Remissão ou cura? Como saber se um paciente está livre do câncer

A princesa de Gales, Kate Middleton anunciou recentemente que está em remissão de seu câncer. “É um alívio estar agora em remissão e contínuo focada na recuperação”, escreveu a esposa do príncipe William, no Instagram.

Em setembro, ela disse que havia completado a quimioterapia para o câncer e que seu objetivo era permanecer livre do câncer. “Como qualquer pessoa que tenha passado por um diagnóstico de câncer saberá, leva tempo para se ajustar a um novo normal. No entanto, estou ansiosa por um ano gratificante pela frente”, acrescentou ela. “Há muito pelo que esperar”.

A palavra remissão é usada clinicamente após um tratamento de cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou imunoterapia e aquela imagem de massa ou lesão de câncer que o exame de imagem mostrava anteriormente, não existe mais, ou seja, não há mais atividade da doença.

— Há três fatores que costumamos ver basicamente, o primeiro é o fator clínico, ou seja, os sintomas que aquele paciente sentia, deve diminuir, melhorar ou desaparecer. Dor, perda de peso, qualquer que seja o sintoma. O segundo é radiológico, ou seja, os exames de imagens não detectarem o câncer no organismo; e por último o laboratorial, quando o exame de sangue não mostrar a presença do câncer. Se tiver os três fatores, a remissão é completa — Explica Tiago Cordeiro Felismino, oncologista clínico do A.C. Camargo Cancer Center.

Há também a remissão parcial, ou seja, uma redução de 50% do tumor ou carga tumoral. Normalmente, os médicos levam em conta o fator radiológico nesse caso para decretar a remissão parcial.

Entretanto, isso não quer dizer que o paciente está curado do câncer. Segundo especialistas, é um grande passo dado em direção a cura, porém, ainda é necessário continuar com o tratamento, rotina de exames e exercícios físicos. Dependendo do tipo de tumor, se ele for mais agressivo, as chances de ele retornar ainda são grandes. Os médicos afirmam que os bons resultados de exames devem persistir por mais cinco anos em geral para os pacientes serem considerados curados.

— O paciente precisa sempre estar em contato com sua equipe médica, realizar os exames de tempos em tempos. Vai depender muito de cada tumor, mas, em geral, nos primeiros anos de tratamento, é aconselhado de três em três meses para detectar sintomas, ver se o paciente está com efeitos colaterais e analisar exames — diz Bárbara Sodré, oncologista clínica da Oncoclínicas Río de Janeiro e coordenadora de oncologia do Hospital Marcos Moraes.

Os médicos aconselham todos os pacientes, desde o diagnóstico a realizarem atividades físicas. Claro, respeitando seus limites e o tratamento — muitas vezes a quimioterapia ou outros tipos de tratamento deixam o paciente cansado e sem condições de fazer atividades físicas. Pesquisas na área afirmam que pessoas em tratamento de câncer que tem uma boa massa muscular têm uma tolerância melhor ao tratamento.

— Dieta e atividade física são melhores para o resultado do tratamento. Enquanto o paciente estiver bem, estimulamos a prática de exercícios o mais perto do normal possível. É importante eles evitarem, de uma forma geral e ao máximo, alimentos industrializados, todos que têm gordura saturada, e preferirem alimentos ricos em fibras, verduras, frutas. É desaconselhado comer grandes quantidades de carne vermelha rica em gordura, dê sempre preferência para carnes mais magras, como peixe e frango — afirma Sodré.

Além da dieta, Felismino lembra que o cuidado social e familiar também é de extrema importância após a remissão, porque o paciente venceu o câncer, mas isso não significa que ele está curado 100%, e que ele vai precisar continuar com o tratamento. Ou seja, ainda terá impactos sobre a família que vão estar com o paciente em todos os momentos.

— Câncer é uma doença da família, precisa envolver todos. O tratamento pode deixar os pacientes com menores chances de terem filhos no futuro, ele precisará ser reinserido no mercado de trabalho. Ainda tem o temor da volta do câncer, como será a volta dele ao trabalho e a vida. É necessário entender a relação dessa família para ajudar o paciente da melhor maneira possível — diz o oncologista.

Fonte: O Globo

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