Mulheres com gene que aumenta o risco de câncer de mama podem entrar na menopausa dois anos antes da média, diz estudo da Nature

Mulheres com um gene que aumenta consideravelmente o risco de câncer da mama também podem enfrentar uma menopausa mais precoce. A conclusão é de um estudo publicado recentemente na revista científica Nature.

Pesquisadores das universidades de Exeter e Cambridge, ambas no Reino Unido, analisaram dados genéticos de mais de 100 mil mulheres britânicas para explorar a relação entre a genética e o momento da menopausa. Eles encontraram uma coleção de genes que fazem com que os óvulos se deteriorem mais rapidamente, e portanto, a menopausa também chegue antes.

Os resultados mostraram que algumas mulheres com certas características genéticas têm probabilidade de ficar sem óvulos mais rapidamente do que a mulher média. Especificamente, as mulheres com uma cópia defeituosa de um gene chamado ZNF518A. Elas entraram na menopausa, em média, cinco anos e meio mais cedo do que aquelas com uma cópia normal do gene.

Descobriu-se que isso ocorre apenas em uma em cada 4 mil mulheres, com base no tamanho da amostra do Reino Unido. Outro aspecto do estudo analisou se os genes ligados a um risco aumentado de câncer da mama e dos ovários também influenciavam o momento da menopausa.

E a resposta foi sim. Os especialistas descobriram que o BRCA1, mutação que aumenta a probabilidade de uma mulher ter câncer da mama em até 85% e que ficou conhecida após a atriz Angelina Jolie fazer uma dupla mastectomia em 2013, diminuiu a idade média da menopausa em 2,1 anos.

Outro gene, o BRCA2, que aumenta a probabilidade de uma mulher ter câncer da mama em até 77%, diminui a idade média da menopausa em 1,2 anos. Os especialistas ainda identificaram outro gene ligado ao momento da menopausa, chamado SAMHD1, que também influencia o risco de câncer.

Em contraste com outros genes destacados, descobriu-se que este atrasa em um ano a idade média da menopausa. Mas também se descobriu que aumenta o risco de câncer , de todos os tipos, nas mulheres em até 60%, com particular destaque para o da mama.

Os autores fizeram questão de destacar que a relação entre genética, menopausa e risco de câncer é complexa e que os genes destacados só foram encontrados numa pequena fração da população.

Por exemplo, estima-se que apenas uma em cada 400 pessoas tenha uma cópia defeituosa dos genes BRCA1 e BRCA2. Mas os autores acrescentam que as suas descobertas poderão um dia ter impactos de longo alcance, à medida que a exploração dos fatores genéticos que influenciaram a menopausa expandiu o conhecimento de potenciais ligações a outras doenças.

Encontrar maneiras de influenciar esses genes poderia melhorar os resultados, como a expansão das opções de fertilidade.

“Durante décadas, a menopausa tem sido sub-investigada, mas agora esta é uma área da ciência em rápida evolução. O momento da menopausa tem um enorme impacto nas mulheres à medida que planeiam as suas carreiras e vidas, e compreender as alterações genéticas é de particular interesse em termos de potenciais tratamentos que possam prolongar a vida reprodutiva no futuro”, diz a professora Anna Murray, de Exeter e uma das principais autoras, em comunicado.

A menopausa precoce é, em geral, rara, atingindo apenas 5% das mulheres. A atriz Naomi Watts, de 55 anos, é um dos rostos mais famosos a falar sobre passar por uma menopausa precoce, apresentando sintomas como "pele sensível e com coceira" aos 36 anos.

Os sinais de uma menopausa precoce incluem ciclos menstruais irregulares ao longo de alguns anos, sangramentos de escape entre os ciclos e alterações no sangramento vaginal. A menopausa precoce já está associada ao aumento do risco de osteoporose, doenças cardíacas, depressão, demência e Parkinson. Quem sofre também tende a apresentar sintomas da menopausa de forma mais grave.

Fonte: O Globo Saúde

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