Meio ambiente tem a ver com câncer

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) prevê uma queda da mortalidade prematura pela doença entre 2026 e 2030, na faixa etária de 30 a 69 anos, na comparação com os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, de 2011 e 2015. A projeção positiva dos pesquisadores do Instituto não significa a erradicação da doença, mesmo com todos os avanços da ciência e da medicina, ainda há um caminho a seguir até a cura dos variados tipos de câncer.

A pesquisadora do Inca, Marianna Cancela, da Coordenação de Prevenção e Vigilância (Conprev), lembra que ao mesmo tempo que há previsões positivas para alguns tipos de câncer, existem outras de aumento do número das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), entre as quais estão câncer, diabetes mellitus, respiratórias crônicas e aparelho circulatório.

Entre os exemplos de crescimento do número de casos, citados pela pesquisadora, está o câncer de intestino, ou colorretal, com risco de morte prematura tanto para homens quanto para mulheres. O avanço do número de casos poderá ser de até 10% no Brasil, como um todo, mas com variações distintas entre regiões. As diferenças têm relação com o grau de desenvolvimento socioeconômico regional. De acordo com o estudo do Inca, o Norte deverá ter o maior aumento de casos (52%), seguido do Nordeste (37%), Centro-Oeste (19,3%), Sul (13,2%) e Sudeste (4,5%). A desigualdade social e econômica aparece como fator comprometedor de parcela dos brasileiros. Nas regiões com menor grau de desenvolvimento, carentes de serviços públicos de alta qualidade, principalmente no campo da saúde, há um maior comprometimento da vida dos cidadãos.

O câncer tem diferentes causas. A maioria delas é por fatores ambientais, que respondem por 80% a 90% dos casos. Entre eles, estão as intervenções humanas no meio ambiente, hábitos e comportamentos inadequados, tais como tabagismo, ingestão desregrada de álcool, sedentarismo, alimentação, obesidade, exposição solar, radiações e medicamentos. A predisposição genética fica na faixa de 10% a 20%.

A preservação da flora e da fauna, os cuidados contra a poluição de nascentes, rios e mares são cobrança permanente dos ecologistas e dos militantes ambientalistas. As advertências têm sentido. Ainda que muitos coloquem em dúvida a relação qualidade de vida e meio ambiente, pesquisadores, médicos e cientistas apontam os impactos da degradação ambiental na saúde humana. Em recente entrevista ao Correio Braziliense, a oncologista Ana Carolina Salles citou a suspeita em torno do plástico (micropartículas) com aumento do câncer de intestino.

O estudo do Inca reforça a necessidade de políticas públicas de saúde pública preventivas de modo geral, mas especial e multissetorialmente em relação ao câncer. As unidades de saúde têm de ser dotadas de capacidade para fazer prevenção, diagnóstico precoce, tratamento com nível de excelência. Hoje, a rede pública ainda está muito aquém das demandas da sociedade brasileira. A maioria dos cidadãos não tem condições de aderir aos planos de saúde privados. Ou seja, ficam desguarnecidos quando a vida deles depende de atendimento de alta complexidade. Essa dura realidade exibe um Brasil que está longe de vencer as iniquidades, o que o torna menor mesmo sendo detentor de uma riqueza invejável.

Fonte: Correio Braziliense

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