O câncer está crescendo entre os jovens. O que precisamos fazer?

Cada vez mais jovens são diagnosticados com câncer em todo o mundo. É o que revela um estudo recém-publicado pela revista científica The Lancet Public Health Journal, que mostra um aumento significativo na incidência de casos entre a geração X (1965 a 1980) e os millennials (1981 a 1996). Liderado por pesquisadores da American Cancer Society (ACS), a análise apresentou dados de mais de 23 milhões de pacientes diagnosticados com 34 formas de câncer ao longo de 20 anos, considerando indivíduos nascidos entre 1920 e 1990.
Os resultados indicaram, entre outros aspectos, que pessoas na faixa etária atual entre 28 e 59 anos têm até três vezes mais probabilidade de desenvolver tumores, incluindo os de intestino delgado, pâncreas, rins e pélvis, em comparação aos chamados baby boomers, aqueles acima dos 60 anos (nascidos entre 1946 e 1964).
As taxas de mortalidade por tumores de fígado, colo de útero, colorretal e testículos também tiveram elevação entre os X e millennials. Dessa forma, a análise avalia que enquanto as taxas de câncer diminuíram entre as gerações mais velhas, houve uma progressão entre os mais jovens, refletindo as consequências de fatores de risco como obesidade e consumo de álcool.
Esse aumento é especialmente preocupante entre adultos com menos de 50 anos, escancarando um cenário que ameaça reverter décadas de progresso na luta contra o câncer e projetando um crescimento significativo nos diagnósticos nas próximas três décadas.
E mais do que isso: a pesquisa traz um alerta relevante para as implicações econômicas e de saúde pública, enfatizando a necessidade de intervenções eficazes para mitigar esses riscos e evitar um ciclo vicioso de saúde precária e dificuldades econômicas.
Vale lembrar que, de acordo com os números mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), a incidência global de tumores malignos deve saltar de 20 milhões de novos casos (2022) para 35 milhões em 2050, um aumento que equivale a 77%. Além disso, cerca 53,5 milhões de pessoas atualmente estão vivendo com câncer, considerando o período de prevalência da doença no período de cinco anos.
Já de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), só no Brasil são esperados 704 mil novos diagnósticos de câncer em 2024, estando o câncer de pele do tipo não melanoma, mama, próstata, pulmão e colorretal no topo do ranking de mais comuns entre a nossa população.
Alerta para o Brasil
A somatória dessa equação serve como um alerta em especial aos países em desenvolvimento, como o nosso, que vêem seus casos de câncer aumentarem exponencialmente ao longo dos dos últimos anos. Diante disso, as medidas-chave estão nas políticas de conscientização sobre a fatores de risco evitáveis, incluindo melhora no estilo de vida, incluindo combate ao sedentarismo, incentivo ao consumo de alimentos saudáveis e promoção de conhecimento para detecção precoce do câncer.
Elas são a solução para diminuição dos impactos gerados pela doença em aspectos que extrapolam o debate epidemiológico, devendo ser considerado ainda o impacto dessa realidade nos custos, tanto do ponto de vista financeiro quanto humano.
E é preciso ir além: o estímulo à conscientização da população em geral sobre como é feita a detecção precoce de tumores, garantindo a disponibilidade dos serviços necessários, que incluem médicos, exames e tecnologias, são pilares que asseguram a descoberta da doença em fase inicial, o que melhora o prognóstico do paciente, com resultados positivos às terapias e maiores chances de cura.
Componentes socioeconômicos não podem ser ignorados
Os dados apresentados pelo Lancet servem como mais um elemento de atenção sobre os impactos dos hábitos de vida da população global nos riscos de surgimento de tumores. Uma outra análise, publicada no início de 2024 pela revista britânica BMJ Oncology, já havia acendido o sinal de alerta sobre o aumento de nos novos casos de câncer entre pessoas com menos de 50 anos, mostrando um crescimento de 79% em um período de três décadas (1990-2019).
Para entender melhor o panorama, a pesquisa europeia se baseou em dados do Estudo Global Burden of Disease 2019, que avaliou 29 tipos de câncer em 204 regiões de diferentes países. Foram contemplados mais de 1,8 milhões de diagnósticos, tendo sido o tumor de mama o mais incidente, embora os tipos de traqueia e da próstata tenham aumentado mais rapidamente desde 1990.
Os cânceres que causaram o maior número de mortes e que mais comprometeram a saúde entre os adultos mais jovens foram os de mama, traqueia, pulmão, intestino e estômago.
Mais de 1 milhão de pessoas com menos de 50 anos morreram em decorrência de tumores em 2019, um aumento de pouco menos de 28% em relação aos números de 1990. Com base nas tendências observadas nas últimas três décadas, os investigadores estimam que o número global de novos casos de início precoce e de mortes aumentará mais de 31% e 21%, respectivamente, em 2030. E, embora o câncer venha sendo progressivamente diagnosticado em pessoas mais jovens, poucos estudos focaram nas importantes distinções regionais e nacionais.
Além dos fatores genéticos e hábitos de vida, a doença tem um componente socioeconômico, e o olhar para as diferenças regionais é crítico para sabermos onde precisamos melhorar e para onde precisamos ir. Em muitos locais, a sobrevida de alguém pode ser influenciada por acesso a uma vaga em um hospital, um simples transporte, vacinação ou mesmo uma renda que dê para um suporte necessário em tratamento mais agressivos, como uma nutrição adequada.
As estatísticas da OMS ressaltam que, em países de renda baixa a média, como o Brasil, o câncer precoce teve um impacto muito maior nas mulheres do que nos homens, tanto em termos de mortes como de problemas de saúde subsequentes. Isso pode estar conectado, por exemplo, às dificuldades de acesso de exames diagnósticos e conhecimento sobre medidas preventivas simples, como a vacina contra o HPV - a alternativa mais eficaz quando falamos em prevenção ao câncer de colo de útero e que está disponível na rede pública brasileira para meninos e meninas de 9 a 14 anos.
A mensagem central que deve ser repetida é que o caminho para que possamos frear os riscos de letalidade em decorrência do câncer, invariavelmente, deve passar pelo incentivo à disseminação de informações consistentes e investimentos para garantir a equidade no acesso ao diagnóstico rápido e preciso da doença, assegurando assim o melhor prognóstico para cada caso, com resultados que se refletem em respostas mais positivas às terapias e maiores chances de cura.
Fonte: Veja
- INCA divulga pesquisa inédita sobre o panorama do câncer de cabeça e pescoço no Brasil
- Vacina contra Covid reduz risco cardiovascular em pacientes com câncer, diz pesquisa
- Corrida pela vacina da Covid-19 avançou tratamento de doenças como o câncer
- Pacientes com câncer podem ter isenção de IPI na compra de carros novos
- Uma em quatro mulheres com câncer de pulmão nunca fumou; qual a explicação?
- Câncer colorretal: sintomas, fatores de risco e opções de tratamento
- Exercício diminui risco de morte em pessoas com câncer
- Confira quais são os tipos de cânceres que mais ameaçam a saúde feminina
- Estudo revela possível estratégia para combater câncer cerebral agressivo
- Projeto isenta de IPI carro comprado por quem tem câncer
- Casos de câncer de mama devem disparar
- Cooperação entre células cancerígenas pode levar a crescimento rápido de tumor, sugere pesquisa
- Câncer de colo do útero: com 7 mil mortes evitáveis, Brasil se atrasa para cumprir meta da OMS
- Maioria das brasileiras não sabe como prevenir o câncer de intestino, o segundo mais comum entre as mulheres
- Com alta de casos, câncer anal pode ser evitado (inclusive com vacina)
- 7 a cada 10 brasileiros em tratamento oncológico sofrem com sintomas dermatológicos
- O papel da quimioterapia e da imunoterapia no tratamento do câncer de bexiga
- Câmara aprova projeto que prioriza pessoas com câncer na marcação de consultas e exames
- Casos de câncer de mama devem subir 38% e mortes 68% até 2050
- Maior parte dos novos casos de câncer em 2025 deve acometer mulheres
- Vacina do HPV zerou casos de câncer de colo de útero na Escócia, mostra estudo
- Mastectomia preventiva reduz risco de câncer de mama, mas não elimina chances da doença, diz especialista. Entenda
- Exames de prevenção do câncer do intestino têm de começar aos 45 anos
- Por que casos de câncer em jovens adultos estão aumentando?
- Conscientização sobre câncer de próstata pode chegar a estádios, bares e academias
- Paciente tem remissão de câncer por 18 anos com terapia CAR-T
- Comissão debate oferta de terapia nutricional para pacientes com câncer
- Entenda como o consumo de ultraprocessados pode aumentar risco de câncer
- Por que os casos de câncer de pulmão em não fumantes estão aumentando?
- Retorno ao trabalho após tratamento do câncer: desafios, adaptações e direitos
- A cada minuto, 40 pessoas são diagnosticadas com câncer no mundo
- Câncer de Pele e o Trabalho Exposto Ao Sol
- Compras centralizadas na oncologia devem crescer, diz secretário do Ministério da Saúde
- ANS abre consulta pública sobre cobertura de medicamento para câncer
- Ministério da Saúde publica regulamentação da Política Nacional do Câncer
- Oncologistas defendem não usar palavra câncer para certos tipos da doença em fase inicial
- O que a sua cintura pode dizer sobre o risco de câncer
- No Brasil, crianças indígenas morrem mais de câncer do que brancas, negras e amarelas
- A cada minuto, 40 pessoas são diagnosticadas com câncer no mundo
- Comissão debate a regulamentação da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer
- Novo teste melhora a previsão de sobrevida do câncer de pulmão em estágio inicial
- Periodicidade de mamografias divide médicos e autoridades de saúde
- Vencer o câncer e seus tabus é um desafio para a sociedade brasileira
- Em 1 década, câncer de pênis levou a quase 600 amputações anuais no Brasil
- Alimentação pode ajudar pacientes a lidar com efeitos do tratamento de câncer; veja dicas
- Personalização no combate ao câncer de pulmão: o papel dos biomarcadores
- Os tratamentos ultrarrápidos contra o câncer que podem substituir a radioterapia no futuro
- Baseado em fatos “Câncer com Ascendente em Virgem” ganha trailer oficial
- Preta Gil passa a usar bolsa de colostomia definitiva em meio a tratamento contra câncer: Um desafio muito maior
- Câncer de cabeça e pescoço tem maioria de casos avançados no país
- Oncologistas franceses alertam para alta de casos de câncer em jovens adultos: é uma corrida contra o tempo
- Nova abordagem terapêutica poderia impedir metástase do câncer no cérebro
- Consulta da ANS sobre câncer oportuniza revisão de políticas de saúde
- Câncer com Ascendente em Virgem: filme com Suzana Pires e Marieta Severo ganha trailer e data de estreia
- Técnica de congelamento do câncer na mama mostra 100% de eficácia em estudo brasileiro
- INCA defende criação de política nacional para ampliar acesso à atividade física no SUS e fortalecer combate ao câncer
- Taxas de câncer de mama aumentam entre mulheres mais jovens
- Remissão ou cura? Como saber se um paciente está livre do câncer
- INCA prevê 600 mil novos casos de câncer no Brasil em 2025
- Câncer no intestino está aumentando em pessoas com menos de 50 anos. Saiba o que explica essa tendência
- Açúcar adicionado e sal aumentam risco de câncer de estômago, diz estudo
- IA avança no diagnóstico de câncer, mas desafios ainda persistem
- Câncer de pele: saiba qual é o sintoma pouco conhecido de uma das formas mais sérias da condição
- Exercícios físicos ajudam a prevenir, tratar e se recuperar de câncer
- Diagnóstico tardio torna câncer que matou Léo Batista um dos mais mortais
- EUA observam aumento ‘preocupante’ de câncer em pessoas mais jovens, especialmente entre as mulheres
- Os 6 tipos de câncer mais letais e quais os sintomas para se estar atento
- Câncer de intestino em alta entre as pessoas com menos de 50 anos; veja o que explica a tendência
- Saiba o que é câncer em remissão, como no caso de Kate Middleton
- Câncer de pulmão: I.A e outras terapias podem revolucionar tratamento da doença; entenda
- Vacinas contra o câncer tornam tratamentos mais precisos e eficazes
- Exercício regular pode reduzir evolução do câncer e risco de morte, diz estudo
- Câncer de mama: novo protocolo padroniza diagnóstico e tratamento no SUS
- Estudo mostra por que metástase de câncer ocorre com frequência no pulmão
- Mais de 32,5 milhões de brasileiros terão gestores comprometidos com o combate ao câncer
- Vacina e diagnóstico precoce são armas contra câncer de colo de útero
- Comissão aprova prioridade em teleconsultas para paciente com câncer em caso de atraso na consulta presencial
- O guerreiro tem direito ao seu descanso: a decisão de Mujica de não tratar câncer após metástase
- Sua dieta está matando seu DNA? Cientistas descobrem bomba-relógio do câncer de fígado
- Medicina de precisão: o novo capítulo no tratamento oncológico
- Células CAR-T e além: avanços e desafios futuros
- Casos de câncer de mama são encontrados em maior quantidade quando IA é usada em exame, indica estudo
- O tempo pode salvar vidas
- EUA: bebidas alcoólicas podem ter rótulo com alerta de risco de câncer
- Câncer de colo de útero está com os dias contados
- O futuro do tratamento do câncer passa pela terapia CAR-T
- Terapias alternativas contra câncer funcionam?
- Entenda as novas regras dos planos de saúde para alterações em rede hospitalar
- Câncer: estudo revela aumento de casos em pessoas com menos de 50 anos
- Ultraprocessados ricos em óleo podem ser uma das causas da epidemia de câncer colorretal em jovens
- Obesidade e câncer, como desfazer esta ligação perigosa
- Câncer de mama: fase do ciclo menstrual pode influenciar eficiência do tratamento
- Câncer: Anvisa aprova avanço de testes com terapia revolucionária desenvolvida pelo Hemocentro de Riberião Preto com o Butantan
- Jovem que teve câncer de intestino lista os 6 sinais que ele ignorou
- Por que câncer pode se tornar a doença que mais mata no Brasil - e que desafios isso traz
- Inovações tecnológicas e novo protocolo de tratamento reforçam o combate ao câncer
- Médicos de família podem ser aliados no tratamento do câncer, dizem especialistas
- Câncer de pulmão: novo tratamento reduz em 27% risco de morte
- Grupo da USP mapeia variantes genéticas associadas ao câncer de pâncreas em pacientes brasileiros
- Política nacional para rastrear câncer de pulmão pode salvar vidas