Radioterapia para câncer de pulmão de não pequenas células
A radioterapia utiliza radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento das células anormais que compõem um tumor.
A radioterapia pode ser empregada em diferentes contextos:
- Tratamento principal. Indicada quando o tumor não pode ser removido cirurgicamente devido ao tamanho, localização ou às condições de saúde do paciente, que impossibilitam a realização de uma cirurgia.
- Após a cirurgia. Utilizada para eliminar células cancerígenas remanescentes, ajudando a retardar ou evitar a recidiva da doença.
- Antes da cirurgia. Associada à quimioterapia, com o objetivo de reduzir o tamanho do tumor e viabilizar a cirurgia.
- Tratamento de metástases. Usada para tratar a disseminação do câncer em áreas como cérebro ou ossos.
- Tratamento paliativo. Aplicada para aliviar sintomas de doença avançada, como dor, hemorragia, dificuldade para engolir, tosse ou complicações decorrentes da disseminação do câncer para outros órgãos.
Tipos de radioterapia
Radioterapia com feixes externos
Esse é o tipo mais comum de radioterapia para câncer de pulmão de não pequenas células, incluindo casos de metástase. O tratamento envolve a liberação de doses de radiação em áreas específicas ao longo de várias semanas.
O procedimento é semelhante à realização de uma radiografia, sendo indolor. Embora cada sessão dure apenas alguns minutos, o processo de posicionamento pode ser mais demorado. As técnicas mais avançadas permitem maior precisão, minimizando a exposição dos tecidos saudáveis próximos. Entre essas técnicas estão:
- Radioterapia estereotáxica. É indicada para tratar cânceres em estágio inicial, especialmente quando a cirurgia não é uma opção devido a problemas de saúde. Essa técnica administra doses elevadas de radiação de diferentes ângulos diretamente no tumor.
- Radioterapia conformacional tridimensional. A radioterapia conformacional 3D está baseada no planejamento tridimensional, permitindo planejar o tratamento em três dimensões, concentrando a radiação no tumor e reduzindo os efeitos colaterais nos tecidos saudáveis.
- Radioterapia conformacional quadridimensional. Essa técnica avalia a posição do tumor em relação às estruturas próximas durante o ciclo respiratório. Essa técnica mostra se um tumor está contido ou invadindo estruturas importantes no tórax, o que é útil para determinar se um paciente é elegível (ou não) para a cirurgia.
- Radiocirurgia estereotáxica. Utiliza altas doses de radiação em uma única sessão para tratar tumores, especialmente no cérebro. Conhecida como "Gamma Knife", essa técnica é extremamente precisa e protege os tecidos saudáveis próximos. Utiliza um tipo de capacete especial, para manter a cabeça na posição correta durante o tratamento. Não é uma cirurgia em si, mas uma aplicação precisa e muito bem focalizada da radiação
- Braquiterapia (Radioterapia interna). Nesta modalidade, uma pequena fonte de radiação é inserida diretamente no tumor, geralmente com o auxílio de um broncoscópio. Esse tratamento é indicado para reduzir tumores localizados nas vias aéreas pulmonares e aliviar sintomas. Por ser uma técnica localizada, os efeitos colaterais nos tecidos saudáveis são minimizados.
- Radioterapia com feixe de prótons. Essa técnica utiliza prótons em vez de raios X. Por liberarem energia diretamente no alvo, causam menos danos aos tecidos que atravessam. Embora teoricamente mais precisa, ainda são necessários estudos adicionais para confirmar sua eficácia em relação a outras técnicas, como a radiocirurgia estereotáxica.
Possíveis efeitos colaterais
Os efeitos colaterais variam de acordo com a área tratada e a dose de radiação, podendo incluir:
- Fadiga.
- Náuseas e vômitos.
- Perda de apetite e perda de peso.
- Alterações na pele na área tratada, que podem variar de vermelhidão a bolhas e descamação.
- Perda de cabelo, na região tratada.
Muitas vezes, esses efeitos desaparecem após o término do tratamento. Quando a radiação é administrada junto com a quimioterapia, esses efeitos são muitas vezes mais intensos.
A radioterapia na região do tórax pode lesionar os pulmões e provocar tosse, problemas respiratórios e falta de ar. Esses sintomas geralmente melhoram após o término do tratamento, embora às vezes possam não desaparecer completamente.
O esôfago, que está localizado no centro do tórax, pode ser exposto às radiações, o que pode provocar dor de garganta e dificuldade para engolir durante o tratamento. Isso pode tornar difícil a deglutição de alimentos que não sejam macios ou líquidos por um determinado tempo. Mas melhora paulatinamente após o término do tratamento.
A radioterapia em grandes áreas do cérebro, às vezes, pode provocar perda de memória, dores de cabeça ou problemas de concentração. Geralmente, esses sintomas são menores em comparação com aqueles provocados por metástases cerebrais, mas podem afetar a qualidade de vida do paciente.
Para saber mais, consulte nosso conteúdo sobre Radioterapia.
Para saber mais sobre alguns dos efeitos colaterais listados aqui e como gerenciá-los, consulte nosso conteúdo Efeitos Colaterais do Tratamento.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 29/01/2024, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
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