Tabagismo não é único fator de risco para câncer de pulmão

Nesta terça, dia 1º de agosto é comemorado o Dia Mundial do Câncer de Pulmão, doença causada, na maioria das vezes, pelo tabagismo. No entanto, apesar de corresponder a 90% dos casos, esse não é o único fator de risco.

O especialista em cirurgia torácica, Luziélio Filho, explica que a poluição atmosférica, alguns tipos de trabalho onde a pessoa fica exposta a agentes cancerígenos e, ainda, fatores genéticos contribuem para a alta incidência da doença.

“A população idosa é a mais suscetível a desenvolver câncer de pulmão. Todavia, temos observado, nos últimos anos, um aumento de casos em pessoas mais jovens, especialmente mulheres, mesmo sem história de tabagismo”, afirma ele.

Segundo Filho, o diagnóstico do câncer de pulmão costuma ser tardio. Em apenas 15% a 20% dos casos o paciente chega em condições de ser curado. Isso porque não existe uma padronização para rastreamento, da mesma forma que ocorre para câncer de mama, de cólon ou de próstata. “O ideal é que as pessoas com risco de desenvolver câncer de pulmão sejam avaliadas e acompanhadas por especialistas na área, sendo assim possível o diagnóstico precoce”.

O especialista pontua que, para os casos onde o câncer é detectado precocemente, a cirurgia é o melhor tratamento. Ao longo dos anos, as técnicas cirúrgicas desenvolveram-se muito e, atualmente, grande parte dos casos são tratados de forma minimamente invasiva através de cirurgia robótica ou por vídeo. Isso permite uma recuperação mais rápida e menos agressiva ao organismo.

Já para os casos avançados, nos últimos 8 a 10 anos foram desenvolvidos diversos medicamentos, chamados de Imunoterápicos, que aumentaram a sobrevida dessa população, que, anteriormente, era de, aproximadamente, 5% em 5 anos.

“Ou seja, a cura definitiva só é alcançada nos casos onde os tumores são detectados precocemente e, então, operados. Nos casos avançados não há cura, mas, atualmente, há maior sobrevida”, explica.

Já a principal medida de prevenção para reduzir o risco desse câncer é não fumar. Isso se aplica a qualquer tipo de fumo (cigarro, cigarro de palha, cigarros eletrônicos, maconha, etc).

Casos no Espírito Santo

Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), no Espírito Santo, em 2020, foram diagnosticadas 301 pessoas com neoplasia maligna dos brônquios e dos pulmões. Em 2021 foram 298, em 2022 foram 362, e até agora, neste ano, houveram 45 casos da doença.

Outros fatores

A oncologista Carla Loss cita que o etilismo, deficiência de vitamina A, idade maior que 50 anos e exposição à poluição do ar e outros agentes químicos como arsênico, asbesto, cromo, urânio e gás mostarda sã outros fatores para desenvolvimento de câncer de pulmão.

Infecções pulmonares de repetição, doença pulmonar obstrutiva crônica e fatores genéticos e história familiar de câncer de pulmão também contribuem para essa incidência.

Segundo a especialista, o risco de um fumante desenvolver câncer de pulmão é de cerca de 20 a 30 vezes mais. “Lembrando que o paciente que é tabagista passivo tem o risco de, pelo menos, três vezes mais que o de uma pessoa não exposta à fumaça do cigarro”.

Em relação a trabalhadores de diversas indústrias, construção civil, bombeiros, mecânicos que tem a exposição constante a poluentes do ar e agentes químicos ou físicos (entre minérios radioativos e asbestos) também há maior risco de desenvolver a doença.

Sintomas

Segundo Carla, não existem sintomas específicos para o câncer de pulmão porque eles se confundem com as de outras doenças respiratórias, entre elas enfisema pulmonar, bronquite e pneumonias.

Os sintomas observados com maior frequência são: tosse, falta de ar, chiado, presença de sangue no catarro e dor no peito. Diminuição do apetite e perda rápida de peso também são sinais que devem chamar a atenção para a possibilidade de câncer.

Diagnóstico

Quanto ao diagnóstico, estudos recentes recomendam que pessoas com alto risco de câncer de pulmão (fumantes e ex-fumantes), com mais de 55 anos, façam uma tomografia de tórax anual para um possível diagnóstico caso não apresentem sintomas.

“Diante da suspeita de câncer de pulmão, após anamnese e exame físico, o médico deve pedir um exame de raios X de tórax ou tomografia. Em casos de suspeita de anormalidade no exame, deve ser confirmada ou descartada por uma biópsia, que é o exame que confirma a presença de células neoplásicas”, ressalta.

A oncologista informa que os principais exames realizados para obter a amostra para a biópsia são a broncoscopia e a biópsia guiada por tomografia.

O tratamento é multidisciplinar, formado por oncologista, cirurgião torácico, pneumologista e radioterapeuta. Para o adequado planejamento do tratamento, é necessário fazer o diagnóstico histológico e o estadiamento, para definir se a doença está localizada ou metastática.

“Temos opções a cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia-alvo e imunoterapia. Dois fatores principais influenciam no potencial de recuperação do paciente: o estágio da doença no momento do diagnóstico e do tratamento e a resposta de cada paciente. Em estágios iniciais, as chances de cura são em torno de até 70%”, pontua ela.

Fonte: ES Hoje

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