Imunoterapia para câncer de mama

Imunoterapia é um tratamento que consiste no uso de medicamentos para estimular o sistema imunológico de uma paciente a reconhecer e destruir células cancerígenas de forma mais eficaz.

Conheça alguns tipos de imunoterapia usados no tratamento do câncer de mama:

Inibidores do controle imunológico

Uma função importante do sistema imunológico é atacar as células anormais no corpo e evitar a proliferação de células não saudáveis. Para isso, as células do sistema imune buscam por checkpoints imunológicos, que são como "freios" que ajudam a controlar a resposta do corpo contra ameaças, garantindo que o sistema imunológico não ataque as células saudáveis por engano e mantenha tudo em equilíbrio. Os tumores usam esses checkpoints para se proteger e impedir que as células de defesa, como as células T, os ataquem. Por isso, os tratamentos contra o câncer podem incluir estratégias para "desligar" esses freios, ajudando o sistema imunológico a reagir com mais força contra o tumor.

A imunoterapia é um exemplo, que usa esses checkpoints como alvo e restaura a resposta imunológica contra as células do câncer.

No tratamento do câncer de mama, alguns imunoterápicos usados são:

Inibidores do PD-1

Pembrolizumabe. Esse medicamento tem como alvo a molécula PD-1, um desses freios que ajudam a manter o sistema imunológico sob controle e pode atuar evitando com que as células do tumor sejam destruídas por ele. O bloqueio da PD-1 restaura essa função do sistema imunológico, direcionando-o para atacar as células cancerígenas, o que leva a redução do tumor ou desacelera seu crescimento

O atezolizumabe também é um medicamento que inibe a PD-1 e pode ser usado com a quimioterapia no tratamento do câncer de mama triplo-negativo nas seguintes situações:

• Antes e após a cirurgia para tumores em estágio 2 ou 3.
• Para tumores que recidivaram localmente e que não podem ser removidos cirurgicamente.
• Para tumores disseminados para outros órgãos.

Esse medicamento é administrado por infusão intravenosa, a cada três ou seis semanas.

Possíveis efeitos colaterais

Os possíveis efeitos colaterais desse medicamento podem incluir fadiga, tosse, náuseas, perda de apetite, constipação e diarreia.

Outros efeitos colaterais importantes podem ocorrer com menos frequência:

• Reações à infusão. Algumas pacientes podem apresentar uma reação alérgica à infusão enquanto recebem os medicamentos. Os sintomas podem incluir febre, calafrios, rubor facial, erupções cutâneas, coceira, sensação de tontura, chiado no peito e dificuldade respiratória. A administração de corticosteroides antes da infusão pode ser realizada para evitar esses efeitos.
• Reações autoimunes. Esses medicamentos agem basicamente removendo os freios do sistema imunológico do corpo. Por isso, o sistema imunológico pode atacar outras partes do corpo além do tumor, o que pode provocar problemas importantes nos pulmões, intestinos, fígado, glândulas produtoras de hormônios, rins ou outros órgãos.

É importante comunicar imediatamente o aparecimento de qualquer efeito colateral ao seu médico. Se ocorrerem efeitos colaterais importantes, pode ser necessário interromper o tratamento e recorrer para o controle do sistema imunológico com a administração de  corticosteroides 

Para saber mais, consulte nosso conteúdo sobre Imunoterapia.

Para saber se o medicamento que você está usando está aprovado pela ANVISA acesse nosso conteúdo sobre Medicamentos ANVISA.

Para saber mais sobre alguns dos efeitos colaterais listados aqui e como gerenciá-los, consulte nosso conteúdo Efeitos Colaterais do Tratamento.

Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 27/10/2021, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.