Como a desigualdade afeta as chances de cura do câncer em mulheres

Uma comissão especial da revista científica “Lancet” avaliou como a desigualdade afeta as chances de cura do câncer nas mulheres. O painel reuniu 21 experts, em áreas tão distintas quanto epidemiologia, ciências sociais e representantes de pacientes, e não se limitou a tratar dos tipos de câncer tipicamente femininos, como os de mama e do colo do útero, expandindo o trabalho para avaliar a experiência no sistema de saúde como um todo.

O câncer é a principal causa de mortalidade feminina e está entre os três motivos de morte prematura (antes dos 70 anos) em quase todos os países do mundo. Das 2,3 milhões de mulheres que morrem prematuramente de câncer a cada ano, 1,5 milhão poderiam ser salvas se houvesse detecção e diagnóstico precoces. A maioria foi vítima de quatro grandes fatores de risco: cigarro, álcool, obesidade e infecções, e outras centenas de milhares também poderiam sobreviver se todas tivessem acesso a um tratamento de qualidade.

O nome do estudo, “Women, power and cancer” (“Mulheres, poder e câncer”), publicado na “The Lancet Global Health”, deixa claro que a comissão pretende lançar luz sobre a desigualdade de gênero como elemento relevante que contribui para a doença: mulheres estão em minoria nos centros de excelência, nos ensaios clínicos e na formulação de políticas públicas de saúde.

“Globalmente, a saúde feminina está focada na reprodução e maternidade, com uma abordagem antifeminista sobre o valor e os papéis da mulher na sociedade. Como consequência, o câncer está subrepresentado”, afirmou a doutora Ophira Ginsburg, copresidente da comissão.

A pesquisa utilizou o GLOBOCAN 2020, banco de dados que mostra a incidência, prevalência e mortalidade de 36 tipos de câncer em 185 países.

“Não se trata apenas de câncer de mama e do colo do útero. Cerca de 300 mil mulheres com menos de 70 anos morrem todo ano de câncer de pulmão; outras 160 mil morrem de câncer colorretal, duas das três principais causas de morte feminina no mundo. Dos 3 milhões de pacientes diagnosticados com câncer abaixo dos 50 anos em 2020, dois em cada três eram mulheres. A estimativa é de que um milhão de crianças perderam suas mães naquele ano”, acrescentou a doutora Isabelle Soerjomataram, também copresidente da comissão.

Menor escolaridade, menos oportunidades de trabalho e recursos mais escassos concorrem como fatores de risco para a saúde da mulher, de quem é esperado que dê prioridade às necessidades da família em detrimento do seu próprio bem-estar. A assimetria do poder está presente em diversos estudos analisados: por exemplo, o sexismo no sistema de saúde é responsável por um atendimento inadequado para o alívio da dor, em comparação com os homens.

Fonte: Bem Estar

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