Estudo do Car-T Cell: testes iniciais com terapia inovadora contra câncer no sangue foram seguros, diz Hemocentro

Os primeiros testes do estudo clínico com o Car-T Cell, tratamento inovador que combate o câncer no sangue, apresentaram resultados positivos de segurança nos pacientes. A informação foi passada ao g1 pelo Hemocentro de Ribeirão Preto (SP), onde ocorreu a etapa inicial do estudo.

Esta primeira etapa do estudo começou em julho deste ano e chegou ao fim após quatro pacientes voluntários receberem o tratamento. Eles começaram a ser recrutados entre o final de março e início de abril e passaram por exames antes da terapia.

Rodrigo Calado, professor de medicina da USP e diretor-presidente do Hemocentro em Ribeirão Preto, explicou que os dados sobre os testes já foram encaminhados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que irá analisar e autorizar ou não o início da segunda fase.

A expectativa é de que um posicionamento da agência ocorra ainda em novembro.

"A gente já completou o tratamento nesses quatro pacientes e mandamos os dados, o primeiro relatório, para a Anvisa, sobre a segurança do tratamento. Agora, a gente está aguardando a avaliação da Anvisa, que deve vir durante este mês, sobre a segurança dos dados, para ela poder liberar para a próxima fase", disse.

Apesar de ressaltar que cabe à Anvisa concluir se os resultados dos testes estiveram dentro das expectativas, Calado destacou que as primeiras impressões foram positivas, principalmente no aspecto de segurança, que era o principal objetivo das análises iniciais.

"Quem realmente pode falar é a Anvisa, mas mandamos todos os dados, pode ser que eles façam algum questionamento, mas eu não antevejo nenhuma dificuldade, não. Pode ser que eles queiram saber de algum detalhe, mas, de uma forma geral, em termos de segurança, foi bastante seguro, não teve nenhuma novidade, nenhum problema, mas quem, realmente, pode falar isso é a Anvisa. Em princípio, não vejo uma dificuldade maior. Eles [pacientes] tiveram uma resposta muito boa ao tratamento, mas o objetivo agora, desta primeira etapa, é segurança", afirmou.

O g1 perguntou à agência se há alguma previsão para que essa análise seja feita e aguarda retorno.

O que acontece agora?

Se a Anvisa considerar positiva a segurança do tratamento, o estudo receberá liberação para aplicar a terapia em mais 77 pacientes.

Essas pessoas serão selecionadas para participar da iniciativa em cinco instituições de saúde: Hospital das Clínicas, Beneficência Portuguesa e Sírio Libanês, em São Paulo (SP), Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e Hospital de Clínicas de Campinas (SP).

Rodrigo Calado explicou que esses pacientes ainda não foram selecionados, mas acredita que a próxima etapa deve acontecer com maior agilidade.

"Agora agiliza, porque nesta primeira etapa tinha que ser um paciente de cada vez. Tinha que internar o paciente, fazer tudo, completar, até receber alta, daí poderia vir o segundo. Agora, a gente vai ter os cinco centros recrutando pacientes, e pode ser em paralelo. Isso agiliza o processo", completa.
O grupo de pesquisa busca o registro da terapia na Anvisa até 2025 para que ela seja incorporada ao SUS.

Células de defesa 'treinadas'


O tratamento com o Car-T cell envolve a retirada de glóbulos brancos, que são as células de defesa do organismo do paciente, por meio da coleta de sangue pela veia.

Conhecidos como linfócitos, eles são reprogramados geneticamente em laboratório para reconhecer e combater as células cancerígenas, no caso a leucemia linfoide aguda de células B e o linfoma não Hodgkin de células B.

De acordo com Rodrigo Calado, professor de medicina da USP e diretor-presidente do Hemocentro em Ribeirão Preto, as células são manipuladas e expandidas em laboratório e devolvidas à corrente sanguínea do paciente.

“Essa modificação genética é bastante sofisticada e complexa, mas uma vez que essas células voltam para o sangue do paciente, circulando no organismo, elas vão identificar a célula do câncer e matar essa célula. É um mecanismo de ensino dessas células do sistema imunológico para reconhecer especificamente essas células do câncer”, afirma.

Desde 2019, 20 pacientes que não responderam bem aos tratamentos convencionais receberam a terapia com as células de forma experimental e limitada. De acordo com os médicos, 14 deles continuam bem.

Fonte: G1 Globo

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