[ENTREVISTA] Dr. José Getúlio Martins Segalla nos fala sobre o Dia Mundial da Luta contra o Câncer
O Oncoguia conversou com o Dr. José Getúlio Martins Segalla, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), sobre o Dia Mundial da Luta contra o Câncer.
Intituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o significado do dia 08 de abril, Dia Mundial da Luta contra o câncer?
José Segalla - Um evento mundial de conscientização. Cada vez fica mais grave a situação do câncer no mundo, principalmente entre os países mais pobres e subdesenvolvidos. O que se espera é que com manifestações públicas e mobilização da sociedade possamos mudar este panorama.
Intituto Oncoguia - O câncer, ainda hoje, é uma das doenças que mais mata no Brasil. Em sua opinião o que podemos fazer para mudar esse panorama?
José Segalla - Numericamente e proporcionalmente o câncer é a causa de morte do brasileiro que apresentou o crescimento mais radical, enquanto doenças infectocontagiosas diminuíram sua participação e as doenças cardiovasculares apresentaram crescimento próximo ao crescimento populacional. O câncer teve um crescimento quatro a cinco vezes maiores que o crescimento populacional, passando de terceira para segunda causa-mortes no Brasil. Estima-se que até o ano 2030 chegará a ser a primeira causa.
Podemos levar a sério e com mais eficiência as políticas públicas já previstas na legislação. Orientações sobre hábitos de vida e higiene (promoção à saúde) podem ser feito por leigos ou por agentes sanitários, do programa de saúde da família, além de diversos profissionais da saúde como enfermeiros, nutricionistas, assistente social, além dos médicos propriamente dito. Implantação definitiva e com controle técnico e avaliação especializada dos programas d e prevenção dos cânceres de colo de útero, mama, boca, próstata, pele e outros. Também, e principalmente facilitar o acesso a exames que possibilitem o diagnóstico precoce, tais como citologia cervico-vaginal, mamografias, endoscopias, biópsia de pele, exame clínico boca e de próstata, além do PSA.
Intituto Oncoguia - Há que fatores você atribui estes altos índices de câncer no país?
José Segalla - Existem alguns fatores «bons» que contribuíram para este aumento, que foram à queda de morte por infecções e desnutrição,consequente aumento na idade média do brasileiro que, porque vive mais passa a ter maior risco de desenvolver um câncer. Também ocorreu a melhora e o aumento do numero de registros de câncer permitindo mapear melhor o país e saber que a incidência é maior que supúnhamos. Mas também os «maus» fatores como o hábito tabagista, que felizmente já começa a declinar, mas ainda é muito intenso e afeta os menores de idade, que são viciados nesta fase. A ingestão alcoólica habitual e intensa além de diversos produtos químicos em ambiente de trabalho, também.
Intituto Oncoguia - De que forma podemos conscientizar a população sobre a prevenção e detecção precoce do câncer? Há algo que precisa ser feito urgentemente?
José Segalla - Temos de utilizar todos os meios possíveis. A TV e o Radio já mostraram sua capacidade de mobilização popular. Os jornais e revistas servem para conscientizar os brasileiros que tem habito de ler e que podem funcionar como formadores de opinião, dando início a uma mobilização popular permanente. O Governo Federal poderia completar rapidamente as orientações para os governos estaduais e municipais colocarem em prática o modelo de atenção a saúde em oncologia e treinar todas as equipes do nível básico e médio a fazerem prevenção e diagnostico precoce e encaminharem rapidamente estes pacientes para centros de oncologia especializados.
Intituto Oncoguia - Sabemos que o medo do câncer ainda é uma barreira importante para o auto-cuidado. Em sua opinião, por que este medo ainda existe e como acabar com ele?
José Segalla - Temos medo do desconhecido. Sem orientação a população associa os fatos ao que vê. Como o paciente que se cura de câncer muitas vezes prefere o anonimato, o que a população presencia são os casos que vão a óbito por câncer, em geral com um sofrimento intenso. Por este motivo criou-se a falsa impressão de que o câncer sempre mata e de que não tem cura. O remédio para isso é informação. Todo paciente tem direito, a saber, mais sobre sua doença, qual o comportamento dela e a chance de cura e todo cidadão tem o direito de ser informada sobre promoção à saúde, prevenção e diagnostico precoce.
Hoje, o tratamento do câncer tem muitas novidades e podemos sim falar em qualidade de vida durante este momento. Você pode comentar estas principais novidades.
A Oncologia é uma das áreas da medicina que mais sofreu mudanças nos últimos 30 anos. Novas técnicas cirúrgicas, novas reconstruções, aparelhos e técnicas de radioterapia mais apurados além de grande avanço no item medicamentos, tanto para tratar o câncer diretamente,como também para melhorar condições biológicas e imunológicas. Também medicamentos mais importantes para controlar ou minimizar efeitos colaterais.
O maior avanço da ultima década são os gramados medicamento de terapia alvo-dirigido, que está revolucionando o tratamento do câncer, pois permitem abordar a doença no nível molecular e em geral não antagonizam a quimioterapia e sua utilização conjunta é habitual.
Intituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o significado do dia 08 de abril, Dia Mundial da Luta contra o câncer?
José Segalla - Um evento mundial de conscientização. Cada vez fica mais grave a situação do câncer no mundo, principalmente entre os países mais pobres e subdesenvolvidos. O que se espera é que com manifestações públicas e mobilização da sociedade possamos mudar este panorama.
Intituto Oncoguia - O câncer, ainda hoje, é uma das doenças que mais mata no Brasil. Em sua opinião o que podemos fazer para mudar esse panorama?
José Segalla - Numericamente e proporcionalmente o câncer é a causa de morte do brasileiro que apresentou o crescimento mais radical, enquanto doenças infectocontagiosas diminuíram sua participação e as doenças cardiovasculares apresentaram crescimento próximo ao crescimento populacional. O câncer teve um crescimento quatro a cinco vezes maiores que o crescimento populacional, passando de terceira para segunda causa-mortes no Brasil. Estima-se que até o ano 2030 chegará a ser a primeira causa.
Podemos levar a sério e com mais eficiência as políticas públicas já previstas na legislação. Orientações sobre hábitos de vida e higiene (promoção à saúde) podem ser feito por leigos ou por agentes sanitários, do programa de saúde da família, além de diversos profissionais da saúde como enfermeiros, nutricionistas, assistente social, além dos médicos propriamente dito. Implantação definitiva e com controle técnico e avaliação especializada dos programas d e prevenção dos cânceres de colo de útero, mama, boca, próstata, pele e outros. Também, e principalmente facilitar o acesso a exames que possibilitem o diagnóstico precoce, tais como citologia cervico-vaginal, mamografias, endoscopias, biópsia de pele, exame clínico boca e de próstata, além do PSA.
Intituto Oncoguia - Há que fatores você atribui estes altos índices de câncer no país?
José Segalla - Existem alguns fatores «bons» que contribuíram para este aumento, que foram à queda de morte por infecções e desnutrição,consequente aumento na idade média do brasileiro que, porque vive mais passa a ter maior risco de desenvolver um câncer. Também ocorreu a melhora e o aumento do numero de registros de câncer permitindo mapear melhor o país e saber que a incidência é maior que supúnhamos. Mas também os «maus» fatores como o hábito tabagista, que felizmente já começa a declinar, mas ainda é muito intenso e afeta os menores de idade, que são viciados nesta fase. A ingestão alcoólica habitual e intensa além de diversos produtos químicos em ambiente de trabalho, também.
Intituto Oncoguia - De que forma podemos conscientizar a população sobre a prevenção e detecção precoce do câncer? Há algo que precisa ser feito urgentemente?
José Segalla - Temos de utilizar todos os meios possíveis. A TV e o Radio já mostraram sua capacidade de mobilização popular. Os jornais e revistas servem para conscientizar os brasileiros que tem habito de ler e que podem funcionar como formadores de opinião, dando início a uma mobilização popular permanente. O Governo Federal poderia completar rapidamente as orientações para os governos estaduais e municipais colocarem em prática o modelo de atenção a saúde em oncologia e treinar todas as equipes do nível básico e médio a fazerem prevenção e diagnostico precoce e encaminharem rapidamente estes pacientes para centros de oncologia especializados.
Intituto Oncoguia - Sabemos que o medo do câncer ainda é uma barreira importante para o auto-cuidado. Em sua opinião, por que este medo ainda existe e como acabar com ele?
José Segalla - Temos medo do desconhecido. Sem orientação a população associa os fatos ao que vê. Como o paciente que se cura de câncer muitas vezes prefere o anonimato, o que a população presencia são os casos que vão a óbito por câncer, em geral com um sofrimento intenso. Por este motivo criou-se a falsa impressão de que o câncer sempre mata e de que não tem cura. O remédio para isso é informação. Todo paciente tem direito, a saber, mais sobre sua doença, qual o comportamento dela e a chance de cura e todo cidadão tem o direito de ser informada sobre promoção à saúde, prevenção e diagnostico precoce.
Hoje, o tratamento do câncer tem muitas novidades e podemos sim falar em qualidade de vida durante este momento. Você pode comentar estas principais novidades.
A Oncologia é uma das áreas da medicina que mais sofreu mudanças nos últimos 30 anos. Novas técnicas cirúrgicas, novas reconstruções, aparelhos e técnicas de radioterapia mais apurados além de grande avanço no item medicamentos, tanto para tratar o câncer diretamente,como também para melhorar condições biológicas e imunológicas. Também medicamentos mais importantes para controlar ou minimizar efeitos colaterais.
O maior avanço da ultima década são os gramados medicamento de terapia alvo-dirigido, que está revolucionando o tratamento do câncer, pois permitem abordar a doença no nível molecular e em geral não antagonizam a quimioterapia e sua utilização conjunta é habitual.
Nota:
Dr. José Getúlio Martins Segalla, foi presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) de 2009-2011.
- Conitec inclui medicamento de CA de ovário e tireóide no SUS
- ANS analisa inclusões para cânceres hematológicos
- Oncoguia solicita manutenção de isenção de ICMS para oncologia
- Conitec abre CP para pacientes com LMC e câncer de ovário
- Oncoguia contribui em CP sobre câncer de pulmão e LMC na ANS
- Conitec não inclui medicamentos para ca de cabeça e pescoço
- Oncoguia faz reunião com Ministro e participa do Consinca
- ANS analisa inclusões para ca de pulmão e hematológicos
- Oncoguia questiona MS sobre andamento do grupo de trabalho de CCR
- Oncoguia pede programa de rastreamento de colorretal no SUS
- Enviamos ofício conjunto ao MS pedindo atualizações de PCDTs
- Oncoguia contribui para nova edição da Declaração TJCC
- Conitec inclui novo medicamento para próstata no SUS
- Oncoguia contribui em Protocolo de câncer colorretal do SUS
- Oncoguia contribui em CP de câncer de cabeça e pescoço e tireoide
- Conitec abre CP para pacientes de mama HER2-positivo
- Conitec incorpora a abiraterona para Câncer de Próstata
- Projeto de Lei inspirado em pesquisa do Oncoguia é sancionado
- Conitec abre consulta pública para síndrome mielodisplásica
- Contribuição Oncoguia na CP sobre tratamento do câncer de ovário
- Oncoguia contribui em CP de medicamentos para próstata no SUS
- Oncoguia contribui em consulta pública de LLC e linfoma na ANS
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- Novas opções de tratamento são incluídas nos planos de saúde
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