Síndrome de Li-Fraumeni: o que é a condição que aumenta o risco de câncer
A Síndrome de Li-Fraumeni é uma doença hereditária de predisposição ao câncer. Ou seja, pessoas com essa condição têm um risco muito aumentado para o desenvolvimento de diversos tipos de câncer, tanto na infância quanto na fase adulta. A síndrome por si só não provoca sintomas e não tem tratamento. O tratamento ocorre somente quando há o diagnóstico de câncer, de acordo com o tipo de tumor detectado.
A síndrome é causada por uma alteração no gene TP53, um gene supressor tumoral. “O gene é um segmento do nosso DNA. Todos nós temos duas cópias desse gene, mas quando uma dessas cópias já apresenta uma mutação deletéria – que a gente chama de variante patogênica ou provavelmente patogênica – esse gene não consegue codificar a proteína com a função adequada, e aí o indivíduo nasce com essa síndrome, não é algo que ele adquire durante a vida. Ele já nasce com essa predisposição”, explica o dr. Vandré Carneiro, cirurgião oncológico titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e diretor do Programa de Câncer Hereditário do Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP).
“Esse gene tem a função de suprimir o aparecimento de câncer. Assim, pessoas com a síndrome têm maior risco de desenvolver tumores ao longo da vida”, completa a dra. Andreza Souto, oncologista e oncogeneticista do Grupo Oncoclínicas do Distrito Federal.
Embora seja considerada uma doença rara na população mundial, no Brasil a situação é um pouco diferente, porque existe uma mutação brasileira chamada de variante R337H que faz com que a síndrome seja muito mais frequente entre os brasileiros. A estimativa no país é de um caso a cada 300 nascidos vivos, concentrados principalmente nas regiões Sul e Sudeste.
Além disso, por se tratar de uma doença hereditária, é comum que ocorra em várias pessoas da mesma família. Quando uma pessoa com a síndrome tem um filho, há 50% de chance desse filho também nascer com a condição.
Risco aumentado e tipos de câncer
Nem todas as pessoas com Síndrome de Li-Fraumeni terão câncer, embora haja um risco muito aumentado. “Pessoas com a doença têm 50% de chances de desenvolver câncer antes dos 40 anos e 90% têm câncer antes dos 60. [Também há] alto risco para múltiplos tumores primários”, afirma a dra. Andreza.
Em geral, a síndrome aumenta o risco para quase todos os tipos de câncer, mas existem aqueles que são mais frequentes, como:
- Câncer de mama, especialmente em mulheres jovens;
- Câncer de adrenal (glândula que fica acima do rim);
- Tumores do sistema nervoso central, principalmente carcinoma de plexo coróide;
- Sarcomas (tumores de partes moles);
- Rabdomiossarcoma.
“Também vemos incidência aumentada de cânceres de tireóide e pulmão. 1,5% de todos os casos de câncer de mama no Brasil são causados por esse gene, e afeta muitas pacientes jovens”, destaca a médica.
Diagnóstico da síndrome
Segundo a oncologista, pode haver suspeita de Síndrome de Li-Fraumeni quando a pessoa tem um histórico pessoal de câncer em idade jovem, vários casos de câncer ou história familiar com muitos casos de câncer (incluindo os infantis).
“Esses pacientes ou indivíduos sem câncer mas com histórico familiar importante devem ser referenciados a um oncogeneticista para que ele possa fazer uma avaliação mais rigorosa, solicite o teste genético confirmatório e assim realize o manejo adequado para esse paciente e seus familiares. Se o profissional considerar que o paciente pode ter a síndrome, será feito o encaminhamento a um especialista em aconselhamento genético”, explica ela.
O diagnóstico é feito através de um teste genético que avalia o gene TP53. “Esse teste é feito no sangue ou na saliva na imensa maioria das vezes, mas o importante é que tenha o DNA. E a gente está falando de mutação germinativa, a gente não pesquisa síndrome no tumor, mas sim no sangue ou na saliva dos indivíduos”, esclarece o dr. Vandré.
Redução de risco e rastreio precoce
O especialista explica que uma das formas de reduzir o risco de câncer em pacientes com Síndrome de Li-Fraumeni é a cirurgia redutora de risco, como, por exemplo, a mastectomia bilateral redutora de risco, que é a retirada das mamas para evitar o câncer de mama.
A dra. Andreza também reforça que, como a síndrome predispõe ao desenvolvimento de vários tipos de câncer, os pacientes devem incorporar um estilo de vida saudável, com medidas que reduzam os riscos da doença. “As recomendações gerais já são bastante conhecidas, como não fumar, controlar o peso, praticar exercícios físicos, amamentar, utilizar protetor solar, etc.”.
“E existe uma maneira muito eficaz de a gente dar esse diagnóstico de forma mais precoce. Então, de uma forma geral, não vai ser reduzida a incidência de câncer, mas a gente vai conseguir um diagnóstico numa fase mais inicial, consequentemente com chance de cura muito maior”, destaca o dr. Vandré.
Vale destacar que a Síndrome de Li-Fraumeni não tem cura. O que se cura são os cânceres, principalmente quando detectados precocemente. Para isso, existe um acompanhamento específico para esses pacientes. Segundo o médico, esse acompanhamento é iniciado em idade muito mais precoce e em periodicidade bem mais rigorosa do que a população de risco habitual.
“Em se tratando de Síndrome de Li-Fraumeni, existe um exame chamado ressonância de corpo inteiro, que é feito desde o diagnóstico da síndrome. Ele inicia inclusive já na primeira infância, se o indivíduo for diagnosticado com a síndrome. É um tipo de rastreio muito eficaz, capaz de diagnosticar o câncer na sua fase precoce, e assim mudar a história natural do câncer nessas pessoas que já tem uma chance muito grande de ter câncer”, explica o especialista.
“Nas famílias em que já tenha ocorrido o diagnóstico da síndrome, a adesão ao rastreamento preventivo é muito útil”, completa a oncologista.
Diagnóstico pré-implantacional
Os especialistas explicam que para as pessoas que têm a síndrome existe a possibilidade de fazer o chamado diagnóstico pré-implantacional – método de diagnóstico pré-natal usado em técnicas de reprodução assistida.
Nesses casos, é realizada uma fertilização in vitro e escolhido o embrião que não tem a mutação genética, ou seja, não tem a síndrome, para ser implantado no útero. “É uma coisa muito específica, mas aqui no Brasil é aceitável do ponto de vista ético e do ponto de vista legal”, afirma o médico.
Fonte: Drauzio Varella
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