O menor câncer de pele do mundo é detectado: tem apenas 0,65 milímetro

Um câncer de pele quase invisível ao olho humano foi detectado com sucesso por médicos da Escola de Medicina da Oregon Health & Science University (OHSU), nos Estados Unidos. O tumor tinha apenas 0,65 milímetros e foi detectado com a ajuda de uma tecnologia não invasiva de ponta.

O feito não apenas garantiu à equipe médica um recorde mundial do Guinness como foi extremamente benéfico para a paciente, dado que se tratava de um melanoma, o tipo mais agressivo de câncer de pele.

Para identificar esse microcâncer de pele, o médico Alexander Witkowski, professor assistente de dermatologia na OHSU School of Medicine, usou uma combinação de técnicas. A dermatoscopia, que funciona como uma lupa para dar aos médicos uma visão mais detalhada da pele afetada, e a microscopia confocal de refletância, que é uma ferramenta de imagem que ajuda os médicos a monitorar e diagnosticar lesões de pele sem a necessidade de cortá-la. Seus colegas ajudaram a confirmar o diagnóstico implementando técnicas adicionais de coloração e teste molecular.

“O que nossa equipe realizou junto incorpora minha declaração de missão pessoal: ‘Pegue o inevitável, cedo'”, disse Witkowski, em comunicado.

Staats originalmente marcou uma consulta para discutir outra lesão na pele, com a qual estava preocupada, que acabou sendo benigna. No entanto, ao examiná-la, Witkowski notou uma pequena mancha em sua bochecha direita que poderia facilmente ter passado despercebida. Ela media apenas 0,65 milímetros, mas tinha algumas características que faziam soar o alarme.

Foi uma sorte para Staats que esse tipo de microscopia confocal estivesse disponível: OHSU é o único centro na costa oeste dos Estados Unidos a ter um desses dispositivos. Como disse o diretor do Programa de Melanoma do OHSU Knight Cancer Institute e presidente do Departamento de Dermatologia, Sancy Leachman, este caso “realmente demonstra o poder da nova tecnologia para identificar precocemente pontos potencialmente perigosos”.

“Acredito que é possível que todos tenham a mesma sorte que eu com a tecnologia certa. Se eles podem encontrar o meu tão cedo, é óbvio que essa tecnologia pode ajudar outras pessoas.” disse a paciente, em um comunicado.

Com o diagnóstico confirmado e após a publicação do relatório do caso na revista científica Dermatology Practical & Conceptual, a equipe foi oficialmente reconhecida pelo Guinness World Records em uma cerimônia para comemorar o “Menor Câncer de Pele Detectado”.

Os melanomas representam apenas cerca de 1% dos cânceres de pele em geral, mas causam um número desproporcional de mortes. A American Cancer Society estima que 97.610 novos casos de melanoma serão diagnosticados em 2023, e detectá-los o mais cedo possível é vital para dar aos pacientes a melhor chance.

Fonte: O Globo