Câncer: menos pode ser mais

Entre os médicos que atuam diariamente no tratamento do câncer, há quem diga que o ano se divide em antes e depois da Asco, a reunião da Associação Americana de Oncologia Clínica.

É o maior evento científico da especialidade, e, na edição 2023, realizada em Chicago, 40 mil profissionais compareceram para assistir e discutir os avanços em prevenção, diagnóstico e controle desse grupo de doenças.

O marco deste ano foi uma espécie de fim da era das terapias sempre agressivas e mutilantes.

Sim, os especialistas estão constatando, com o rigor dos estudos, que cirurgias e medicações menos radicais não só são eficazes como poupam os pacientes de efeitos colaterais, sequelas e sofrimentos.

O movimento atende pelo nome de descalonamento, e está ligado, de forma indissociável, a outra inovação nesse campo, o das estratégias mais personalizadas para superar o problema.

Também leva em conta o princípio de que não basta atacar a doença; é preciso cuidar da pessoa de forma acolhedora e global.

“Toda vez que a gente consegue descalonar o tratamento com segurança, o paciente ganha qualidade de vida”, comenta o oncologista Paulo Lages, do Grupo Oncoclínicas, que esteve na Asco. “A oncologia vive uma revolução com as terapias personalizadas, e o último congresso comprovou a tendência”, diz Paulo Hoff, presidente da Oncologia D’Or e professor da USP.

Colo de útero: Uma das pesquisas mais aplaudidas no evento mostrou que uma cirurgia menos agressiva e focada no útero é tão eficaz quanto a operação tradicionalmente empregada, sobretudo em casos iniciais, que remove não só esse órgão, mas ovários e tecidos vizinhos.

Com uma baita vantagem: sem impor menopausa forçada e infertilidade à mulher.

Mama: Um estudo com pacientes com câncer de mama HER-2 positivo inicial mostrou que elas tiveram remissão usando só terapias-alvo, sem a necessidade de químio e suas reações adversas.

Outro trabalho, com o subtipo que responde por 70% dos casos da doença, viu redução de 25% no risco de retorno do tumor com a entrada de uma droga mais cedo.

Intestino: No caso do câncer de reto, a porção final do aparelho digestivo, especialistas relataram que é viável suprimir a radioterapia antes de extrair a área afetada em pacientes com tumores localmente avançados que respondem bem à químio.

Não que a radioterapia não seja uma boa opção, mas se evita mais um procedimento capaz de gerar traumas e sequelas.

Pâncreas: Foi apresentado o primeiro estudo controlado a comparar a cirurgia aberta com a técnica minimamente invasiva (feita com furos no abdômen) em pessoas com câncer de pâncreas.

E ele indica que é possível optar pela operação menos drástica para essa doença, que tem alta taxa de letalidade.

O bônus é que a tática menos invasiva diminui risco de infecção e tempo de internação.

Ovário: Um medicamento de uma nova classe, os anticorpos conjugados, demonstrou ser 26% superior à quimioterapia em termos de sobrevida a mulheres com tumor avançado ou recorrente nos ovários.

O remédio atua com precisão numa molécula que é um dos pontos fracos do câncer, ajudando a desarmá-lo sem tantos reveses.

Vacina terapêutica entra em cena
A mesmíssima tecnologia que deu origem aos imunizantes baseados em RNA mensageiro contra a Covid-19 está rendendo trunfos na luta para combater tumores.

No congresso da Asco, foram divulgados os resultados de um experimento que aliou uma vacina terapêutica à imunoterapia (drogas que induzem o sistema imune a atacar o câncer) contra quadros mais graves de melanoma, câncer de pele da pesada. Passou na prova: queda de 65% nas chances de progressão e morte pela doença.

Fonte: Veja Saúde

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