Nova técnica detecta câncer de pulmão sem exame de imagem ou agulhas

Foto: freepik

Pesquisadores do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) desenvolveram uma tecnologia para diagnosticar o câncer de pulmão em estágio inicial, sem exame de imagem e nem agulhas.

O novo método consiste em nanossensores que podem ser administrados por um inalador ou nebulizador. Os sensores se depositam no pulmão e, ao encontrarem proteínas relacionadas à presença de células tumorais, produzem um sinal que se acumula na urina. A urina então é testada em uma fita de papel e em 20 minutos é apresentado o resultado.

A tecnologia foi apresentada em artigo publicado neste mês na revista Science Advances. Como o método foi testado apenas em camundongos, serão necessários mais experimentos antes da implementação clínica e não há uma data para sua chegada ao mercado.

A pesquisa partiu do desejo dos cientistas de reduzir as disparidades na detecção precoce do câncer de pulmão, principal causa de mortes relacionadas ao câncer em todo o mundo.

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), apenas em 2020, cerca de 1,8 milhão de pessoas morreram em decorrência da enfermidade. No Brasil, no mesmo ano, foram 28.618 mortes, segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer).

Parte da dificuldade em reduzir essa mortalidade está na detecção da doença. Com frequência, o câncer de pulmão é diagnosticado em estágio avançado, quando as opções de tratamento são limitadas. A taxa de sobrevida relativa em cinco anos é de 15% para homens e 21% para mulheres, segundo o Inca, enquanto nos casos em que a doença é diagnosticada no início a taxa é de 56%.

Com esse problema em mente, os pesquisadores buscaram uma maneira de ampliar o rastreamento de forma simples e com baixo custo, sem necessidade de exames de imagem como ressonância magnética ou tomografia computadorizada.

"Em todo o mundo, o câncer irá se tornar cada vez mais prevalente em países de baixa e média renda", destacou a pesquisadora Sangeeta Bhatia em comunicado do MIT.

Autora sênior do estudo, Bhatia passou a última década elaborando nanossensores para diagnóstico de câncer. Nas versões anteriores, desenvolvidas para câncer no fígado e nos ovários, os sensores foram projetados para administração por via intravenosa. Dessa vez, porém, a equipe queria algo ainda mais rápido e acessível.

"Quando desenvolvemos essa tecnologia, o nosso objetivo era fornecer um método que pudesse detectar o câncer com elevada especificidade e sensibilidade, e também diminuir o limiar de acessibilidade", disse ao MIT o cientista Qian Zhong, primeiro autor do trabalho.

Os pesquisadores testaram o sistema de diagnóstico, batizado de Patrol, em camundongos geneticamente modificados para desenvolver tumores pulmonares semelhantes aos observados em humanos. Os sensores foram administrados 7,5 semanas após o início da formação dos tumores, o equivalente ao estágio 1 ou 2 do câncer em seres humanos.

A equipe planeja agora analisar amostras de biópsias humanas e, no futuro, realizar ensaios clínicos. Também pretende ampliar o número de enzimas rastreadas —atualmente são quatro— para que o Patrol detecte outros tipos de doenças no pulmão.

SINTOMAS DO CÂNCER DE PULMÃO
O tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são os principais fatores de risco para o câncer de pulmão, mas pessoas que nunca fumaram ou foram expostas também podem desenvolver a doença.

O sintomas mais comuns são tosse persistente, escarro com sangue, dor no peito, rouquidão, piora da falta de ar, perda de peso e de apetite, pneumonia recorrente ou bronquite e cansaço ou fraqueza. Entre fumantes, outro sintoma é a mudança no ritmo habitual das crises de tosse.

Segundo o Ministério da Saúde, geralmente esses sinais não ocorrem até que o câncer esteja avançado, mas há alguns pacientes que costumam manifestá-los no estágio inicial. Em caso de sintoma, a orientação é procurar atendimento médico.

Fonte: Folha de S. Paulo

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