprovado pela ANVISA acesse nosso conteúdo sobre Medicamentos ANVISA.

Para saber mais sobre alguns dos efeitos colaterais listados aqui e como gerenciá-los, consulte nosso conteúdo Efeitos Colaterais do Tratamento.

Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 27/10/2021, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia. 

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