Como a menopausa induzida é aplicada no tratamento do câncer de mama?

A menopausa significa o fim da vida reprodutiva da mulher, pois corresponde à última menstruação. É um fenômeno fisiológico que pode acontecer a partir dos 45 anos de idade e que provoca uma série de alterações físicas e psicológicas no corpo, como ondas de calor, cansaço, perda de massa magra e óssea e alterações na pele, no sono, na libido e no humor. 

Por que isso ocorre?

As mulheres já nascem com um número limitado de óvulos. A cada ciclo menstrual, um óvulo amadurece e é liberado.

Com o tempo e as menstruações, a quantidade de óvulos vai diminuindo. Durante a adolescência, perde-se, aproximadamente, um terço dos óvulos. Aos 40 anos sobram cerca de 10 mil (é importante lembrar que nem todos os óvulos amadurecem), e 400 menstruações depois, o estoque é praticamente zerado.

Esse é um processo natural e que não pode ser impedido. 

Com o fim da reserva ovariana, os ovários entram em falência e as concentrações dos hormônios femininos estrogênio e progesterona caem drasticamente. Com isso, temos a chegada da menopausa.

O que isso tem a ver com câncer?

Desde a primeira menstruação, as mulheres são expostas ao estrogênio. Ele é um hormônio produzido pelos ovários que auxilia no desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários femininos, como o desenvolvimento das mamas e pelos pubianos, e na regulação dos ciclos reprodutivos. Quanto mais cedo a mulher menstruar, mais tempo o tecido das mamas ficará exposto à ação do hormônio. 

Infelizmente, essa exposição pode aumentar o risco de câncer de mama, pois essa é uma doença hormônio dependente, ou seja, o tumor se “alimenta” desse hormônio para crescer no organismo. Por isso o câncer de mama é tão frequente nas mulheres. 

Indução da menopausa

Ainda assim, segundo a dra. Monique Tavares, titular de oncologia do A.C Camargo Cancer Center, em São Paulo, após o diagnóstico de câncer de mama, são solicitados exames para avaliar se o tumor é sensível à ação dos hormônios estrogênio e progesterona. 

Quando a resposta é positiva (isso pode ocorrer em cerca 80% dos casos em mulheres, segundo o National Cancer Institute), uma das estratégias de tratamento, além da quimioterapia, radioterapia e da cirurgia, é realizar um bloqueio hormonal, também conhecido como hormonioterapia. 

“A indução da menopausa pode ocorrer de forma química ou cirúrgica. A hormonioterapia, no caso, serve para retirar os hormônios de circulação no corpo da mulher. Ela toma um comprimido, todos os dias em casa, ou injeções periódicas e o efeito é imediato. É um processo longo que pode durar de cinco a sete anos”, explica a médica. 

Ela complementa dizendo que, dependendo do caso, a mulher também pode passar por uma ooforectomia. “A ooforectomia, é uma cirurgia para a retirada dos ovários (onde os hormônios sexuais são produzidos). É um procedimento que pode ser indicado tanto em casos de câncer de mama ou de ovário como na prevenção de tumores, “, explica a dra. Tavares. 

Efeitos no corpo e na mente

A menopausa é um processo inevitável, natural e gradual. Entretanto, quando a mulher é submetida a um tratamento de hormonioterapia, há uma queda muito rápida dos níveis de estrogênio na circulação, o que pode tornar os efeitos da menopausa ainda mais intensos. 

“É um impacto grande na vida da mulher, pois de uma hora para outra ela deixa de produzir esses hormônios. Mas é importante destacar que os sintomas variam muito de uma paciente para outra. Tem umas que sentem mais, outras que alegam sentir pouca diferença. Nessa fase, são esperadas alterações de humor, desânimo, secura vaginal”, alerta. 

É possível reverter a menopausa induzida?

Quando o diagnóstico do câncer de mama é feito em mulheres mais jovens, na faixa dos 30 a 35 anos, existe o risco de infertilidade, porque a paciente precisará entrar na menopausa precocemente. 

O risco de a menopausa ser definitiva depende da idade da paciente ao iniciar o tratamento. Se ela for mais velha, maior o risco de a menopausa não ser revertida. Por outro lado, quanto mais jovem a paciente, maiores as chances de a menopausa acontecer somente durante o período da quimioterapia.

O tempo de tratamento da hormonioterapia varia de 5 a 7 anos.

“Mas isso não quer dizer que a mulher precisa sofrer todo esse período com esses sintomas indesejáveis. Hoje em dia há medicamentos que conseguem tratar os sintomas específicos da menopausa, como géis lubrificantes, medicamentos para ansiedade. Por isso é muito importante o diálogo com o médico oncologista, para que esses sintomas não sejam invisibilizados”, esclarece.

Além disso, é muito importante que a mulher adote algumas práticas não medicamentosas que ajudam melhorar a qualidade de vida, como:

  • Reduzir o consumo de café e álcool;
  • Manter a temperatura corporal baixa, utilizando roupas leves;
  • Optar por banhos mornos;
  • Fazer exercícios físicos, três vezes por semana (de preferência com peso), para não perder massa óssea e magra.
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